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Museu Nacional lança primeiro catálogo impresso de obras raras

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Pub­li­ca­do em 15/04/2023 — 11:00 Por Alana Gan­dra – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O Museu Nacional lançou, nes­ta sem­ana, o primeiro catál­o­go impres­so de seu acer­vo de obras raras. Emb­o­ra cer­ca de 85% dos 20 mil itens do museu ten­ha sido destruí­do por um incên­dio de grandes pro­porções, em setem­bro de 2018, o dire­tor da insti­tu­ição, Alexan­der Kell­ner, con­tou à Agên­cia Brasil que as obras raras já estavam fora do museu quan­do o fogo con­sum­iu o Paço Impe­r­i­al, na Quin­ta da Boa Vista.

Chamas destroem Museu Nacional , na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão
Repro­dução: Sede do Museu Nacional foi destruí­da em incên­dio, há cin­co anos — Tânia Rego/Agência Brasil

“Feliz­mente, graças a uma políti­ca que a gente já tin­ha de reti­rar o acer­vo do Palá­cio de São Cristóvão e alo­jar em out­ros locais, nós con­seguimos mudar a nos­sa bib­liote­ca de lugar”. Além das obras raras, out­ras coleções tam­bém já estavam fora do museu.

“Hoje, graças ao tra­bal­ho feito pela nos­sa equipe de bib­liotecárias, que tem a Lean­dra Pereira à frente, nós con­seguimos brindar a sociedade brasileira com esse catál­o­go das obras raras, para que todos saibam um pouquin­ho mais dos tesouros que ficaram preser­va­dos em nos­sa insti­tu­ição.”

Além da ver­são impres­sa, o Catál­o­go de Obras Raras do Museu Nacional tam­bém está disponív­el para down­load gra­tu­ito des­de a últi­ma quin­ta-feira (13), quan­do foi lança­do. O catál­o­go foi orga­ni­za­do pelas pesquisado­ras Lean­dra Pereira de Oliveira, Mar­iân­gela Menezes e Vânia de Jesus Alves.

Raridades

Rio de Janeiro (RJ) - Catálogo impresso de obras raras do Museu Nacional. Foto: Museu Nacional/Divulgação
Repro­dução: Catál­o­go impres­so de obras raras do Museu Nacional — Museu Nacional/Divulgação

Chefe da Bib­liote­ca Cen­tral Museu Nacional, Lean­dra con­tou à Agên­cia Brasil que o catál­o­go lista 1.408 obras raras. Entre as pre­ciosi­dades, ela desta­cou a Torá (a bíblia hebraica), de 1,3 mil, que per­tenceu ao Imper­ador Pedro II e tem reg­istro do Insti­tu­to do Patrimônio Históri­co e Artís­ti­co Nacional (Iphan).

Ela citou ain­da o livro His­to­ria Nat­u­rale, escrito por Plínio (O Vel­ho), de 1481. A obra é chama­da de incunábu­lo, que são as pub­li­cações dos primeiros tem­pos da impren­sa no país, e per­tenceu à Imper­a­triz Leopold­ina.

Para a espe­cial­ista em livros raros Ana Vir­ginia Pin­heiro, out­ra obra do catál­o­go que merece destaque é a Arte de gram­mat­i­ca da lin­goa mais usa­da na Cos­ta do Brasil, de José Anchi­eta. O exem­plar orig­i­nal tem duas fol­has pre­lim­inares e 59 fol­has de tex­to. Ape­nas oito exem­plares são con­heci­dos no mun­do, sendo que dois estão no Brasil e os out­ros seis em insti­tu­ições de Por­tu­gal, Inglater­ra, Espan­ha e Itália.

“A descober­ta de um exem­plar no Museu Nacional foi uma grande sur­pre­sa”, disse Ana Vir­ginia.

A bib­liote­ca do Museu Nacional (MN) tem cer­ca 506 mil vol­umes, a maio­r­ia dos quais obti­dos por meio de per­mu­ta insti­tu­cional. Quan­do foi cri­a­do o per­iódi­co Arquiv­os do Museu Nacional, em 1876, ficou esta­b­ele­ci­da a per­mu­ta insti­tu­cional com bib­liote­cas de museus do mun­do todo.

“Atual­mente, a gente tem parce­rias com mais de 140 insti­tu­ições de 41 país­es. Ela [a bib­liote­ca] é muito grande. A gente tem 16 mil títu­los de per­iódi­cos e está entre as qua­tro maiores bib­liote­cas da uni­ver­si­dade [Fed­er­al do Rio de Janeiro – UFRJ]”, con­tou Lean­dra.

Projetos

A chefe da Bib­liote­ca Cen­tral do Museu Nacional con­tou à Agên­cia Brasil sobre dois novos pro­je­tos em anda­men­to. Um deles é o fac-símile da primeira obra que entrou para o acer­vo do MN. Tra­ta-se do man­u­scrito doa­do pelo Barão Wil­helm Lud­wig von Eschwege, um dos mem­bros da comi­ti­va da Imper­a­triz Leopold­ina. O Barão de Eschwege era geól­o­go e foi pago pela coroa por­tugue­sa para pesquis­ar o poten­cial min­er­al do Brasil.

“Ele entre­gou esse man­u­scrito para o Museu Nacional e ele nun­ca foi pub­li­ca­do, ou seja: se ele se perder, se perdeu. Min­ha ideia é faz­er um fac-símile desse livro”.

O segun­do pro­je­to con­siste em faz­er uma edição ampli­a­da e atu­al­iza­da da história da Bib­liote­ca do Museu Nacional. “A gente tem um livro, que foi pub­li­ca­do em 1966, por Dulce Cun­ha, comem­o­ran­do os 100 anos da bib­liote­ca, com­ple­ta­dos em 1963”. Os dois pro­je­tos serão em for­ma­to dig­i­tal e devem levar de um a qua­tro anos para estarem con­cluí­dos.

Emb­o­ra a pre­visão de reaber­tu­ra do Museu seja para 2026, o dire­tor do museu Alexan­der Kell­ner disse que, em jun­ho de 2024, pre­tende abrir parte do MN para vis­i­tação públi­ca, incluin­do a sala dos mete­ori­tos, o hall de entra­da e a escadaria cober­ta por uma claraboia.

Edição: Denise Griesinger

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