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quinta-feira ,7 dezembro 2023
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Museu Nacional precisa de R$ 180 milhões para reconstrução

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Fachada principal do Paço de São Cristóvão foi inteiramente restaurada


Pub­li­ca­do em 02/09/2023 — 09:10 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Cin­co anos depois do incên­dio que destru­iu o Museu Nacional ain­da fal­tam R$ 180 mil­hões para sua recon­strução. O orça­men­to pre­lim­i­nar esti­ma­do pelo Pro­je­to Museu Nacional Vive é de R$ 445 mil­hões, sem con­sid­er­ar o acer­vo. Deste total, já foram cap­ta­dos R$ 265,3 mil­hões, o que equiv­ale a 60% da meta. Até 80% dos 20 mil­hões de exem­plares do museu foram afe­ta­dos pelo incên­dio.

A facha­da prin­ci­pal do Paço de São Cristóvão foi inteira­mente restau­ra­da. Neste momen­to, as obras estão ocor­ren­do nos blo­cos 2 e 3 do Palá­cio, con­tem­p­lan­do serviços como pro­teção dos ele­men­tos que sobre­viver­am ao incên­dio; pro­teção das escav­ações e prospecções arque­ológ­i­cas; con­strução e imper­me­abi­liza­ção de lajes de cober­turas; regen­er­ação de todas as alve­nar­ias remanes­centes. Em mea­d­os de 2024, está pre­vista a aber­tu­ra da sala do mete­ori­to Ben­degó e da escadaria mon­u­men­tal no palá­cio históri­co. A pre­visão da reaber­tu­ra total do museu é 2028.

Rio de Janeiro (RJ), 01/09/2023 - Bloco 1 do edificio do Museu Nacional, parcialmente reconstruido após o incêndio em 2 de setembro de 2018, na Quinta da Boa Vista, zona norte da cidade. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: Blo­co 1 do edifí­cio do Museu Nacional, par­cial­mente recon­stru­i­do após o incên­dio em 2 de setem­bro de 2018, na Quin­ta da Boa Vista, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“A gente não quer faz­er um museu igual ao que era. Quer­e­mos faz­er um museu mod­er­no, sus­ten­táv­el que pro­mo­va o diál­o­go com a sociedade”, disse o pro­fes­sor Alexan­der Kell­ner, dire­tor da insti­tu­ição. “O Museu Nacional, para ser recon­struí­do, pre­cisa da sociedade. Por out­ro lado, temos a con­vicção de que a sociedade pre­cisa do seu Museu Nacional de vol­ta o quan­to antes”.

Karajá

Rio de Janeiro (RJ), 01/09/2023 - Ixyse Karajá,, segura o bracelete que pertenceu a seu filho falecido. Peça doada pelo povo Karajá para ajudar na recomposição do acervo do Museu Nacioanal. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: Ixyse Kara­já segu­ra o bracelete que per­tenceu a seu fil­ho. Peça doa­da pelo povo Kara­já para aju­dar na recom­posição do acer­vo do Museu Nacioanal. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Museu Nacional rece­beu doação do povo Kara­já de peças de sua cul­tura para aju­dar na recom­posição do acer­vo, per­di­do no incên­dio de 2018. O cacique tradi­cional e pajé Sokrowé Kara­já, da aldeia San­ta Isabel do Mor­ro, na Ilha do Bananal, em Tocan­tins, respon­sáv­el pela doação, vai par­tic­i­par de roda de con­ver­sa no Fes­ti­val Museu Nacional Vive .

O cacique já doou uma faca de rit­u­al tal­ha­da em uma úni­ca peça de madeira, dec­o­ra­da com penas e plumas de pás­saros, uma pan­ela de cerâmi­ca para rit­u­al e um ban­co. Dessa vez, ele trouxe um cocar usa­do em fes­tas e braceletes. “São obje­tos meus que estou entre­gan­do de coração de pre­sente para o museu”, disse Sokrowé.

