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No bloco Me Enterra na Quarta, foliões negam fim do carnaval do Rio

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Bloco desfila há 20 anos pelas ruas do bairro da Glória


Pub­li­ca­do em 14/02/2024 — 20:36 Por Léo Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Há 20 anos, o Cordão do Me Enter­ra Na Quar­ta con­vo­ca os car­i­o­cas e tur­is­tas para encer­rar a folia. O blo­co surgiu para estim­u­lar a exten­são do car­naval até a quar­ta-feira de cin­zas. Mas, se depen­der da expec­ta­ti­vas de alguns foliões, a fes­ta ain­da vai durar mais dias.

Rio de Janeiro (RJ) 14/02/2024 – A professora universitária Lenise Fernandes curte o carnaval do bloco Me Enterra na Quarta, que desfila nas ruas da Glória na quarta-feira de cinzas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Para Lenise Fer­nan­des, o car­naval começou na quar­ta. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

“Meu car­naval começou hoje. Eu esta­va com covid-19. Tive alta na segun­da-feira, mas só tive ener­gia para vir hoje. Para mim, é ‘me ressus­ci­ta na quar­ta’ ”, disse a pro­fes­so­ra uni­ver­sitária Lenise Fer­nan­des.

Rio de Janeiro (RJ) 14/02/2024 – Foliões curtem o carnaval do bloco Me Enterra na Quarta, que desfila nas ruas da Glória na quarta-feira de cinzas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução:  Me Enter­ra na Quar­ta entrou na rua com mui­ta ale­gria. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil
No cal­endário católi­co, a quar­ta-feira de cin­zas é o primeiro dia da Quares­ma, um perío­do de sac­ri­fí­cios e pri­vações. Emb­o­ra o car­naval seja uma fes­ta de origem pagã, durante grande parte do sécu­lo pas­sa­do, havia de algu­ma for­ma um cer­to alin­hamen­to com a agen­da reli­giosa. Tudo começa­va no sába­do e se encer­ra­va na noite de terça-feira para quar­ta-feira, dia que era então con­sid­er­a­do por muitos foliões um momen­to para des­cansar e para recu­per­ar as ener­gias.

De uns anos para cá, no entan­to, sur­gi­ram em muitas cidades opções para quem quer esten­der o seu car­naval para além da terça-feira. O Córdão do Me Enter­ra na Quar­ta é um dos mais tradi­cionais blo­cos da quar­ta-feira de cin­zas do Rio de Janeiro. Em suas redes soci­ais, o públi­co é con­vo­ca­do “para fechar o car­naval com chave de ouro”. A ban­da que dá o tom do corte­jo exe­cu­ta march­in­has, mara­ca­tus, sam­bas, axés e for­rós.

Reprodução:Bloco des­fi­la nas ruas da Glória na quar­ta-feira de cin­zas. Foto:Fernando Frazão/Agência Brasil

“É quar­ta-feira o car­naval acabar⁣/ Não dá não dá/ Viv­er sem ti, meu amor⁣/ Eu já bebi por aqui⁣/ Eu já caí por ali⁣/ Seguin­do em frente/ can­tan­do a min­ha dor⁣/ Dia de Cin­zas, o son­ho acabou/ E já não pos­so parar/ Mas o que hei de fazer⁣/ Me embebe­dar de prazer⁣/ Eu vou brin­car até o sol raiar⁣”, diz o hino do blo­co, com­pos­to por Lau­ra Berre­do e Jo Codeço.

Ape­sar de entrarem no rit­mo, muitos foliões não plane­jam levar a com­posição ao pé da letra. O médi­co Nicolás Cuan é out­ro que não pre­tende colo­car um pon­to final na folia. “Car­naval no Rio? São qua­tro meses. Não vamos enter­rar o car­naval hoje. Impos­sív­el. Aman­hã podemos faz­er uma pausa. Depois con­tin­u­amos”.

Com nacional­i­dade mex­i­cana e alemã, ele real­i­zou inter­câm­bio acadêmi­co no Brasil e não pen­sou duas vezes antes de voltar ao país para o car­naval. “Vim cur­tir essa fes­ta mar­avil­hosa que não tem igual em nen­hum out­ro lugar do mun­do. Aproveit­ei tam­bém para fugir do frio europeu”, con­ta.

Rio de Janeiro (RJ) 14/02/2024 – Foliões curtem o carnaval do bloco Me Enterra na Quarta, que desfila nas ruas da Glória na quarta-feira de cinzas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Foliões não querem parar. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil — Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Nes­ta edição, pela primeira vez, o Cordão do Me Enter­ra Na Quar­ta real­i­zou seu corte­jo nos arredores da Praça Paris, no cen­tro do Rio de Janeiro. Até então, o blo­co per­cor­ria anual­mente as ladeiras do bair­ro de San­ta Tere­sa. Pelas redes soci­ais, a alter­ação foi anun­ci­a­da e jus­ti­fi­ca­da.

“O moti­vo da decisão para a mudança foi, em primeiro lugar, a segu­rança dos foliões. As estre­itas ladeiras já não com­por­tavam mais a mar­avil­hosa mul­ti­dão que nos acom­pan­ha. Em segun­do, o taman­ho da nos­sa ban­da. Com mais de 150 inte­grantes, para con­seguirmos man­ter a unidade do som, pre­cisamos de um local mais amp­lo. O lugar escol­hi­do não podia ser mel­hor. O arco de árvores cen­tenárias, o enorme jardim da Praça Paris, as três pis­tas fechadas que pos­si­bil­i­tarão, pela primeira vez, ter­mos uma ala des­ti­na­da às pes­soas com defi­ciên­cia, cri­anças e idosos”, infor­mou o blo­co.

Edição: Maria Clau­dia

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