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Museu do Amanhã recebe Nova Bienal Rio Arte e Tecnologia

Repro­dução: © Divul­gação

Evento abre para o público a partir de amanhã


Pub­li­ca­do em 19/09/2023 — 10:00 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Será inau­gu­ra­da nes­ta terça-feira (19), às 18h30, no Museu do Aman­hã (MAR), no Rio de Janeiro, a primeira edição do Nova Bien­al Rio Arte e Tec­nolo­gia, que pas­sa a inte­grar o cal­endário de pro­gra­mação cul­tur­al do esta­do. A par­tir de quar­ta-feira (20), o even­to ficará aber­to ao públi­co até o dia 30 de out­ubro, sem­pre de terça-feira a domin­go, das 10h às 18h, com últi­ma entra­da às 17h. Às terças-feiras, a entra­da é gra­tui­ta. Nos demais dias, os ingres­sos cus­tam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entra­da). A ven­da dos ingres­sos por meio online, no endereço de bil­hete­ria dig­i­tal. A vis­i­tação é gra­tui­ta e a clas­si­fi­cação livre.

O curador, artista e filó­so­fo Ricar­do Bar­reto expli­cou à Agên­cia Brasil que o ter­mo Nova está sendo usa­do tan­to como adje­ti­vo como sub­stan­ti­vo, referindo-se à estrela Nova, que é uma estrela anã que, de tem­pos em tem­pos, ao extrair mate­r­i­al de sua com­pan­heira, faz esse mate­r­i­al explodir e “dá um bril­ho muito forte, cer­ca de 10 mil vezes maior que o sol. É uma coisa gigan­tesca a luz que ela pro­duz. Semel­hante à luz de uma galáx­ia, quan­do você olha para o céu”.

Bar­reto infor­mou que o Nova, no caso da bien­al, tam­bém é um con­ceito elab­o­ra­do este ano, que efe­t­ua a união entre arte e tec­nolo­gia. De um lado, as pes­soas têm toda uma poéti­ca, uma estéti­ca, todo um históri­co lig­a­do às artes. De out­ro lado, no caso da tec­nolo­gia, são pes­soas que estão ino­van­do com novas lin­gua­gens e novas questões tec­nológ­i­cas.

“A junção dessas duas coisas con­stru­iu o con­ceito do Nova. O Nova é, então, a fusão entre o modo de faz­er artís­ti­co jun­to com o modo de faz­er tec­nológi­co, a ino­vação. A par­tir dessa fusão, nós con­struí­mos o con­ceito que isso para gente é o Nova”, expli­cou o curador.

18/09/2023, Nova Bienal Rio Arte e Tecnologia, no MAR. Tube - Numen For Use. Foto: Divulgação
Repro­dução Nova Bien­al Rio Arte e Tec­nolo­gia, no MAR, por Divul­gação

Interação

De acor­do com o curador, uma das car­ac­terís­ti­cas da arte com tec­nolo­gia é a inter­ação. “E é jus­ta­mente a inter­ação com o públi­co que o Nova Bien­al Rio bus­ca, seja pela expressão artís­ti­ca, seja pelo lado da tec­nolo­gia. Daí o even­to abranger dois pro­ced­i­men­tos. Uma exposição exter­na com tra­bal­hos mais analógi­cos, mas que têm car­ac­terís­ti­ca de inter­ação. Den­tro, são tam­bém várias obras, a maior parte inter­a­ti­va, que tra­bal­ham com inteligên­cia arti­fi­cial e vários out­ros mecan­is­mos tec­nológi­cos”, disse Bar­reto.

As obras expostas fora do MAR per­manecerão no local durante 10 dias.

Ao todo, são expostas 70 obras de 66 artis­tas, cole­tivos e estú­dios de 30 país­es, dos quais dez rep­re­sen­tam o Brasil. “A gente quer mostrar como a inter­ação é algo que existe tam­bém fora do mun­do da pura tec­nolo­gia”, salien­tou Ricar­do Bar­reto. Den­tro e fora do Museu do Aman­hã, o públi­co poderá ter exper­iên­cias úni­cas com real­i­dades aumen­tadas, real­i­dades vir­tu­ais, tra­bal­hos com inteligên­cia arti­fi­cial, insta­lações inter­a­ti­vas, machine learn­ing (apren­diza­gem de máquina), ani­mações, gameart (jogo dig­i­tal como obra de arte) e vídeos.

Impactos

A coor­de­nado­ra de Pro­dução e Con­teú­do do Museu do Aman­hã, Amarílis Lage, disse que a conexão do Nova Bien­al Rio com o equipa­men­to ocorre porque, tradi­cional­mente, o MAR tem abor­da­do nas suas pro­gra­mações exposições e out­ros pro­je­tos que desen­volve com diver­sos públi­cos a questão do impacto da tec­nolo­gia na sociedade. “É um museu em que as pes­soas asso­ci­am tradi­cional­mente a tec­nolo­gia, a ino­vação, mas esse tema está sem­pre anco­ra­do em dois pilares estéti­cos que temos aqui no museu e em todas as nos­sas ativi­dades, que são o pilar da con­vivên­cia e o pilar da sus­tentabil­i­dade. É nesse con­tex­to que a gente sem­pre procu­ra pro­mover uma reflexão sobre o impacto que a tec­nolo­gia, ou ino­vação tec­nológ­i­ca, pode ter hoje e, tam­bém, no futuro, sem­pre con­vi­dan­do as pes­soas a imag­inarem as per­spec­ti­vas futuras para as mod­i­fi­cações que nós esta­mos viven­do”, disse à Agên­cia Brasil.

