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No Rio, museu abre exposição Pequenas Cosmogonias: Como Brotar Mundos?

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Vida e obra de Arthur Bispo do Rosário são ponto de partida da mostra


Pub­li­ca­do em 23/09/2023 — 12:28 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O Museu Bis­po do Rosário, na Taquara, zona oeste do Rio, inau­gu­ra, neste sába­do (23), a exposição Peque­nas Cos­mogo­nias: Como Bro­tar Mun­dos?, que abre a pro­gra­mação de ações que mar­cam os 100 anos da Colô­nia Juliano Mor­eira, em 2024. A mostra poderá ser vis­i­ta­da gra­tuita­mente, de terça a sába­do, das 9h às 17h. O museu ofer­ece tam­bém vis­i­tas agen­dadas e con­duzi­das por edu­cadores.

Ide­al­iza­da em 2020, perío­do da pan­demia da covid-19, a exposição tem como pon­to de par­ti­da a vida e a obra de Arthur Bis­po do Rosário em inter­locução com 27 artis­tas con­tem­porâ­neos, muitos deles tra­bal­hadores e ex-pacientes da Colô­nia Juliano Mor­eira, um anti­go man­icômio.

Logo na entra­da da exposição figu­ra a insta­lação Eta­pas da Con­strução Encan­ta­da de Uma Memória: A Fogueira, do artista Artur Tor­res. Ao final da mostra, a obra será queima­da e as cin­zas serão lev­adas para a exposição sobre os 100 anos da Colô­nia Juliano Mor­eira, onde está abri­ga­do o museu.

“Bis­po de Rosário tin­ha a mis­são de cat­a­log­ar todas as coisas do mun­do para o dia do Juí­zo Final. Ele parte das miniat­uras para cri­ar uma nova orga­ni­za­ção de mun­do. A gente par­tiu dessa inspi­ração de como pen­sar uma nova visão de mun­do, de um mun­do toma­do por pan­demia e crise climáti­ca, a par­tir desse uni­ver­so que Bis­po nos apre­sen­tou de um mun­do com menos dor. É muito impor­tante como a gente vai ressig­nificar esse lugar, que foi de dor e sofri­men­to, para pen­sar novas pos­si­bil­i­dades”, disse a dire­to­ra do Museu Bis­po do Rosário de Arte Con­tem­porânea, Raquel Fer­nan­des.

Os tra­bal­hos que com­põem a mostra tiver­am coor­de­nação artís­ti­ca e educa­ti­va de Diana Kolk­er e curado­ria de Cari­na Faleiro, Cláu­dia Revore­do, Cleb­son Prates, Daniel­la Mud­esto, Diana Kolk­er, Juliana Tra­jano, Sér­gio Muri­lo e Ricar­do Alves — tra­bal­hadores de difer­entes setores do museu que par­tic­i­param de um lab­o­ratório de curado­ria con­duzi­do por Mara Pereira.

Inspiração

Con­fi­na­do em uma cela do Pavil­hão 10, do Núcleo Uliss­es Vian­na, na Colô­nia Juliano Mor­eira, Arthur Bis­po do Rosário pro­duz­iu sua obra, um inven­tário do mun­do, orde­nan­do o caos por meio de miniat­uras para apre­sen­tar a Deus no Juí­zo Final. Essa era sua mis­são espir­i­tu­al, sua cos­mogo­nia.

Inspi­ra­da por uma fala de Bis­po – “As miniat­uras per­mitem a min­ha trans­for­mação” –, a exposição apre­sen­ta um con­jun­to de 60 obras dele em diál­o­go com os 27 artis­tas cujos tra­bal­hos envolvem diver­sos mod­os de conexão com o plan­e­ta, com a vida, o uni­ver­so, a espir­i­tu­al­i­dade e as forças de cri­ação.

A exposição se expande além das gale­rias do museu e inclui o ter­reno no entorno do Pavil­hão Uliss­es Vian­na, hoje Memo­r­i­al de Arte e Resistên­cia, onde foi cri­a­da uma hor­ta agroecológ­i­ca comu­nitária, parte do pro­gra­ma Arte, Hor­ta e Cia. Um dos inte­grantes do pro­je­to é Wal­ter Almei­da Fil­ho, o Mestre Wal­ter. Artista visu­al, músi­co e edu­cador pop­u­lar, ele inte­gra pela primeira vez uma exposição no museu. As obras dele, insta­lações cri­adas a par­tir do uso de mate­ri­ais nat­u­rais e obje­tos do cotid­i­ano de tra­bal­ho na ter­ra, poderão ser vis­tas no foy­er, na gale­ria e na hor­ta.

Rio de Janeiro (RJ), 22/09/2023 - O artista Artur Torres e sua obra em exposição. Museu Bispo do Rosário inaugura exposição
Repro­dução: Artur Tor­res mostra sua obra em exposição, que começa hoje no Museu Arthur Bis­po do Rosário — Tânia Rêgo/Agência Brasil

A mostra é tam­bém um proces­so de estre­ita­men­to e inte­gração entre o pro­je­to pedagógi­co do museu e das esco­las locais. Por isso, jun­to aos artis­tas con­vi­da­dos, a exposição con­ta com a par­tic­i­pação dos estu­dantes da Esco­la Munic­i­pal Juliano Mor­eira, dos Espaços de Desen­volvi­men­to Infan­til Arthur Bis­po do Rosário e Zil­da Arns, local­iza­dos nas ime­di­ações do museu.

Centenário da Colônia Juliano Moreira

Dan­do iní­cio aos prepar­a­tivos para o mar­co dos 100 anos da Colô­nia Juliano Mor­eira, o museu foi con­tem­pla­do, no edi­tal de fomen­to, por meio da Lei de Incen­ti­vo do ISS do municí­pio do Rio de Janeiro, com o patrocínio da Rede D’Or para a real­iza­ção de refor­mas estru­tu­rais no edifí­cio sede do museu.

A ideia é que as obras, imple­men­tadas até o fim deste ano, garan­tam mais aces­si­bil­i­dade das pes­soas com defi­ciên­cia (PCD) à insti­tu­ição, com a insta­lação de um ele­vador e de ram­pas de aces­so, ban­heiro PCD e faixas de sinal­iza­ção.

Além dis­so, o museu vem desen­vol­ven­do, por meio do Polo Exper­i­men­tal de Con­vivên­cia Edu­cação e Cul­tura, práti­cas artis­ti­coed­uca­ti­vas, tor­nan­do-se um espaço comu­nitário de exper­i­men­tação e con­vívio, que visa pro­mover mod­os de vida, cri­ação, saúde e arte através de ofic­i­nas. O pro­je­to con­tará com um con­jun­to de ativi­dades, divi­di­das em ofic­i­nas livres, ofic­i­nas car­navalescas e ofic­i­nas de ger­ação de ren­da, des­ti­na­do à comu­nidade local e aos usuários dos serviços de saúde men­tal da região e terá a duração de 12 meses.

Edição: Nádia Fran­co

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