Rio de Janeiro (RJ), 01/09/2023 - O cacique tradicional e pajé Sokrowé Karajá, da aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, em Tocantins; segura um bracelete. Peça doada pelo povo Karajá para ajudar na recomposição do acervo do Museu Nacioanal. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: O cacique tradi­cional e pajé Sokrowé Kara­já, da aldeia San­ta Isabel do Mor­ro, na Ilha do Bananal, em Tocan­tins; segu­ra um bracelete. Peça doa­da pelo povo Kara­já para aju­dar na recom­posição do acer­vo do Museu Nacioanal. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

O his­to­ri­ador Creni­val­do Veloso, do setor de etnolo­gia e etno­grafia do Museu Nacional, expli­cou que a prin­ci­pal pro­pos­ta de recon­sti­tu­ição do acer­vo é esta­b­ele­cer parce­rias com as comu­nidades de origem dos mate­ri­ais.

“A grande difer­ença é que as comu­nidades que pro­duzem essas peças estão par­tic­i­pan­do das escol­has, indi­can­do quais peças devem ser envi­adas para a insti­tu­ição, quais nar­ra­ti­vas podem ser apre­sen­tadas nas futuras exposições. Não trata­mos como doação. Temos trata­do essa exper­iên­cia como com­par­til­hamen­to porque eles estão com­par­til­han­do conosco suas histórias, memórias, ances­tral­i­dades”, disse Veloso.

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Festival

Mar­can­do os cin­co anos dos tra­bal­hos para recon­stru­ir o Museu Nacional, destruí­do por um incên­dio em 2 de setem­bro de 2018, a insti­tu­ição e os par­ceiros do Pro­je­to Museu Nacional Vive (UFRJ, Unesco e Insti­tu­to Cul­tur­al Vale) pro­movem a edição 2023 do Fes­ti­val Museu Nacional Vive a par­tir das 10h deste domin­go (3). Será uma opor­tu­nidade para o públi­co ver de per­to os avanços na restau­ração do Paço de São Cristóvão.

Na Ten­da Cien­tí­fi­ca, pesquisadores de diver­sos setores do museu vão inter­a­gir com o públi­co por meio de 30 ativi­dades, incluin­do exposição de acer­vos, relatos, jogos e painéis. Será pos­sív­el saber mais sobre as difer­entes coleções do museu, ter con­ta­to com seres vivos e preser­va­dos, e até con­hecer o proces­so de dig­i­tal­iza­ção de acer­vos, com demon­stração ao vivo.

O pro­je­to Meni­nas com Ciên­cia tam­bém par­tic­i­pa do encon­tro, ofer­e­cen­do uma ofic­i­na com madeiras. Já a ativi­dade O Res­gate dos Acer­vos — O Museu que sobre­viveu ao fogo vai apre­sen­tar o proces­so de sal­va­men­to de acer­vos, com a exposição de itens da for­ma que foram recu­per­a­dos, tam­bém peças que já foram tratadas e limpas, assim como répli­cas e equipa­men­tos uti­liza­dos.

O Museu da Vida da Fiocruz traz a ativi­dade Por Den­tro de Nós, que apre­sen­ta o fun­ciona­men­to do cor­po humano e suas inter­ações, por meio de mod­e­los anatômi­cos, além de per­mi­tir ao vis­i­tante inter­a­gir com microscó­pios e lupas.

Para Juliana Sayão, dire­to­ra adjun­ta de inte­gração Museu e Sociedade, é fun­da­men­tal que a sociedade não esqueça o que acon­te­ceu no Museu Nacional para que esse tipo de situ­ação não se repi­ta em out­ros apar­el­hos cul­tur­ais do país.

“É impor­tante o museu mar­car nes­sa data que está próx­i­mo do públi­co, tra­bal­han­do e queren­do atu­ar jun­to com a sociedade. Cada vez que a gente tem con­ta­to com o públi­co do Museu Nacional, a gente tem a opor­tu­nidade de reviv­er os momen­tos felizes que eram tan­to para nós quan­to para o públi­co de com­par­til­har as ativi­dades desen­volvi­das no museu”, disse Juliana.

