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Nível do Guaíba mantém queda, mas preocupação dos moradores continua

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Na Lagoa dos Patos, apesar da redução, água ainda está acima da cota


Publicado em 09/06/2024 — 14:57 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agência Brasil — Brasília

O nív­el do Rio Guaí­ba con­tin­ua baixan­do. Às 9h deste domin­go (9), a pro­fun­di­dade do cur­so d´água jun­to à Usi­na do Gasômetro, em Por­to Ale­gre, atingiu 2,91 met­ros. Esta é a menor mar­ca reg­istra­da des­de 3 de maio, quan­do os tem­po­rais que atin­gi­ram o Rio Grande do Sul, no fim de abril, se inten­si­ficaram, cau­san­do a maior tragé­dia climáti­ca da história do esta­do. Em 6 de maio, no mes­mo local, as águas chegaram a 5,33 met­ros.

A boa notí­cia, con­tu­do, não aten­ua a pre­ocu­pação dos moradores do extremo sul do esta­do. Isso porque o grande vol­ume de água que escoa do Guaí­ba pas­sa pela Lagoa dos Patos antes de desaguar no Oceano Atlân­ti­co. E a veloci­dade com que isso ocorre é afe­ta­da por uma con­junção de fatores que podem retar­dar a vazão, incluin­do a direção do ven­to e a veloci­dade da cor­renteza marí­ti­ma.

Emb­o­ra o nív­el da Lagoa dos Patos ven­ha baixan­do lenta­mente nos últi­mos dias, no ger­al, ele segue aci­ma das cotas de inun­dações. E a chega­da de uma nova frente fria ao esta­do e o pos­sív­el retorno das chu­vas podem com­pro­m­e­ter a situ­ação. De acor­do com a Defe­sa Civ­il estad­ual, a par­tir do próx­i­mo dia 15, pode voltar a chover forte (entre 150 milímet­ros e 200 milímet­ros ao lon­go de dois dias) nas regiões dos Vales, Ser­ra, Litoral Norte e da Grande Por­to Ale­gre.

Alerta

A pre­visão motivou o Cen­tro Nacional de Mon­i­tora­men­to e Aler­ta de Desas­tres Nat­u­rais (Cemaden) a emi­tir um aler­ta sobre o “alto risco hidrológi­co”, ou seja, de ocor­rerem novas enchentes e inun­dações nas prox­im­i­dades da foz da Lagoa dos Patos. “Em função da pre­visão mete­o­rológ­i­ca, que indi­ca ven­to de quad­rante norte/noroeste, a pre­visão hidrológ­i­ca é de que a Lagoa dos Patos, per­maneça em recessão; mas com alter­ações na drenagem em função da maré e dos ven­tos dom­i­nantes”, infor­mou o cen­tro vin­cu­la­do ao Min­istério da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vações.

“O aler­ta do Cemaden deve-se ao fato do nív­el da Lagoa dos Patos já estar aci­ma da cota de inun­dação. E, dev­i­do à ação dos ven­tos e ao escoa­men­to mais lento, deve per­manecer assim pelos próx­i­mos dias. Ou seja, creio que isso não é um indica­ti­vo de novas inun­dações, mas sim da con­tinuidade da atu­al situ­ação”, afir­mou à Agên­cia Brasil o hidról­o­go Pedro Camar­go, da Sala de Situ­ação esta­b­ele­ci­da pelo gov­er­no gaú­cho.

Para Camar­go, a even­tu­al chega­da de uma nova frente fria poderá, con­forme anun­ci­a­do pelo Cemaden, provo­car chu­vas volu­mosas, afe­tan­do o com­por­ta­men­to dos rios que cor­tam o esta­do, incluin­do os que for­mam a Bacia Hidro­grá­fi­ca do Guaí­ba. “Mas pode tam­bém não ser nada muito sig­ni­fica­ti­vo. Há sim uma per­spec­ti­va de que o nív­el de alguns rios volte a subir, poden­do, em alguns casos, atin­gir lim­i­ares de aler­ta, mas difi­cil­mente super­arão isso”, afir­mou.

Coor­de­nador da Defe­sa Civ­il da cidade de São José do Norte, na desem­bo­cadu­ra da Lagoa dos Patos, o secretário munic­i­pal de Trans­porte e Trân­si­to, Jonas Cos­ta, tam­bém con­sid­era que, emb­o­ra seja necessário ficar aten­to, não há moti­vo para ate­morizar a pop­u­lação, já trauma­ti­za­da com os fatos recentes.

“Vamos torcer para esta frente fria não traz­er mais chu­vas fortes, pois isso seria um grande prob­le­ma, mas esta­mos mon­i­toran­do a situ­ação e, se necessário, tomare­mos novas providên­cias”, asse­gurou Cos­ta ao infor­mar que o municí­pio ban­hado pela lagoa ain­da não se reesta­b­ele­ceu das últi­mas chu­vas.

“Emb­o­ra o nív­el da lagoa já ten­ha baix­a­do bas­tante em com­para­ção há algu­mas sem­anas, con­tin­ua aci­ma da cota de inun­dação. Algu­mas pes­soas ain­da não pud­er­am voltar para suas residên­cias. Há comér­cios e até uma agên­cia bancária com difi­cul­dades para reabrir. Em ao menos um pon­to, o trân­si­to segue inter­rompi­do e o trans­porte de lan­chas e bar­cos teve que ser alter­ado”, disse Cos­ta.

Edição: Aécio Ama­do

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