...
sexta-feira ,21 março 2025
Home / Saúde / O que é mieloma múltiplo, causa da morte da jornalista Cristiana Lobo

O que é mieloma múltiplo, causa da morte da jornalista Cristiana Lobo

Repro­dução: © Imagem de Arquivo/Agência Brasil

Problemas ósseos são um dos sintomas frequentes da doença


Pub­li­ca­do em 12/11/2021 — 06:40 Por Jonas Valente – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

A jor­nal­ista Cris­tiana Lôbo mor­reu nes­sa quin­ta-feira (11) após lutar con­tra um câncer. O tipo da doença que cau­sou a morte da profis­sion­al é o mielo­ma múlti­p­lo, que ocorre em célu­las do sangue chamadas plas­móc­i­tos, pro­duzi­das na medu­la óssea.

O mielo­ma múlti­p­lo tem taxa de incidên­cia de 7,8 novos casos a cada 100 mil habi­tantes. A idade média dos pacientes é de 65 anos. A doença é oca­sion­a­da a par­tir de uma alter­ação do DNA dos plas­móc­i­tos.

“Mielo­ma múlti­p­lo é um tipo de neo­pla­sia maligna, em que há pro­lif­er­ação des­or­de­na­da de uma célu­la do sangue, o plas­móc­i­to, que pode levar à ane­mia, alter­ação da função renal, hiper­cal­cemia e lesões líti­cas nos ossos, com dores e frat­uras patológ­i­cas”, diz a hema­tol­o­gista e inte­grante do Cen­tro de Câncer de Brasília e do Hos­pi­tal Uni­ver­sitário de Brasília (Cetro-HUB), Fer­nan­da Queiroz Bas­tos.

Os sin­tomas mais fre­quentes são prob­le­mas ósseos, espe­cial­mente nas costas, quadris e crânio; baixas taxas de glóbu­los ver­mel­hos, bran­cos e pla­que­tas no sangue, o que pode causar fraque­za e ton­tu­ra e maiores níveis de cál­cio, geran­do insu­fi­ciên­cia renal e impactos no sis­tema ner­voso, como dor inten­sa, dor­mên­cia e fraque­za nos mús­cu­los.

O mielo­ma múlti­p­lo tam­bém pode atra­pal­har o fluxo do sangue para o cére­bro, cau­san­do con­fusão, ton­tu­ra e sin­tomas de um AVC. A doença pode prej­u­dicar os rins, oca­sio­n­an­do até mes­mo uma fal­ha dess­es órgãos.

Segun­do o biól­o­go Fabi­ano de Abreu, isso ocorre porque as célu­las can­cerí­ge­nas se mul­ti­pli­cam de for­ma des­or­de­na­da e ger­am impactos prej­u­di­ci­ais ao fun­ciona­men­to de diver­sas partes do organ­is­mo.

“O exces­so de pro­teí­nas que vem acom­pan­hado dessa mul­ti­pli­cação celu­lar suprime o desen­volvi­men­to de out­ros ele­men­tos impor­tantes para o organ­is­mo como os glóbu­los bran­cos, glóbu­los ver­mel­hos e pla­que­tas (partícu­las semel­hantes a célu­las que aju­dam o cor­po a for­mar coágu­los). Tudo isso ain­da vai afe­tar a pro­dução de anti­cor­pos de defe­sa nor­mais, que fica reduzi­da”, expli­ca.

Segun­do a Sociedade Estadunidense de Câncer, é difí­cil diag­nos­ticar o mielo­ma múlti­p­lo de for­ma pre­coce. Isso porque muitos sin­tomas podem apare­cer somente quan­do o câncer já está em está­gio avança­do.

Uma das for­mas de faz­er o diag­nós­ti­co do mielo­ma múlti­p­lo é por meio de exam­es de imagem, como radi­ografia óssea, tomo­grafia com­puta­doriza­da, tomo­grafia por emis­são de pósitrons, ressonân­cia mag­néti­ca e eco­car­dio­gra­ma.

Out­ras alter­na­ti­vas para o diag­nós­ti­co são os exam­es de lab­o­ratório, como o hemogra­ma (que mede o nív­el dos glóbu­los ver­mel­hos), a bio­quími­ca san­guínea (que men­su­ra os níveis de cre­a­tin­i­na, albu­mina e cál­cio no sangue) e o exame de uri­na.

Evi­tar a exposição a mate­ri­ais quími­cos e tóx­i­cos é um dos cuida­dos para pre­venir esse tipo de câncer.

Entre os trata­men­tos estão ter­apias para prob­le­mas cau­sa­dos pelo mielo­ma múlti­p­lo, como frat­uras no osso, infecções e insu­fi­ciên­cia renal. Tam­bém são ter­apias, assim como em out­ros tipos de câncer, a quimioter­apia e o trans­plante de medu­la óssea.

“Algu­mas vezes, quan­do há lesão em col­u­na, com com­pressão neur­al, pode ser necessário cirur­gia ou radioter­apia de urgên­cia”, com­ple­men­ta a hema­tol­o­gista Fer­nan­da Queiroz.

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Resolução permite que farmacêuticos prescrevam medicamentos

Autorização entra em vigor em 30 dias Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil Pub­li­ca­do …