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“O povo brasileiro não quer discórdia, quer emprego”, diz Hugo Motta

Novo presidente da Câmara foi eleito neste sábado

Pedro Rafael Vilela
Pub­li­ca­do em 01/02/2025 — 20:04
Brasília
Brasília-DF 01/02/2025 - Eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para o biênio 2025/2027. ( Deputado Hugo Motta foi eleito novo presidente da Câmara dos Deputados. Foto Bruno Spada/ Câmara dos Deputados
Repro­dução: © Bruno Spada/ Câmara dos Dep­uta­dos

Em seu primeiro dis­cur­so como pres­i­dente da Câmara empos­sa­do, para um plenário lota­do, o dep­uta­do fed­er­al Hugo Mot­ta (Repub­li­canos-PB) agrade­ceu a ampla votação, que chamou de um “con­sen­so históri­co” e pediu união nacional. “Podemos pen­sar difer­ente, mas somos todos iguais. Seja qual for a visão de mun­do, o Brasil nos une e nun­ca pode nos sep­a­rar. Somos o povo brasileiro e o Brasil é nos­so úni­co país”, disse. 

O novo pres­i­dente disse que seu com­pro­mis­so será servir ao Brasil. “O povo brasileiro não quer dis­cór­dia, quer emprego. O povo brasileiro não quer luta pelo poder, quer que os poderes lutem por ele. O povo brasileiro não quer a divisão da ide­olo­gia, mas a mul­ti­pli­cação no seu dia a dia. Não temos tem­po para errar, chega de zero a zero. O povo brasileiro quer resul­ta­do, quer emprego, quer mel­ho­ra de vida, edu­cação mel­hor para os seus fil­hos, quer segu­rança, um futuro mel­hor, um Brasil mel­hor”, acres­cen­tou.

Em um aceno a setores finan­ceiros e empre­sari­ais, Hugo Mot­ta defend­eu medi­das de respon­s­abil­i­dade fis­cal e enfa­ti­zou que “nada é pior para os mais pobres do que a inflação, a fal­ta de esta­bil­i­dade na econo­mia”. “Não há democ­ra­cia com caos social, não há esta­bil­i­dade social com caos econômi­co”, obser­vou.

Sobre a cobrança por transparên­cia nas emen­das par­la­mentares, emb­o­ra não ten­ha cita­do o tema dire­ta­mente, Hugo Mot­ta defend­eu uma “rad­i­cal­iza­ção da transparên­cia nas con­tas que são, por definição, públi­cas” e falou na cri­ação de uma platafor­ma integra­da de todos os Poderes da Repúbli­ca com os dados sobre recur­sos do orça­men­to.

Mot­ta afir­mou que par­la­men­to forte é uma bar­reira de pro­teção da democ­ra­cia e pediu har­mo­nia entre os Três Poderes. “Ninguém é dono da Con­sti­tu­ição”, pre­gou.

Em difer­entes momen­tos de sua fala, citou Ulysses Guimarães, pres­i­dente da Assem­bleia Con­sti­tu­inte, para defend­er um par­la­men­to forte. “Nen­hum poder pode tudo e que todos, somente todos, podem rep­re­sen­tar, na total­i­dade, a democ­ra­cia. Sem har­mo­nia, a democ­ra­cia pode ser irre­me­di­avel­mente frat­u­ra­da. Serei um guardião da inde­pendên­cia e uma sen­tinela per­ma­nente da har­mo­nia”, insis­tiu.

Por fim, em mais uma menção à defe­sa da democ­ra­cia, Hugo Mot­ta fez uma refer­ên­cia ao filme brasileiro Ain­da estou aqui, dirigi­do por Wal­ter Salles e estre­la­do pela Fer­nan­da Tor­res, que nar­ra a tra­jetória de Eunice Pai­va na luta con­tra a ditadu­ra, após o seu mari­do, Rubens Pai­va, ter sido pre­so, tor­tu­ra­do e exe­cu­ta­do por agentes da ditadu­ra mil­i­tar que gov­ernou o Brasil de for­ma autoritária entre as décadas de 1960 e 1980, perseguin­do e matan­do opos­i­tores. “Deixo uma men­sagem de otimis­mo: ain­da esta­mos aqui”, encer­rou Mot­ta, arran­can­do aplau­sos do plenário.

O filme Ain­da estou aqui e Fer­nan­da Tor­res dis­putam três cat­e­go­rias do prêmio Oscar este ano.

Mesa diretora

O coman­do da Câmara dos Dep­uta­dos para os próx­i­mos dois anos foi definido, em votação no plenário da Casa, real­iza­da na tarde deste sába­do. A presidên­cia da Câmara será do dep­uta­do fed­er­al Hugo Mot­ta (Repub­li­canos-PB), o mais jovem a ocu­par o car­go no perío­do democráti­co.

Ele obteve o apoio de 444 dos 513 dep­uta­dos fed­erais, der­rotan­do os con­cor­rentes Mar­cel van Hat­tem (Novo-RS) e Pas­tor Hen­rique Vieira (PSOL-RJ), que obtiver­am 31 e 22 votos, respec­ti­va­mente. Hou­ve o reg­istro de dois votos em bran­co.

Na sequên­cia de sua eleição, Hugo Mot­ta, já empos­sa­do no car­go, apurou a votação para os out­ros seis car­gos que com­põem a mesa dire­to­ra da Câmara: 1º vice-pres­i­dente, 2º vice-pres­i­dente, 1º secretário, 2º secretário, 3º secretário e 4º secretário, bem como qua­tro suplentes.

Foi elei­ta a cha­pa úni­ca inscri­ta pelo blo­co par­la­men­tar de apoio ao ago­ra novo pres­i­dente da Câmara dos Dep­uta­dos, com­pos­to por 17 dos 20 par­tidos com assen­to na casa. Não hou­ve can­di­dat­uras avul­sas para nen­hum dess­es car­gos.

Assim ficou a nova gestão da Câmara dos Dep­uta­dos para o próx­i­mo biênio:

- Presidên­cia: Hugo Mot­ta (Repub­li­canos-PB) — 444 votos
— 1ª vice-presidên­cia: Altineu Côrtes (PL-RJ) — 440 votos
— 2ª vice-presidên­cia: Elmar Nasci­men­to (União-BA) — 427 votos
— 1ª sec­re­taria: Car­los Veras (PT-PE) — 427 votos
— 2ª sec­re­taria: Lula da Fonte (PP-PE) — 437 votos
— 3ª sec­re­taria: Del­e­ga­da Kata­ri­na (PSD-SE) — 445 votos
— 4ª sec­re­taria: Ser­gio Souza (MDB-PR) — 432 votos

Os dep­uta­dos Anto­nio Car­los Rodrigues (PL-SP), Paulo Folet­to (PSB-ES), Dr. Vic­tor Lin­halis (Podemos-ES) e Paulo Alexan­dre Bar­bosa (PSDB-SP) foram eleitores para a suplên­cia de sec­re­tarias.

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