...
quinta-feira ,7 dezembro 2023
Home / Noticias / Novembro terá chuvas abaixo da média no Norte e Nordeste

Novembro terá chuvas abaixo da média no Norte e Nordeste

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão precipitações acima da média


Pub­li­ca­do em 31/10/2023 — 08:23 Por Daniel­la Almei­da – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

ouvir:

O Insti­tu­to Nacional de Mete­o­rolo­gia (Inmet) pre­vê que, em novem­bro, a chu­va será abaixo da média em áreas das regiões Norte e Nordeste e aci­ma da média nas demais regiões do país.

No Norte, os esta­dos de Roraima, Amapá, cen­tro norte do Ama­zonas e do Pará, Tocan­tins e tam­bém em grande parte da região Nordeste, os vol­umes serão infe­ri­ores a 80 milímet­ros (mm). Já no sul da Região Norte, a chu­va pode ultra­pas­sar os 180 mm.

Em parte da região Nordeste, incluin­do o Ceará, a chu­va deve ficar próx­i­ma à média históri­ca, com acu­mu­la­dos abaixo de 40 mm.

O exces­so de chu­vas ocor­rerá na maior parte das regiões Cen­tro-Oeste e Sud­este, com o retorno grad­ual das chu­vas em áreas do sud­este de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Espíri­to San­to, com vol­umes que podem super­ar os 200 mm, fican­do assim aci­ma da média.

Para a Região Sul, a pre­visão é de chu­va aci­ma da média em todo o ter­ritório, prin­ci­pal­mente no oeste do Rio Grande do Sul e San­ta Cata­ri­na, onde os vol­umes podem super­ar os 160 mm.

Temperaturas

O mês de novem­bro será mar­ca­do pelo calor em todo o Brasil, com tem­per­at­uras que devem ficar aci­ma da média em grande parte do país, prin­ci­pal­mente em áreas do Mato Grosso, Pará, Tocan­tins, Maran­hão, Piauí e oeste da Bahia. Nes­tas local­i­dades, os ter­mômet­ros podem super­ar os 28 graus Cel­sius (ºC).

No Sul e Sud­este do país, as chu­vas podem amenizar o calor e os ter­mômet­ros poderão mar­car tem­per­at­uras infe­ri­ores a 24°C.

Previsão de anomalias de (a) precipitação (chuva) e (b) temperatura média do ar do modelo climático do Inmet para o mês de novembro de 2023. Fonte: INMET

El Niño 2023

Até o dia 16 de novem­bro, o fenô­meno climáti­co El Niño poderá provo­car grandes vol­umes de chu­vas que con­tribuirão para ele­var os níveis de água no solo, com val­ores supe­ri­ores a 90%, oca­sio­n­an­do enchar­ca­men­to do solo no Sul do País.

Além des­ta região, o El Niño provo­cará chu­vas aci­ma da média ain­da sobre o noroeste e oeste da região Norte, além de áreas cen­trais do Brasil, como o cen­tro-sul de Mato Grosso do Sul e alguns pon­tos dos esta­dos da região Sud­este. Em algu­mas dessas áreas, a umi­dade no solo poderá alcançar val­ores aci­ma de 80%.

Nas demais regiões do país, o El Niño acen­tu­ará as condições de secas maiores do que o nor­mal, com destaque para o bio­ma amazôni­co, prin­ci­pal­mente no cen­tro-leste da região, onde a influên­cia do fenô­meno é maior.

A pre­visão dos impactos deste even­to nat­ur­al são do Inmet e do Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe) em parce­ria com a Agên­cia Nacional de Águas e Sanea­men­to Bási­co (ANA) e o Cen­tro Nacional de Geren­ci­a­men­to de Riscos e Desas­tre (Cenad).

A mete­o­rol­o­gista do Inmet, Naiane Araújo, disse à Agên­cia Brasil que o El Niño deve ter seus efeitos perce­bidos ain­da por alguns meses, em uma inten­si­dade mod­er­a­da, dev­i­do ao aque­c­i­men­to das águas no Oceano Atlân­ti­co, próx­i­mas à lin­ha do Equador.

“Neste primeiro momen­to, a pre­visão é que passe­mos toda a pri­mav­era com os efeitos do El Niño e que ele con­tin­ue ao lon­go do nos­so verão. E sen­ti­mos o reflexo no nos­so país, com chu­vas lá no Sul e uma diminuição das chu­vas mais ao Norte. E aqui, na área cen­tral do Brasil, com o fenô­meno con­fig­u­ra­do, há uma cer­ta irreg­u­lar­i­dade da chu­va, mas não tem um impacto tão bem definido.”

Sobre as fortes chu­vas que atin­gi­ram, sobre­tu­do, os esta­dos do Rio Grande do Sul e San­ta Cata­ri­na em setem­bro e out­ubro, a mete­o­rol­o­gista do Inmet expli­ca que são con­se­quên­cias das mudanças climáti­cas do plan­e­ta. Para ela, o El Niño veio poten­cializar a situ­ação.

“Temos viven­ci­a­do, cada vez mais even­tos extremos: as chu­vas estão fican­do cada vez mais agres­si­vas, mais volu­mosas e as secas mais sev­eras, os frios mais inten­sos. Então, há episó­dios de even­tos extremos já cada vez mais recor­rentes e, em um ano de influên­cia do El Niño no Sul, essa situ­ação veio a se poten­cializar. Ele foi um ingre­di­ente a mais.”

Impactos na agricultura

De acor­do com as pre­visões do Inmet sobre pos­síveis impactos das condições mete­o­rológ­i­cas de novem­bro na safra agrí­co­la 2023/24, os baixos vol­umes de chu­va nas áreas do Matopi­ba (região que englo­ba os esta­dos do Maran­hão, Tocan­tins, Piauí e Bahia) man­terão baixos os níveis de água no solo, exce­to em áreas do sul do Tocan­tins e extremo oeste da Bahia, onde haverá uma ligeira recu­per­ação da umi­dade no solo.

Com isso, o desen­volvi­men­to ini­cial dos cul­tivos de primeira safra que já estão em anda­men­to, em novem­bro, poderá ser impacta­do.

O Inmet apon­ta ain­da que, em grande parte do Brasil cen­tral, o retorno das chu­vas será impor­tante para recu­per­ar o armazena­men­to de água no solo, espe­cial­mente em áreas do norte de Mato Grosso e de Goiás, bem como para o iní­cio da safra de grãos. No Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais e de Goiás, a umi­dade no solo será sufi­ciente para suprir as neces­si­dades das fas­es ini­ci­ais da safra 2023/24.

Em algu­mas áreas da região Sul, o exces­so de chu­va e o con­se­quente enchar­ca­men­to do solo, poderão impactar na col­hei­ta dos cul­tivos ini­ci­a­dos no inver­no e mais: impedirá a con­tinuidade do plan­tio de sementes ref­er­entes aos cul­tivos de primeira safra, aler­tou o Inmet.

O Insti­tu­to disponi­bi­liza diari­a­mente infor­mações sobre pre­visões ofi­ci­ais do tem­po, esti­ma­ti­va de chu­vas, além de avi­sos mete­o­rológi­cos espe­ci­ais no site e nas redes soci­ais do insti­tu­to.

*Com infor­mações do Inmet

Edição: Denise Griesinger

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

O que é o sal-gema e por que sua extração gerou problemas em Maceió?

Repro­dução: © Tawatchai/Frepik Produto é usado na produção de soda cáustica e bicarbonato de sódio …