Festival Museu Nacional Vive

Domin­go, 03/09 | Alame­da das Sapu­ca­ias (Quin­ta da Boa Vista)

Ten­da cien­tí­fi­ca

Ativi­dades educa­ti­vas pro­movi­das por difer­entes setores do Museu Nacional/UFRJ
Das 10h às 16h

Ten­da cul­tur­al

11h30 — Com­pan­hia Fol­clóri­ca do Rio — UFRJ
13h30 — Uni­cir­co Mar­cos Fro­ta
15h30 — Roda de Sam­ba com o Grupo Arru­da

Rodas de con­ver­sa

0h — A Coleção Region­al do Museu Nacional, com a Dra. Car­la Cos­ta Dias
12h30 — Povo Iny Kara­já da Ilha do Bananal (Tocan­tins) + Pin­tu­ra cor­po­ral e grafis­mos

Feira Jun­ta local

10h às 17h30 — Pro­du­tores com­er­cial­izan­do comi­da boa, local e jus­ta

Edição: Maria Clau­dia

Cinco Anos do Incêndio no Museu Nacional

Festival

Mar­can­do os cin­co anos dos tra­bal­hos para recon­stru­ir o Museu Nacional, destruí­do por um incên­dio em 2 de setem­bro de 2018, a insti­tu­ição e os par­ceiros do Pro­je­to Museu Nacional Vive (UFRJ, Unesco e Insti­tu­to Cul­tur­al Vale) pro­movem a edição 2023 do Fes­ti­val Museu Nacional Vive a par­tir das 10h deste domin­go (3). Será uma opor­tu­nidade para o públi­co ver de per­to os avanços na restau­ração do Paço de São Cristóvão.

Na Ten­da Cien­tí­fi­ca, pesquisadores de diver­sos setores do museu vão inter­a­gir com o públi­co por meio de 30 ativi­dades, incluin­do exposição de acer­vos, relatos, jogos e painéis. Será pos­sív­el saber mais sobre as difer­entes coleções do museu, ter con­ta­to com seres vivos e preser­va­dos, e até con­hecer o proces­so de dig­i­tal­iza­ção de acer­vos, com demon­stração ao vivo.

O pro­je­to Meni­nas com Ciên­cia tam­bém par­tic­i­pa do encon­tro, ofer­e­cen­do uma ofic­i­na com madeiras. Já a ativi­dade O Res­gate dos Acer­vos — O Museu que sobre­viveu ao fogo vai apre­sen­tar o proces­so de sal­va­men­to de acer­vos, com a exposição de itens da for­ma que foram recu­per­a­dos, tam­bém peças que já foram tratadas e limpas, assim como répli­cas e equipa­men­tos uti­liza­dos.

O Museu da Vida da Fiocruz traz a ativi­dade Por Den­tro de Nós, que apre­sen­ta o fun­ciona­men­to do cor­po humano e suas inter­ações, por meio de mod­e­los anatômi­cos, além de per­mi­tir ao vis­i­tante inter­a­gir com microscó­pios e lupas.

Para Juliana Sayão, dire­to­ra adjun­ta de inte­gração Museu e Sociedade, é fun­da­men­tal que a sociedade não esqueça o que acon­te­ceu no Museu Nacional para que esse tipo de situ­ação não se repi­ta em out­ros apar­el­hos cul­tur­ais do país.

“É impor­tante o museu mar­car nes­sa data que está próx­i­mo do públi­co, tra­bal­han­do e queren­do atu­ar jun­to com a sociedade. Cada vez que a gente tem con­ta­to com o públi­co do Museu Nacional, a gente tem a opor­tu­nidade de reviv­er os momen­tos felizes que eram tan­to para nós quan­to para o públi­co de com­par­til­har as ativi­dades desen­volvi­das no museu”, disse Juliana.

Festival Museu Nacional Vive

Domin­go, 03/09 | Alame­da das Sapu­ca­ias (Quin­ta da Boa Vista)

Ten­da cien­tí­fi­ca

Ativi­dades educa­ti­vas pro­movi­das por difer­entes setores do Museu Nacional/UFRJ
Das 10h às 16h

Ten­da cul­tur­al

11h30 — Com­pan­hia Fol­clóri­ca do Rio — UFRJ
13h30 — Uni­cir­co Mar­cos Fro­ta
15h30 — Roda de Sam­ba com o Grupo Arru­da

Rodas de con­ver­sa

0h — A Coleção Region­al do Museu Nacional, com a Dra. Car­la Cos­ta Dias
12h30 — Povo Iny Kara­já da Ilha do Bananal (Tocan­tins) + Pin­tu­ra cor­po­ral e grafis­mos

Feira Jun­ta local

10h às 17h30 — Pro­du­tores com­er­cial­izan­do comi­da boa, local e jus­ta

Edição: Maria Clau­dia

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