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Museu da Língua Portuguesa reabre no fim deste mês

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Repro­du­ção: © Ana Mello/MLP/Direitos Reser­va­dos

Museu está fechado desde 2015 por conta de um incêndio


Publi­ca­do em 17/07/2021 — 16:10 Por Cami­la Maci­el — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — São Pau­lo

A rea­ber­tu­ra do Museu da Lín­gua Por­tu­gue­sa, ins­ta­la­do na his­tó­ri­ca Esta­ção da Luz, na capi­tal pau­lis­ta, será no dia 31 de julho. A estru­tu­ra sofreu um incên­dio de gran­des pro­por­ções em 21 de dezem­bro de 2015 e teve que ser com­ple­ta­men­te refor­ma­da. Além do con­teú­do das expo­si­ções, que foi revis­to e ampli­a­do, o pré­dio con­ta­rá com um novo ter­ra­ço, com vis­ta para o Jar­dim da Luz e a tor­re do reló­gio, e ins­ta­la­ções de refor­ço da segu­ran­ça con­tra incên­dio.

A inau­gu­ra­ção terá trans­mis­são ao vivo pelas redes soci­ais do museu. O aces­so ao públi­co segui­rá as res­tri­ções das medi­das de pre­ven­ção con­tra a covid-19. Por isso, será pos­sí­vel adqui­rir o ingres­so ape­nas pela inter­net, com dia e hora mar­ca­dos. Qua­ren­ta pes­so­as vão poder entrar no museu a cada 45 minu­tos. Além dis­so, cada visi­tan­te rece­be­rá um cha­vei­ro tou­chs­cre­en para que não seja neces­sá­rio tocar nas telas inte­ra­ti­vas.

O museu foi recons­truí­do por ini­ci­a­ti­va do gover­no do esta­do em par­ce­ria com a Fun­da­ção Rober­to Mari­nho. A ges­tão é fei­ta pela orga­ni­za­ção soci­al ID Bra­sil Cul­tu­ra, Edu­ca­ção e Espor­te. Foram inves­ti­dos R$ 85,8 milhões, sen­do par­te da ini­ci­a­ti­va pri­va­da via lei fede­ral de incen­ti­vo à cul­tu­ra e da inde­ni­za­ção do segu­ro con­tra incên­dio.

Exposições

Novas ins­ta­la­ções entre as expo­si­ções de lon­ga dura­ção mar­cam a rea­ber­tu­ra do museu. Elas ficam dis­pos­tas no segun­do e no ter­cei­ro andar do pré­dio. Entre as novi­da­des, está a “Lín­guas do mun­do”, na qual mas­tros se espa­lham pelo hall com áudi­os em 23 dife­ren­tes idi­o­mas. Foram esco­lhi­das lín­guas, entre as mais de 7 mil exis­ten­tes, que tenham rela­ção com o Bra­sil, incluin­do expres­sões ori­gi­ná­ri­as, como yoru­bá, quim­bun­do, qué­chua e gua­ra­ni-mbyá.

Os sota­ques e as expres­sões do por­tu­guês no Bra­sil ganham espa­ço na ins­ta­la­ção “Fala­res”. E os “Nós da Lín­gua Por­tu­gue­sa” mos­tram os laços e a diver­si­da­de cul­tu­ral entre os paí­ses da Comu­ni­da­de de Paí­ses de Lín­gua Por­tu­gue­sa (CPLP). O idi­o­ma é fala­do em cin­co con­ti­nen­tes por 261 milhões de pes­so­as.

Con­ti­nu­am a ser exi­bi­das, assim como nos qua­se 10 anos em que o museu este­ve ati­vo, a ins­ta­la­ção “Pala­vras Cru­za­das”, que mos­tra influên­ci­as his­tó­ri­cas no por­tu­guês fala­do no Bra­sil e a “Pra­ça da Lín­gua”, que home­na­geia a lín­gua fala­da, escri­ta e can­ta­da com um espe­tá­cu­lo de som e luz. A pra­ça, uma espé­cie de pla­ne­tá­rio, traz poe­mas e músi­cas inter­pre­ta­dos por nomes como Maria Bethâ­nia e Matheus Nach­ter­ga­e­le.

O museu tem cura­do­ria de Isa Grins­pum Fer­raz e Hugo Bar­re­to e con­tou com a cola­bo­ra­ção de artis­tas, músi­cos, lin­guis­tas, entre outros pro­fis­si­o­nais.

Temporária

A estreia na expo­si­ção tem­po­rá­ria é com a mos­tra “Lín­gua Sol­ta”. “São 180 peças que vão des­de man­tos bor­da­dos por Bis­po do Rosá­rio até uma pro­je­ção de memes do cole­ti­vo Saqui­nho de Lixo, com cura­do­ria de Fabi­a­na Mora­es e Moa­cir dos Anjos”, expli­ca o mate­ri­al de divul­ga­ção. Obras de artis­tas como Mira Schen­del, Leo­nil­son, Rosângela Ren­nó e Jac Leir­ner esta­rão expos­tos.

O museu rece­beu, entre mar­ço de 2006 e dezem­bro de 2015, cer­ca de 4 milhões de visi­tan­tes, com mais de 30 expo­si­ções tem­po­rá­ri­as. Foram home­na­ge­a­dos escri­to­res como Gui­ma­rães Rosa, Cla­ri­ce Lis­pec­tor, Macha­do de Assis e Fer­nan­do Pes­soa.

Estrutura

No come­ço do sécu­lo pas­sa­do, a Esta­ção da Luz foi por­ta de entra­da, na capi­tal pau­lis­ta, de imi­gran­tes que che­ga­vam ao Bra­sil, desem­bar­can­do no Por­to de San­tos. A recons­tru­ção man­te­ve os con­cei­tos do pro­je­to de inter­ven­ção ori­gi­nal do arqui­te­to Pau­lo Men­des da Rocha e seu filho Pedro, em 2006, mas foi aper­fei­ço­a­do. O pré­dio ganhou mais salas de expo­si­ção e o ter­ra­ço, com vis­ta para o Jar­dim da Luz e a tor­re do reló­gio, será uma home­na­gem ao arqui­te­to Men­des da Rocha, mor­to este ano. O filho dele foi res­pon­sá­vel pela nova ver­são.

Entre as melho­ri­as de pre­ven­ção con­tra incên­dio, está a ins­ta­la­ção de sprin­klers (chu­vei­ros auto­má­ti­cos). De acor­do com os ges­to­res do museu, ape­sar de não ser uma exi­gên­cia legal, a medi­da foi suge­ri­da pelo Cor­po de Bom­bei­ros e aca­ta­da pelos res­pon­sá­veis.

Edi­ção: Clau­dia Felc­zak

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