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Nasa divulga hoje novas imagens obtidas pelo telescópio James Webb

Repro­dução: © Space Tele­scope Sci­ence Insti­tut

Agência promete “visões sem precedentes” e ricas em detalhes


Pub­li­ca­do em 12/07/2022 — 06:21 Por Pedro Peduzzi, da Agên­cia Brasil, e Adrie­len Alves, da TV Brasil — Brasília

Ouça a matéria:

A Agên­cia Espa­cial Norte-Amer­i­cana (Nasa) apre­sen­ta nes­ta terça-feira (12) novas ima­gens obti­das pelo Telescó­pio Espa­cial James Webb. De acor­do com o órgão, tais ima­gens rev­e­larão “visões sem prece­dentes”, ric­as em detal­h­es do Uni­ver­so.

Ontem (11), a primeira imagem, do aglom­er­a­do de galáx­i­as con­heci­do como SMACS 0723, local­iza­do há 4,6 bil­hões de anos luz, foi divul­ga­da em even­to na Casa Bran­ca que con­tou com a par­tic­i­pação do pres­i­dente norte-amer­i­cano Joe Biden.

A divul­gação das ima­gens hoje será trans­mi­ti­da ao vivo, a par­tir das 11h30 (horário de Brasília), pela Nasa, bem como pelas redes soci­ais da agên­cia. As ima­gens tam­bém serão disponi­bi­lizadas no site da agên­cia.

Local­iza­do a 1,5 mil­hão de quilômet­ros da Ter­ra, no chama­do pon­to L2„ o James Webb Space Tele­scope (JWST) é fru­to de uma parce­ria entre as agên­cias espa­ci­ais norte-amer­i­cana (Nasa) e europeia (ESA). Ele tem como prin­ci­pal car­ac­terís­ti­ca a cap­tação de radi­ação infraver­mel­ha.

Se tudo der cer­to, o equipa­men­to per­mi­tirá aos pesquisadores obser­var a for­mação das primeiras galáx­i­as e estre­las. Além de estu­dar a evolução das galáx­i­as, eles poderão ain­da obser­var a pro­dução de ele­men­tos pelas estre­las e os proces­sos de for­mação de estre­las e plan­e­tas.

Mistérios

A expec­ta­ti­va é que, além de resolver mis­térios do nos­so sis­tema solar, o telescó­pio olhe para mun­dos dis­tantes em torno de out­ras estre­las e inves­tigue mis­te­riosas estru­turas e ori­gens do Uni­ver­so, con­tribuin­do para que o ser humano enten­da mel­hor tam­bém o seu próprio plan­e­ta.

De acor­do com a Nasa, a primeira leva de ima­gens, sele­cionadas por um comitê inter­na­cional, abrange duas neb­u­losas (Cari­na e a do Anel Sul), um plan­e­ta (Wasp-96 b) e dois aglom­er­a­dos de galáx­i­as (o Quin­te­to de Stephan e os aglom­er­a­dos Smacs 0723).

Con­heça os primeiros cor­pos celestes obser­va­dos pelo James Webb, descritos pela própria Nasa:

- Neb­u­losa Cari­na: uma das maiores e mais bril­hantes neb­u­losas do céu, local­iza­da a aprox­i­mada­mente 7,6 mil anos-luz de dis­tân­cia na con­ste­lação sul de Cari­na. As neb­u­losas são berçários este­lares onde as estre­las se for­mam. A Neb­u­losa Cari­na é o lar de muitas estre­las mas­si­vas, várias vezes maiores que o Sol.

- WASP-96 b: plan­e­ta gigante fora do nos­so sis­tema solar, com­pos­to prin­ci­pal­mente de gás. Local­iza­do a cer­ca de 1.150 anos-luz da Ter­ra, orbi­ta sua estrela a cada 3,4 dias. Tem cer­ca de metade da mas­sa de Júpiter e sua descober­ta foi anun­ci­a­da em 2014.

- Neb­u­losa do Anel Sul: tam­bém con­heci­da como neb­u­losa “Eight-Burst”, é uma neb­u­losa plan­etária – uma nuvem de gás em expan­são, envol­ven­do uma estrela mori­bun­da. Tem quase meio ano-luz de diâmetro e está local­iza­da a aprox­i­mada­mente 2 mil anos-luz de dis­tân­cia da Ter­ra.

- Quin­te­to de Stephan: local­iza­do a cer­ca de 290 mil­hões de anos-luz de dis­tân­cia da Ter­ra, na con­ste­lação de Péga­so. Foi o primeiro grupo com­pacto de galáx­i­as descober­to, em 1877. Qua­tro das cin­co galáx­i­as den­tro do quin­te­to estão pre­sas em uma dança cós­mi­ca de repeti­dos encon­tros ime­di­atos.

- SMACS 0723: aglom­er­a­dos maciços de galáx­i­as, em primeiro plano, que ampli­am e dis­torcem a luz dos obje­tos atrás deles, per­mitin­do uma visão de cam­po pro­fun­do em pop­u­lações de galáx­i­as extrema­mente dis­tantes e intrin­se­ca­mente fra­cas.

James Webb

A Nasa expli­ca que, para realizar os estu­dos pre­tendi­dos, com “sen­si­bil­i­dade sem prece­dentes”, o obser­vatório dev­erá ser man­ti­do frio, livre das grandes fontes de inter­fer­ên­cia de infraver­mel­ho cau­sadas por cor­pos celestes como o Sol, a Ter­ra e a Lua.

Para blo­quear as fontes de irra­di­ação de infraver­mel­ho, o James Webb terá, con­si­go, um “grande escu­do solar dobráv­el met­al­iza­do”, a ser aber­to no espaço. Seu espel­ho tem cer­ca de 6,5 met­ros de diâmetro.

Para faz­er a obser­vação das áreas mais dis­tantes, o telescó­pio terá ain­da, em seus módu­los, equipa­men­tos sen­síveis à radi­ação infraver­mel­ha: câmera, espec­tró­grafo e out­ros instru­men­tos para anal­is­ar o infraver­mel­ho emi­ti­do pelas fontes miradas por ele. Terá tam­bém um módu­lo respon­sáv­el pelo trans­porte de dados cole­ta­dos, além do telescó­pio óti­co.

Homenagem

O nome escol­hi­do para o novo telescó­pio espa­cial é uma hom­e­nagem a um anti­go admin­istrador da Nasa, James Edwin Webb. Ele lid­er­ou o pro­gra­ma Apol­lo, além de uma série de out­ras impor­tantes mis­sões espa­ci­ais.

Edição: Paula Labois­sière

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