...
sábado ,15 março 2025
Home / Esportes / Oito países já tiveram a honra de levantar o troféu de uma Copa

Oito países já tiveram a honra de levantar o troféu de uma Copa

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasil

A conquista sempre ficou restrita a sul-americanos e europeus


Pub­li­ca­do em 17/11/2022 — 07:00 Por Car­los Moli­nari — TV Brasil — Brasília

ouvir:

Seten­ta e nove país­es já par­tic­i­param, ao menos uma vez, de uma edição de Copa do Mun­do. Este ano, o úni­co estre­ante será o anfitrião Catar. A lon­ga lista, no entan­to, tem poucos campeões: ape­nas oito nações já levaram a taça, ou seja, um sele­to grupo de dez por cen­to.

Uruguai, Itália, Ale­man­ha, Brasil, Inglater­ra, Argenti­na, França e Espan­ha são os úni­cos campeões e, nor­mal­mente, favoritos a cada qua­tro anos.

infografico campeoes copa do mundo
Repro­dução: País­es que já con­quis­taram a Copa do Mun­do — Arte/EBC

O caso do Uruguai é bem curioso. A camisa ofi­cial apre­sen­ta qua­tro estre­las aci­ma do escu­do. Uma autor­iza­ção da Fifa pelo fato de a equipe celeste ter sido, além de duas vezes campeã de uma Copa do Mun­do (em 1930, em Mon­te­v­idéu, e em 1950, no Rio de Janeiro), duas vezes medal­ha de ouro olímpi­ca numa época ante­ri­or à cri­ação do Mundi­al de fute­bol (nos Jogos de Paris, em 1924, e em Ams­ter­dam, em 1928). Ou seja, um tetra­cam­pe­ona­to bem par­tic­u­lar e ques­tionáv­el.

Para a Itália, tetra­cam­peã, ausente neste Mundi­al, a era de ouro foi nos anos 30 do sécu­lo pas­sa­do. Da primeira vez em que ergueu a Taça Jules Rimet, o dita­dor Ben­i­to Mus­soli­ni foi dire­to com os jogadores: Vin­cere o morire (Vencer ou mor­rer). Os coman­da­dos do téc­ni­co Vit­to­rio Poz­zo (bicam­peão mundi­al, em 1934 e em 1938) enten­der­am clara­mente o reca­do e con­quis­taram a Copa dis­puta­da em Roma, além da edição seguinte tam­bém, em Paris. A Segun­da Guer­ra Mundi­al impediu um tri­cam­pe­ona­to ital­iano, com a inter­rupção dos Mundi­ais entre 1942 e 1946. A tragé­dia com o choque do avião da equipe do Tori­no em 1949 com o monte Super­ga acabou com as pre­ten­sões da Azzur­ra para 1950. Os out­ros dois títu­los vier­am na Espan­ha (1982), com a famosa equipe do car­ras­co Pao­lo Rossi, e na Ale­man­ha (2006), numa decisão por pênaltis con­tra a França.

A Ale­man­ha tam­bém se orgul­ha em ser tetra­cam­peã. Duas Copas foram gan­has quan­do ela sequer era a favorita na final. No Mundi­al da Suíça (1954) poucos apos­tavam numa vitória dos alemães-oci­den­tais diante da Hun­gria. Aos 8 min­u­tos do primeiro tem­po os ger­mâni­cos já per­diam por 2 a 0, mas con­seguiram virar a par­ti­da para 3 a 2 e ain­da viram o árbi­tro anu­lar o que seria o gol de empate hún­garo no últi­mo min­u­to. Em 1974, tam­bém de vira­da, bat­er­am a Holan­da, em Munique, por 2 a 1. Depois con­seguiram dois títu­los em cima da Argenti­na, gan­han­do por 1 a 0 em Roma (1990) e no Rio de Janeiro (2014).

