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Olimpíada de Tóquio é tema do programa Caminhos da Reportagem

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Repro­du­ção: © REUTERS/Denis Balibouse/Direitos Reser­va­dos

Como os atletas brasileiros se preparam para os Jogos


Publi­ca­do em 18/07/2021 — 10:24 Por TV Bra­sil — Bra­sí­lia

Mil, sete­cen­tos e noven­ta e sete dias. Esse é o tem­po que sepa­ra a últi­ma Olim­pía­da, no Rio, em 2016, dos Jogos Olím­pi­cos de Tóquio, que come­çam no pró­xi­mo domin­go, dia 25 de julho de 2021. Esse é o tema do Cami­nhos da Repor­ta­gem, que vai ao ar nes­te domin­go (18), às 20, na TV Bra­sil

Des­de os pri­mei­ros Jogos da Era Con­tem­po­râ­nea, rea­li­za­dos em Ate­nas, em 1896, este é o mai­or inter­va­lo de tem­po em que as Olim­pía­das dei­xa­ram de acon­te­cer, fato his­tó­ri­co que só encon­tra ante­ce­den­te duran­te a Segun­da Guer­ra Mun­di­al, quan­do duas edi­ções segui­das dos Jogos foram efe­ti­va­men­te can­ce­la­das – Hel­sin­que (1940) e Lon­dres (1944) – além da Olim­pía­da de Ber­lim (1916), can­ce­la­da em vir­tu­de da Pri­mei­ra Gran­de Guer­ra.

A pan­de­mia da covid-19 – reco­nhe­ci­da pela Orga­ni­za­ção Mun­di­al da Saú­de (OMS) em 11 de mar­ço de 2020 – não levou ao can­ce­la­men­to ime­di­a­to dos Jogos Olím­pi­cos de Tóquio, mas fez com que o mai­or even­to espor­ti­vo do mun­do fos­se adi­a­do pelo Comi­tê Olím­pi­co Inter­na­ci­o­nal (COI) por mais um ano e, com isso, alte­rou, tam­bém, a roti­na de trei­nos e expec­ta­ti­vas de mui­tos atle­tas bra­si­lei­ros, que vive­ram nes­se perío­do uma pre­pa­ra­ção fora do comum.

– No come­ço da pan­de­mia, a gen­te não podia entrar aqui no cen­tro de trei­na­men­to. Esta­va tudo fecha­do. Então, a gen­te tinha um úni­co espa­ço em casa, de cin­co metros, e não é a mes­ma coi­sa de cin­co metros ati­rar 70 metros. Então, tinha dias que eu trei­na­va, tinha dias que eu não trei­na­va – con­ta Anne Mar­cel­le dos San­tos, atle­ta do tiro com arco, para quem a que­bra de roti­na foi tam­bém um desa­fio psi­co­ló­gi­co, dada a incer­te­za quan­to à rea­li­za­ção dos Jogos.

O aspec­to men­tal teve um peso sig­ni­fi­ca­ti­vo ao lon­go des­se últi­mo ano e mere­ceu aten­ção espe­ci­al do Comi­tê Olím­pi­co do Bra­sil (COB). A psi­có­lo­ga Car­la di Pier­ro, que des­de 2012 vem tra­ba­lhan­do com o COB, acre­di­ta que esse ano a mais de pre­pa­ra­ção foi mais difí­cil para a mai­o­ria dos atle­tas, que têm a vida mui­to pla­ne­ja­da em fun­ção do calen­dá­rio espor­ti­vo.

– Foi difí­cil, por­que tem atle­ta que já se orga­ni­za pra apo­sen­ta­do­ria, pra ter filho depois dos jogos, pra casar depois dos jogos. Mais um ano? Você ima­gi­na: já são qua­tro anos, você ter que orga­ni­zar mais um ano, e ain­da numa con­di­ção de adap­ta­ção, trei­no que tem que ser de uma for­ma dife­ren­te do que era antes.

