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No STF, delegado confirma ligação de irmãos Brazão com milícias no RJ

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal Jr/ Agên­cia Brasil

Crime ocorreu em março de 2018


Publicado em 13/08/2024 — 18:51 Por Felipe Pontes — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O del­e­ga­do Guil­her­mo de Paula Macha­do Catram­by, da Polí­cia Fed­er­al (PF), pres­ta depoi­men­to no segun­do dia de audiên­cias de instrução na ação penal que trami­ta no Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) sobre o assas­si­na­to da vereado­ra Marielle Fran­co e do motorista Ander­son Gomes, crime ocor­ri­do em março de 2018.

Catram­by foi arro­la­do pelo Min­istério Públi­co Fed­er­al como teste­munha de acusação e é ouvi­do pelo desem­bar­gador Air­ton Vieira, juiz aux­il­iar do gabi­nete do min­istro Alexan­dre de Moraes, rela­tor do caso no Supre­mo.

Os depoi­men­tos ocor­rem por meio de video­con­fer­ên­cia e podem ser acom­pan­hados pelos réus — o dep­uta­do fed­er­al Chiquin­ho Brazão (Sem par­tido-RJ), seu irmão, Domin­gos Brazão, con­sel­heiro do Tri­bunal de Con­tas do Esta­do do Rio de Janeiro, o ex-chefe da Polí­cia Civ­il do Rio de Janeiro Rival­do Bar­bosa e o major da Poli­cia Mil­i­tar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos estão pre­sos e acom­pan­ham as audiên­cias a par­tir de suas respec­ti­vas pen­i­ten­ciárias.

Rob­son Cal­ix­to Fon­se­ca, con­heci­do como Peixe e sus­peito de ter forneci­do a arma do crime, tam­bém é réu.

Nas primeiras duas horas de depoi­men­to, Catram­by foi inquiri­do pela Procu­rado­ria-Ger­al da Repúbli­ca e fez um apan­hado dos inter­ess­es fundiários dos irmãos Brazão na zona oeste do Rio de Janeiro, bem como a relação deles com as milí­cias de local­i­dades como Rio das Pedras, Taquara e Oswal­do Cruz.

O del­e­ga­do reit­er­ou a tese que já havia apre­sen­ta­do em seu relatório final sobre as inves­ti­gações, segun­do a qual a atu­ação de Marielle con­tra um pro­je­to de lei sobre a reg­u­lar­iza­ção fundiária na zona oeste foi con­trário aos inter­ess­es políti­cos e econômi­cos dos Brazão na região, moti­vo pelo qual eles decidi­ram matá-la.

“Marielle tin­ha uma atu­ação vee­mente em relação ao dire­ito de mora­dia e dire­ito fundiário no Rio de Janeiro”, afir­mou Catram­by. Segun­do depoi­men­to de Lessa, execu­tor con­fes­so do assas­si­na­to, já numa primeira reunião com os irmãos Brazão, Domin­gos teria dito “que Marielle estaria atra­pal­han­do inter­ess­es dos lotea­men­tos irreg­u­lares”.

Pelas inves­ti­gações da PF, os irmãos Brazão ofer­e­ce­r­am a Lessa uma par­tic­i­pação nos empreendi­men­tos imo­bil­iários irreg­u­lares que os dois pre­tendi­am tocar depois da aprovação do referi­do pro­je­to de lei.

Catram­by tam­bém con­tou como, des­de que assum­iu as inves­ti­gações e rece­beu o tra­bal­ho que havia sido real­iza­do pela Polí­cia Civ­il do Rio de Janeiro, estran­hou lacu­nas que pare­ci­am inex­plicáveis. Por exem­p­lo, o fato de somente terem sido col­hi­das ima­gens de câmeras de segu­rança de 450 met­ros da rota de fuga.

Desco­briu-se depois que o Chevro­let Cobalt uti­liza­do no crime per­cor­re­ria mais de 40 km na fuga. “Ago­ra sabe­mos que esse cam­in­ho levaria à casa de Ron­nie Lessa. A per­se­cução penal à época seria lev­a­da aos execu­toras com mui­ta celeri­dade”, obser­vou Catram­by.

Ele descreveu ain­da o que teri­am sido ten­ta­ti­vas de Gini­ton Lages, primeiro del­e­ga­do pelo caso Marielle, de forçar um out­ro mili­ciano, Orlan­do Curi­ci­ca, já pre­so, a assumir a auto­ria do assas­si­na­to. Curi­ci­ca ain­da deve ser ouvi­do nas audiên­cias de instrução no Supre­mo.

O depoi­men­to do del­e­ga­do da Polí­cia Fed­er­al segue ao menos até as 19h des­ta terça-feira (13). Após as per­gun­tas da PGR, ele pode ser inquiri­do ain­da pelas defe­sas dos réus. As audiên­cias de instrução do caso Marielle no Supre­mo seguem até a próx­i­ma sex­ta (16).

Edição: Valéria Aguiar

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