Segun­do Amarílis, o even­to Nova Bien­al Rio de Arte e Tec­nolo­gia é vis­to então como uma grande opor­tu­nidade de mostrar para o públi­co como as ino­vações tec­nológ­i­cas resul­tam em novas for­mas de se expres­sar artis­ti­ca­mente e como vários dess­es tra­bal­hos pro­movem um olhar críti­co e reflex­i­vo sobre essas temáti­cas que dizem respeito a todos. Ela ressaltou ain­da que há tra­bal­hos que sub­vertem o olhar para o espaço urbano. Seis obras que estão fora do espaço do museu, na Praça Mauá, com aces­so gra­tu­ito, con­vi­dam a repen­sar a relação com o espaço urbano e como a pop­u­lação usufrui das áreas públi­cas.

Já den­tro do MAR, há tra­bal­hos que abor­dam a questão da saúde e novas tec­nolo­gias que foram desen­volvi­das para diag­nós­ti­cos e abrem para novos exper­i­men­tações artís­ti­cas; obras que abor­dam a questão da poluição, da vig­ilân­cia. “São inúmeras temáti­cas que podem ser tra­bal­hadas a par­tir de cada um dess­es proces­sos”, disse.

Amarílis Lage disse que uma das pre­mis­sas da bien­al é a fusão do artís­ti­co com a ino­vação tec­nológ­i­ca. “Porque, na práti­ca, é como as coisas são. As ino­vações e os avanços em cada área não ocor­rem sep­a­rada­mente”.

Em exposição recente no MAR, que tra­tou da história do celu­lar, se mostrou como o apar­el­ho impactou na edu­cação, no proces­so democráti­co, na saúde físi­ca e men­tal das pes­soas e deu margem ao surg­i­men­to de novos negó­cios. “Muito além de diz­er que a ino­vação é boa ou ruim, o impor­tante é enten­der a com­plex­i­dade cul­tur­al em que essa ino­vação chega e que impactos ela pode pro­por­cionar”, expli­cou. Por isso, disse, que a ideia de fusão entre o artís­ti­co e o tec­nológi­co faz sen­ti­do porque surge da aprox­i­mação entre duas áreas que, muitas vezes, são con­sid­er­adas dis­tin­tas.

Destaques

Entre os tra­bal­hos expos­tos, destaque para o game (jogo) The Great Adven­ture Of Mate­r­i­al World, de Lu Yang, com lança­men­to inédi­to no Brasil. Lu Yang cria ima­gens fan­tás­ti­cas que rep­re­sen­tam uma mis­tu­ra inter­dis­ci­pli­nar de filosofia, neu­ro­ciên­cia, psi­colo­gia e tec­nolo­gia mod­er­na, assim como alusões a for­mas reais de vida e estru­turas de origem nat­ur­al e reli­giosa. Sua pro­dução abrange mecan­is­mos de jogos, filmes com ani­mações 3D, insta­lações jogáveis, holo­gra­mas, per­for­mances de cap­tura de movi­men­to e real­i­dade vir­tu­al.

Out­ro exem­p­lo é Gabriel Mas­san, artista brasileiro, que usa sua exper­iên­cia em desen­volvi­men­to de ani­mação 3D para cri­ar ecos­sis­temas vir­tu­ais inteiros, com base no con­ceito de Fab­u­lação Críti­ca, de Saidiya Hart­man.

Entre as insta­lações de arte públi­ca, desta­cam-se as escul­turas fan­tás­ti­cas movi­das a ven­to, de Theo Jansen, e a estru­tu­ra arquitetôni­ca pen­etráv­el do estú­dio Numen/For Use. Já nas escul­turas artic­u­ladas Poly­tope, da artista brasileira Lud­mi­la Rodrigues, que faz refer­ên­cia à obra Bichos, de Lygia Clark, o públi­co poderá cri­ar múlti­plas com­posições e exper­i­men­tar com o espaço. A insta­lação sono­ra Estrela Sen­sív­el, do Estú­dio Guto Reque­na, cap­ta a sonori­dade do ambi­ente em que está inseri­da e com a inter­ação do públi­co, gera novas cri­ações sono­ras.

18/09/2023, Nova Bienal Rio Arte e Tecnologia, no MAR. Ludmila Rodrigues - Polytope. Foto: Divulgação
Repro­dução: Nova Bien­al Rio Arte e Tec­nolo­gia, no MAR, obra de Lud­mi­la Rodrigues, Poly­tope — Foto: Divul­gação

Na sala de estar do MAR, o vis­i­tante encon­tra uma exper­iên­cia estéti­ca úni­ca com a obra Con­trol no Con­trol, do estú­dio canadense Ireg­u­lar. Tra­ta-se de um cubo com­pos­to por painéis de led de três met­ros que responde ao toque. Já em Lines, do artista dina­mar­quês Anders Lind, aos vis­i­tantes terão uma exper­i­men­tação sono­ra livre para com­por com instru­men­tos musi­cais que são ati­va­dos por lin­has dis­postas ao lon­go do corre­dor de entra­da do Espaço Expos­i­ti­vo Tem­porário.

A insta­lação Tube con­vi­da os vis­i­tantes a explo­rar uma rede arquitetôni­ca tridi­men­sion­al. A sus­pen­são da rede faz com que ela bal­ance e se mova enquan­to os vis­i­tantes se movem jun­tos pela for­mação sin­u­osa. A transparên­cia cria uma sen­sação de flu­tu­ar livre­mente e tam­bém uma ten­são entre a segu­rança de estar cer­ca­do pela rede de suporte e o peri­go da altura ver­tig­i­nosa.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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