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Observatório do Clima propõe redução de 92% nas emissões até 2035

Repro­dução: © Ralf Vetterle/Pixabay

Percentual foi apresentado nesta segunda-feira pela entidade


Publicado em 26/08/2024 — 14:37 Por Fabíola Sinimbú — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Um estu­do da rede Obser­vatório do Cli­ma apon­ta que o Brasil pre­cisa reduzir em 92% as emis­sões de gas­es do efeito est­u­fa até 2035, para con­tribuir de for­ma jus­ta com a pro­pos­ta de lim­i­tar em 1,5 graus Cel­sius (ºC) o aque­c­i­men­to glob­al. O per­centu­al tem como base as emis­sões de 2005 e avança lim­i­tan­do em 200 mil­hões de toneladas líquidas, a emis­são anu­al que era de 2,4 bil­hões de toneladas líquidas, há 19 anos.

O estu­do con­sider­ou qual a car­ga de gas­es do efeito est­u­fa que a atmos­fera ain­da supor­ta para man­ter o aumen­to da tem­per­atu­ra glob­al em 1,5ºC e a par­tic­i­pação do país nas emis­sões globais con­sideran­do a mudança no uso da ter­ra pro­movi­da em seu ter­ritório.

“É um cál­cu­lo para a neces­si­dade do que o plan­e­ta pre­cisa. É um cál­cu­lo feito entre o que seria jus­to, con­tan­do o históri­co do Brasil de colo­car [metas] em uma NDC, e tam­bém o que é pos­sív­el a gente faz­er olhan­do para o que nós pre­cisamos de esforço para man­ter 1,5ºC”, expli­ca Már­cio Astri­ni, secretário-exec­u­ti­vo do Obser­vatório do Cli­ma.

O per­centu­al foi apre­sen­ta­do nes­ta segun­da-feira (26) pela enti­dade, na ter­ceira con­tribuição para a pro­pos­ta de meta climáti­ca que será apre­sen­ta­da pelo país durante a 30ª Con­fer­ên­cia da ONU sobre Mudanças Climáti­cas (COP30), em Belém do Pará. O Obser­vatório do Cli­ma, foi a primeira ini­cia­ti­va da sociedade civ­il a con­tribuir, em 2015, com estu­dos para sub­sidiar as ambições climáti­cas brasileiras, ten­do con­tribuí­do nova­mente em 2020.

Como parte do Acor­do de Paris, do qual o Brasil é sig­natário, será necessário apre­sen­tar até fevereiro de 2025, a Con­tribuição Nacional­mente Deter­mi­na­da (NDC, na sigla em inglês). A pro­pos­ta dev­erá avançar em relação ao Bal­anço Glob­al (Glob­al Stock­take, GST) que reuniu infor­mações sobre a respos­ta do mun­do à crise climáti­ca e foi apre­sen­ta­do na COP28, em Dubai, no ano pas­sa­do.

O Brasil é o sex­to maior emis­sor de gas­es do efeito est­u­fa e, em 2023, apre­sen­tou uma NDC que estip­ula­va teto para emis­são de 1,3 bil­hão de toneladas líquidas, em 2025, com redução de 48,4% em com­para­ção com 2005. E em 2030, limi­ta as emis­sões a 1,2 bil­hão de toneladas líquidas, avançan­do a 53,1% do que era emi­ti­do em 2005.

A soma das metas apre­sen­tadas por todos os país­es sig­natários do Acor­do de Paris ain­da não garante a ambição glob­al de man­ter a ele­vação climáti­ca nos pata­mares atu­ais e levaria o plan­e­ta a um aque­c­i­men­to de 3ºC aci­ma da tem­per­atu­ra do perío­do pré-indus­tri­al.

“Nós esta­mos fazen­do uma NDC para as pes­soas que perder­am as suas casas na enchente do Rio Grande do Sul, para as pes­soas que estão sofren­do com as queimadas ago­ra no Brasil, para as pes­soas que estão mais vul­neráveis a ondas de calor. Nós esta­mos mostran­do que há um cam­in­ho para o país de faz­er uma entre­ga que seja com­patív­el com a gente frear o aumen­to dess­es extremos climáti­cos”, afir­mou Astri­ni.

Para atin­gir a meta pro­pos­ta pelo Obser­vatório do Cli­ma, os pesquisadores que con­tribuíram com o estu­do apon­tam para a neces­si­dade de o país alcançar out­ras ambições como o des­mata­men­to zero até 2030, a recu­per­ação de 21 mil­hões de hectares de veg­e­tação nati­va, o com­bate à degradação e aumen­to da pro­teção de seus bio­mas, as tran­sições energéti­cas e à práti­ca de agropecuária de baixa emis­são, além de uma gestão ade­qua­da dos resí­du­os no país.

De acor­do com Astri­ni, o obje­ti­vo é levar o estu­do aos locais onde o debate é desen­volvi­do de maneira téc­ni­ca e de modo a pres­sion­ar gestores públi­cos. “Den­tro e fora do gov­er­no a gente vai levar ess­es números para provar que é pos­sív­el ter mais ambição”, con­clui.

Edição: Aécio Ama­do

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