Foi assim para a dupla do vôlei de praia, Ali­son Cerut­ti e Álva­ro Filho. Clas­si­fi­ca­dos des­de 2019, nes­se ano a mais eles pude­ram acom­pa­nhar de per­to o nas­ci­men­to dos filhos. Mas, por outro lado, tive­ram que redo­brar a aten­ção com a segu­ran­ça da famí­lia, além de supe­rar a COVID-19, em momen­tos dis­tin­tos. “Foi um pro­ces­so, onde a gen­te esta­va um em cada tem­po e depois a gen­te con­se­guiu ali­nhar os dois, e ago­ra nós dois esta­mos entran­do no nos­so melhor mes­mo. Então, acho que a gen­te vai che­gar for­te pra Tóquio”, afir­ma Álva­ro.

Pepê Gon­çal­ves, da cano­a­gem sla­lom, teve mais sor­te em poder con­tar com um cen­tro de trei­na­men­to de pon­ta, o Par­que Olím­pi­co de Deo­do­ro – lega­do dos Jogos do Rio 2016 – para se pre­pa­rar melhor e tam­bém está oti­mis­ta quan­to à sua par­ti­ci­pa­ção.

– Se hoje eu tô sonhan­do e indo bus­car minha meda­lha olím­pi­ca em Tóquio é tudo gra­ças ao canal de Deo­do­ro. Por­que lá a gen­te podia ficar total­men­te iso­la­do de todo mun­do, seguin­do as res­tri­ções e enquan­to mui­tos cen­tros de trei­na­men­to esta­vam fecha­dos, o nos­so esta­va aber­to.

Para os atle­tas que não tive­ram essa opor­tu­ni­da­de, o Comi­tê Olím­pi­co do Bra­sil, em con­jun­to com as con­fe­de­ra­ções naci­o­nais, orga­ni­zou a Mis­são Euro­pa para que os bra­si­lei­ros pudes­sem seguir com os trei­nos em con­di­ções segu­ras, no Velho Con­ti­nen­te. “E quan­do vie­ram os resul­ta­dos, resul­ta­dos mui­to bons, que os bra­si­lei­ros tinham obti­do, vagas sen­do con­quis­ta­das pra Tóquio, aí a gen­te teve 100% de cer­te­za que a Mis­são Euro­pa ela real­men­te foi fun­da­men­tal”, expli­ca o vice-pre­si­den­te do COB, Mar­co Antô­nio La Por­ta.

Ape­sar de toda adver­si­da­de, a expec­ta­ti­va de fazer o melhor em Tóquio é o que tem moti­va­do os atle­tas bra­si­lei­ros para essa Olim­pía­da. A joga­do­ra For­mi­ga, que encer­ra no Japão um ciclo de sete par­ti­ci­pa­ções em Jogos Olím­pi­cos, está deter­mi­na­da a tra­zer a tão sonha­da meda­lha de ouro para a sele­ção bra­si­lei­ra femi­ni­na de fute­bol. “Essa pan­de­mia ago­ra ela me fez supe­rar mais uma difi­cul­da­de, me rein­ven­tar todo san­to dia pra poder man­ter o foco no meu obje­ti­vo, que seria che­gar a essa Olim­pía­da e ganhar a meda­lha”.

Úni­co repre­sen­tan­te do remo bra­si­lei­ro em Tóquio, Lucas Verthein resu­me o sen­ti­men­to dos atle­tas bra­si­lei­ros:

– É uma Olim­pía­da his­tó­ri­ca. É uma Olim­pía­da que vai ficar mar­ca­da pro res­to da nos­sa his­tó­ria como uma Olim­pía­da atí­pi­ca e, ao mes­mo tem­po, uma Olim­pía­da que, na minha opi­nião, ela sim­bo­li­za a vida (…) sim­bo­li­za a nos­sa vol­ta por cima em rela­ção a um vírus que devas­tou o pla­ne­ta intei­ro. É assim que eu defi­ni­ria essa Olim­pía­da. Seria a supe­ra­ção da adver­si­da­de.

FICHA TÉCNICA:

Repor­ta­gem: Igor San­tos

Edi­ção de Tex­to: Luci­a­na Góes

Edi­ção de Ima­gem: Eric Gus­mão

Pro­du­ção: Nata­lia Neves

Cine­gra­fis­tas: Edu­ar­do Gui­ma­rães, Luís Araú­jo, Rodolpho Rodri­gues

Auxi­li­ar téc­ni­co: Ada­ro­an Bar­ro

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