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“Não vamos cortar o salário mínimo”, reafirma Lula

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Em entrevista, presidente destacou os números atuais da economia


Publicado em 16/07/2024 — 21:32 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va voltou a negar, nes­ta terça-feira (16), que vá tomar qual­quer medi­da de corte de orça­men­to públi­co que envol­va a redução do salário mín­i­mo para as parce­las mais pobres da pop­u­lação, como aque­las que recebem da Pre­v­idên­cia Social. Em entre­vista à TV Record, ele desta­cou que o cresci­men­to da riqueza no país deve ser dis­tribuí­do de for­ma equi­tati­va para todos.

“Quan­do alguém fala que eu dev­e­ria desvin­cu­lar o salário mín­i­mo da Pre­v­idên­cia Social. O mín­i­mo, já diz, é o mín­i­mo. Não tem nada mais baixo que o mín­i­mo. Então, eu não pos­so cor­tar o mín­i­mo, que já é o mais baixo de tudo. Quan­do você tem que dar aumen­to do salário mín­i­mo, você faz a reposição infla­cionária. Se a inflação foi 3%, você repõe 3%. O cresci­men­to do PIB nos últi­mos dois anos, a média, a gente dá de aumen­to do salário mín­i­mo. Então, se durante dois anos o PIB crescer 6%, a gente além da inflação dá 6% de aumen­to. O que é humana­mente jus­to, social­mente jus­to.

Lula tam­bém desta­cou os números atu­ais da econo­mia, que estão aci­ma das expec­ta­ti­vas dos agentes de mer­ca­do, e voltou a criticar a taxa de juros do Ban­co Cen­tral. “Não tem um úni­co número que diga que o Brasil tem qual­quer prob­le­ma. A gente está crescen­do mais do que a pre­visão do mer­ca­do. O mer­ca­do pre­via 0,8%, nós cresce­mos 3%. O mer­ca­do pre­via a inflação descon­tro­la­da, a inflação está total­mente con­tro­la­da. A úni­ca coisa que não está con­tro­la­da é a taxa de juros”, afir­mou.

O pres­i­dente ain­da exal­tou a ger­ação de empre­gos, o cresci­men­to da mas­sa salar­i­al, e reafir­mou o com­pro­mis­so de isen­tar o Impos­to de Ren­da quem gan­ha salário de até R$ 5 mil por mês.

“Ger­amos 2,5 mil­hões de empre­gos em um ano e sete meses. A mas­sa salar­i­al cresceu 11,7%. O salário mín­i­mo é rea­jus­ta­do duas vezes aci­ma da inflação. Isenção do impos­to de ren­da para quem gan­ha dois salários mín­i­mos e eu pre­tendo chegar a R$ 5 mil de descon­to do impos­to de ren­da. Tiramos 24 mil­hões de pes­soas da fome. Então, nós esta­mos viven­do um momen­to sen­sa­cional”, cele­brou.

Meta fiscal

Lula foi per­gun­ta­do se o gov­er­no pre­tende mod­i­ficar a meta de déficit zero nas con­tas públi­cas, em 2024, para cumprir as regras do arcabouço fis­cal, ao que ele respon­deu que o mais impor­tante é que a econo­mia cresça com sus­tentabil­i­dade fis­cal.

“Esse país é muito grande. Muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos diri­gentes, de alguns espec­u­ladores. Porque esse país não tem nen­hum prob­le­ma. Se o déficit é zero, se é 0,1, o que é impor­tante é que o país este­ja crescen­do. O que é impor­tante é que a econo­mia este­ja crescen­do. O que é impor­tante é que o emprego este­ja crescen­do. O salário está crescen­do. Nós vamos faz­er o que for necessário para cumprir o arcabouço fis­cal. Nós vamos cri­ar um país com esta­bil­i­dade jurídi­ca. Nós vamos cri­ar um país com esta­bil­i­dade fis­cal, com esta­bil­i­dade econômi­ca, com esta­bil­i­dade social. Esse país terá pre­vis­i­bil­i­dade”, afir­mou.

Na próx­i­ma sem­ana, o Min­istério da Fazen­da dev­erá anun­ciar blo­queios no orça­men­to para cumprir a meta de resul­ta­do primário, segun­do anun­ciou o tit­u­lar da pas­ta, Fer­nan­do Had­dad.

Violência política

O pres­i­dente tam­bém comen­tou sobre a vio­lên­cia políti­ca no mun­do, ao reper­cu­tir, nova­mente, o aten­ta­do sofri­do pelo ex-pres­i­dente dos Esta­dos Unidos, Don­ald Trump, que é can­dida­to ao car­go nas eleições norte-amer­i­canas deste ano. Para Lula, o mun­do vive uma era onde as pes­soas não se respeitam e não respeitam a força do argu­men­to.

“É abom­ináv­el qual­quer tipo de vio­lên­cia. Não é só com o ex-pres­i­dente Don­ald Trump. É a morte de um prefeito em uma cidadez­in­ha no inte­ri­or. É a morte de um vereador em uma cidadez­in­ha no inte­ri­or. Então, é pre­ciso que a gente volte a ter tol­erân­cia. O que temos hoje é a der­ro­ta do argu­men­to, o argu­men­to vale muito pouco. O que vale hoje é men­ti­ra, o que vale é fake news. Porque quan­do você está dizen­do a ver­dade, você tem que argu­men­tar. Quan­do você está con­tan­do uma men­ti­ra, não tem que argu­men­tar. Essa a difer­ença que está fazen­do hoje fal­ta na sociedade brasileira. A vol­ta do argu­men­to para os debates políti­cos. Está fal­tan­do um pouco de com­preen­são dos prob­le­mas do mun­do”.

Na mes­ma lin­ha, o pres­i­dente defend­eu a urgên­cia de uma reg­u­lação sobre as grandes empre­sas de tec­nolo­gia, que con­tro­lam as platafor­mas de redes soci­ais.

“Não é pos­sív­el que as empre­sas con­tin­uem gan­han­do din­heiro dis­sem­i­nan­do men­ti­ras, fazen­do provo­cação, cam­pan­ha con­tra vaci­na, sem levar em con­ta nen­hum com­pro­mis­so com a ver­dade. Eu sou favoráv­el a que a gente dê uma reg­u­lação, porque essas empre­sas não pagam nada. Gan­ham bil­hões de pub­li­ci­dade. Têm muito lucro com a dis­sem­i­nação do ódio no mun­do inteiro”, disse.

Edição: Sab­ri­na Craide

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