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Número de motoristas com problema de visão cresce quase 80% em 10 anos

Repro­dução: © Joéd­son Alves/Agência Brasil

Total passou de 14,4 milhões, em 2014, para 25,4 milhões, em 2024


Publicado em 15/07/2024 — 09:32 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O número de brasileiros com restrições na Carteira Nacional de Habil­i­tação (CNH) por con­ta de prob­le­mas de visão aumen­tou quase 80% ao lon­go dos últi­mos dez anos. Em 2014, 14,4 mil­hões de motoris­tas só podi­am con­duzir veícu­los com o uso obri­gatório de ócu­los ou lentes de grau. O grupo inclui ain­da pes­soas com restrição para diri­gir após o pôr do sol e aque­las com visão monoc­u­lar (visão igual ou infe­ri­or a 20% em um dos olhos). Em 2024, esse total já alcança 25,4 mil­hões – um aumen­to de 77%.

Os dados foram divul­ga­dos nes­ta segun­da-feira (15) pelo Con­sel­ho Brasileiro de Oftal­molo­gia (CBO), com base em infor­mações da Sec­re­taria Nacional de Trân­si­to (Sen­a­tran). De acor­do com o lev­an­ta­men­to, atual­mente, as restrições visuais respon­dem por 91% de todas as ano­tações apli­cadas a um total de 27,9 mil­hões de CNHs emi­ti­das no Brasil. Para a enti­dade, os números mostram a relevân­cia da saúde ocu­lar para a pop­u­lação e reforçam a neces­si­dade de pre­venção e diag­nós­ti­co pre­coce de doenças ocu­lares.

Na avali­ação do con­sel­ho, diver­sos fatores con­tribuem para a cres­cente deman­da por cuida­dos ocu­lares entre motoris­tas brasileiros, incluin­do o envel­hec­i­men­to da pop­u­lação; a exposição pro­lon­ga­da às telas de celu­lares e com­puta­dores; e o aumen­to da incidên­cia de doenças crôni­cas como dia­betes, hiperten­são e estresse, além de hábitos que lev­am à ali­men­tação inad­e­qua­da, ao seden­taris­mo e à obesi­dade.

O mapea­men­to indi­ca que o Rio Grande do Norte, a Paraí­ba e o Rio de Janeiro apre­sen­tam, atual­mente, a maior pro­porção de CNHs com restrições em relação ao total de con­du­tores. Ness­es esta­dos, os números são, respec­ti­va­mente: 390 mil (42% dos con­du­tores); 371,8 mil (38%); e 2,1 mil­hões (34%). Já o Acre, que con­cen­tra 56,4 mil reg­istros, tem o menor per­centu­al no panora­ma nacional, com 20% dos con­du­tores apre­sen­tan­do algu­ma restrição visu­al para con­duzir veícu­los.

Quan­do com­para­dos os dados de 2014 com os de 2024, entre­tan­to, o cenário muda. Os esta­dos onde o aumen­to per­centu­al de con­du­tores com restrições foi mais sig­ni­fica­ti­vo são: Goiás (129%); Tocan­tins (128%); Roraima (125%); Mato Grosso (120%); Acre (119%); Ama­zonas (110%); Rondô­nia (103%); Alagoas (103%); Maran­hão (102%); e Piauí (100%). No extremo opos­to, surge o Dis­tri­to Fed­er­al, com aumen­to de 40%.

O CBO elen­cou ain­da os prin­ci­pais tipos de ano­tações rela­cionadas à visão pre­sentes nas CNHs dos brasileiros. Entre as mais fre­quentes estão a obri­ga­to­riedade do uso de lentes cor­re­ti­vas, com cer­ca de 25 mil­hões de motoris­tas; e as restrições asso­ci­adas à visão monoc­u­lar, com 351 mil casos. Em ter­ceiro lugar, com 152,1 mil casos, estão os con­du­tores impe­di­dos de diri­gir após o pôr do sol.

Entenda

O pedi­do de inclusão de ano­tações na CNH é feito pelo médi­co do tráfego ao final da avali­ação prévia exigi­da para a con­cessão ou ren­o­vação da CNH. Durante o exame, o profis­sion­al anal­isa as condições do can­dida­to de con­duzir um veícu­lo sem ofer­e­cer peri­go para out­ros motoris­tas, pas­sageiros e pedestres.

Entre as aptidões anal­isadas, estão acuidade visu­al; cam­po de visão; capaci­dade do can­dida­to de enx­er­gar à noite e rea­gir pronta­mente – com respos­ta ráp­i­da e segu­ra – ao ofus­ca­men­to provo­ca­do pelos faróis dos demais veícu­los; e capaci­dade de recon­hecer as luzes e sua posição nos semá­foros.

“Ao iden­ti­ficar a existên­cia ou sin­toma de defi­ciên­cia de visão, o médi­co do tráfego ori­en­ta a bus­ca por uma avali­ação espe­cial­iza­da, que será fei­ta por um oftal­mol­o­gista, para que seja feito o diag­nós­ti­co exa­to do prob­le­ma e a respec­ti­va pre­scrição do trata­men­to”, desta­cou o con­sel­ho.

Edição: Juliana Andrade

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