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No Rio, mulheres marcham contra misoginia e desigualdades

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Diferentes grupos lembraram do sofrimento das mulheres em Gaza


Publicado em 08/03/2024 — 21:38 Por Rafael Cardoso — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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“Jun­tas somos gigantes”. Das cen­te­nas de ban­deiras, faixas e car­tazes lev­an­ta­dos nes­ta sex­ta-feira (8) no Rio de Janeiro, durante a man­i­fes­tação pelo Dia Inter­na­cional da Mul­her, a men­sagem se desta­cou. Em fun­do bran­co e letras azuis, uma sín­tese do ato. Difer­entes pau­tas, movi­men­tos soci­ais e gru­pos políti­cos unidos pela igual­dade de dire­itos e pelo com­bate às várias for­mas de vio­lên­cia con­tra as mul­heres.

“Escol­her um tema só para o ato é muito difí­cil, porque são várias lutas. As mul­heres são atingi­das de várias for­mas. O sex­is­mo e o patri­ar­ca­do frag­men­tam a nos­sa vida de uma for­ma, que temos uma lista enorme de ban­deiras de luta. Mas uma sín­tese é a luta pela vida, e uma vida com dig­nidade. Esta­mos falan­do de antir­racis­mo, de com­bate à vio­lên­cia, do dire­ito ao nos­so cor­po. Uma vida que não é só exi­s­tir e sobre­viv­er, mas é exi­s­tir em plen­i­tude”, disse a cien­tista social Car­oli­na Otávio, mem­bro do Movi­men­to do Brasil Pop­u­lar.

“Esta­mos reforçan­do a neces­si­dade de com­bat­er o fem­i­nicí­dio e todas as for­mas de explo­ração e opressão con­tra mul­heres lés­bi­cas, trans, aque­las que moram em per­ife­rias, negras, na Palesti­na. Nos­so foco é o for­t­alec­i­men­to da democ­ra­cia e o com­bate aos dis­cur­sos do ódio e da mis­oginia”, reforçou Gise­le Cala­ma­ra, secretária de mul­heres da Cen­tral Úni­ca dos Tra­bal­hadores (CUT-Rio) e dire­to­ra do Sindi­ca­to dos Pro­fes­sores do Municí­pio do Rio de Janeiro (Sin­pro­Rio).

O ato na cap­i­tal flu­mi­nense começou no fim da tarde e se esten­deu durante a noite des­ta sex­ta-feira. Como acon­tece todos os anos, as man­i­fes­tantes se con­cen­traram em frente à Igre­ja da Can­delária e seguiram em cam­in­ha­da até a Cinelân­dia, tradi­cional região de protestos soci­ais da cidade.

Um grupo de mul­heres das fave­las de Man­guin­hos e Jacarez­in­ho levan­tou faixa con­tra o genocí­dio da juven­tude negra e a vio­lên­cia estatal nas fave­las. Mais à frente, o pedi­do foi por autono­mia finan­ceira e equidade de gênero nas relações de tra­bal­ho. E out­ras exi­giam liber­dade e autori­dade sobre o próprio cor­po.

Rio de Janeiro (RJ) 08/03/2024 – A manifestação 8M reúne pessoas em luta por direitos femininos no Dia Internacional da Mulher, no Centro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro (RJ) – Mul­heres protes­tam pelo dire­ito ao abor­to legal. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

“Hoje o que mais me toca é a legal­iza­ção do abor­to. O cor­po é nos­so, per­tence à mul­her. É ela que tem o dire­ito de escol­her o que quer faz­er com ele. Depois do perío­do que tive­mos de retro­ces­so no Brasil, com o gov­er­no ante­ri­or, pre­cisamos aproveitar que vive­mos em um momen­to mel­hor e inten­si­ficar a luta por essa ban­deira”, disse a assis­tente social Alzi­ra Pra­ta.

Palestina

As pau­tas não se restringiam às questões nacionais. Um grupo avança­va pela Aveni­da Rio Bran­co, no Cen­tro do Rio, com roupas e ban­deiras palesti­nas, e segu­ravam no colo flo­res e bonecas pin­tadas de ver­mel­ho. Uma rep­re­sen­tação das mães que têm per­di­do os fil­hos na Faixa de Gaza, por causa dos bom­bardeios israe­lens­es. As mul­heres fazem parte do Artis­tas pela Palesti­na, que reúne ativis­tas, artis­tas plás­ti­cos, can­tores e musicis­tas.

Rio de Janeiro (RJ) 08/03/2024 – A manifestação 8M reúne pessoas em luta por direitos femininos no Dia Internacional da Mulher, no Centro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro (RJ) — Ato lem­bra sofri­men­to de mães e mul­heres em Gaza. Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

“Se existe um con­jun­to de mul­heres que está sofren­do muito nesse momen­to, são as palesti­nas. Pelos seus fil­hos. Por mil­hares de cri­anças, idosos e out­ras mul­heres desre­speitadas em casas, ruas, hos­pi­tais. A gente quer que as mães israe­lens­es se sen­si­bi­lizem e ten­ham com­paixão com esse sofri­men­to”, disse Flávia Valença, inte­grante do movi­men­to.

Edição: Car­oli­na Pimentel

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