Os ingle­ses, que cri­aram as regras do esporte no sécu­lo XIX, con­quis­taram seu úni­co títu­lo atuan­do em casa. No Mundi­al de 1966, jogan­do todas as par­tidas sem pre­cis­ar sair de Lon­dres, a Inglater­ra ergueu a Taça Jules Rimet para ale­gria da Rain­ha Eliz­a­beth, que esta­va na tri­buna do Está­dio de Wem­b­ley.

Os argenti­nos, tão fanáti­cos por fute­bol, enal­te­cem até hoje seus títu­los do pas­sa­do. A primeira con­quista veio em 1978 na Copa real­iza­da na própria Argenti­na. Numa época em que boa parte da Améri­ca do Sul era coman­da­da por mil­itares, a visi­ta do dita­dor argenti­no Jorge Rafael Videla ao vestiário dos peru­anos às vésperas de um jogo impor­tante des­per­tou sus­peitas. Havia uma lig­ação cor­dial entre o gen­er­al Videla e o pres­i­dente peru­ano, o tam­bém gen­er­al Fran­cis­co Morales Bermúdez. Mais que isso, o fil­ho de Bermúdez era jus­ta­mente o chefe da del­e­gação peru­a­na na Copa de 1978. Os porten­hos vence­r­am o Peru por 6 a 0, elim­i­naram o Brasil no sal­do de gols e se clas­si­ficaram para a final con­tra a Holan­da, onde gan­haram lici­ta­mente por 3 a 1. Em 1986, no Méx­i­co, foi a vez de Maradona jog­ar prati­ca­mente soz­in­ho e erguer a taça do mun­do. As arran­cadas do camisa 10 impres­sion­aram e fiz­er­am mui­ta gente duvi­dar se o fute­bol era mes­mo um jogo cole­ti­vo.

Os france­ses tam­bém são campeões duas vezes, muito graças a um proces­so de mis­ci­ge­nação do país que, abrindo suas fron­teiras a africanos vin­dos das ex-colô­nias, mel­horou con­sid­er­av­el­mente sua equipe nacional com os fil­hos dess­es imi­grantes. Dessa for­ma, em 1998, em Saint-Denis, a França, coman­da­da pelo fil­ho de argeli­nos Zine­dine Zidane mas­sacrou a seleção brasileira por 3 a 0. E, em 2018, com jogadores do quilate de Kan­té, Pog­ba e Mbap­pé (fil­ho de um camaronês com uma argeli­na), a equipe chegou ao títu­lo com out­ro pas­seio na final em Moscou: 4 a 2 na Croá­cia.

Os espan­hóis viver­am momen­tos mági­cos entre 2008 e 2012, con­qui­s­tan­do duas Euro­co­pas e o Mundi­al da África do Sul (2010). Por mais que o toque de bola fos­se envol­vente, a Fúria fazia poucos gols (anotou ape­nas oito em sete jogos), mas venceu a Copa na base de suces­si­vas vitórias por 1 a 0.

Além dess­es sete campeões, há o Brasil. Os pen­ta­cam­peões mundi­ais erguer­am a Taça Jules Rimet na Sué­cia (1958), no Chile (1962) e no Méx­i­co (1970) e a Taça Copa do Mun­do nos Esta­dos Unidos (1994) e no Japão/Coreia do Sul (2002). Nas cin­co cam­pan­has, 28 vitórias, 4 empates e nen­hu­ma der­ro­ta e a con­sagração de que o país do fute­bol é mes­mo aqui. Quan­do Belli­ni, Mau­ro Ramos de Oliveira, Car­los Alber­to Tor­res, Dun­ga e Cafu lev­an­taram o caneco em cada uma das vezes os mil­hões de brasileiros foram às ruas comem­o­rar e viver­am emoções tão fortes que, a cada qua­tro anos, todos querem sen­tir nova­mente o praz­er de gri­tar: é campeão! Para quem é um ver­dadeiro papão de títu­los, o jejum está lon­go demais…

Edição: Fábio Lis­boa

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Inscrições para o Programa Bolsa Atleta 2025 terminam hoje

Benefício é destinado a atletas de alto rendimento Pedro Peduzzi — Repórter da Agên­cia Brasil …