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ON transmite hoje, ao vivo, observação de fenômeno astronômico raro

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© Divulgação/Nasa (Repro­dução)

O fenômeo será mostrado pelo canal do Observatório Nacional no Yotube


Publicado em 19/12/2020 — 13:30 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil — Brasília

O Obser­vatório Nacional (ON) real­iza hoje (19) um even­to vir­tu­al de obser­vação de um fenô­meno astronômi­co raro, a con­junção de Júpiter com Sat­urno. A par­tir das 18 horas, astrônomos par­ceiros de diver­sas cidades do Brasil mostrarão o espetácu­lo, ao vivo, por meio do canal do ON no Youtube.

De acor­do com a pesquisado­ra Josi­na Nasci­men­to, da Coor­de­nação de Astrono­mia e Astrofísi­ca do ON, há fenô­menos astronômi­cos que podem ser bem obser­va­dos sem equipa­men­tos, mas, nes­sa con­junção, “o mais boni­to está através da lente do telescó­pio”. Por isso, ela con­vi­da as pes­soas a par­tic­i­parem da trans­mis­são ao vivo ou assi­s­tirem depois, já que o even­to fica grava­do.

Os even­tos online são real­iza­dos em parce­ria com astrônomos amadores de diver­sas partes do país que trans­mitem a imagem dos seus telescó­pios. Então, um mes­mo fenô­meno é reg­istra­do de maneiras difer­entes. Na trans­mis­são deste sába­do, haverá tam­bém a par­tic­i­pação do Lab­o­ratório Nacional de Astrofísi­ca, local­iza­do em Ita­jubá, Minas Gerais, que tem um equipa­men­to profis­sion­al. “Os out­ros são amadores, mas que prestam um serviço imen­so à sociedade. E é muito bom pop­u­larizar isso”, disse Josi­na.

Esta é a 9ª edição do even­to vir­tu­al “O Céu em sua Casa: obser­vação remo­ta”, que começou a ser real­iza­do pelo ON durante a pan­demia da covid-19. Segun­do a pesquisado­ra, a insti­tu­ição cien­tí­fi­ca real­iza­va even­tos públi­cos de obser­vação que chegavam a reunir 300 pes­soas. Ago­ra, ape­nas uma trans­mis­são alcança 40 mil visu­al­iza­ções.

“Uma das coisas que a gente mais gos­ta de faz­er é obser­vação públi­ca, colo­car um telescó­pio numa praça, esco­la ou as pes­soas vin­do no Obser­vatório e fazen­do aque­la grande fila. O que é mais gos­toso é a con­ver­sa enquan­to o pes­soal está aguardan­do, tem per­gun­tas de todo tipo, adul­tos, cri­anças, idosos, pes­soas de todo nív­el de instrução, é um momen­to muito legal”, disse. “Ago­ra, nós trans­miti­mos ao vivo e as pes­soas ain­da con­seguem faz­er per­gun­tas. Aque­le papo em vol­ta do telescó­pio con­tin­ua acon­te­cen­do e ago­ra com um número maior de pes­soas. Ali naque­la con­ver­sa no Youtube tam­bém surgem coisa mar­avil­hosas”, desta­cou.

De acor­do com Josi­na, as trans­mis­sões online con­tin­uarão acon­te­cen­do mes­mo após a pan­demia e a equipe está tra­bal­han­do para mel­ho­rar a aces­si­bil­i­dade, com a inserção de audiode­scrição e tradução em Libras.

Entenda o fenômeno

A pesquisado­ra do ON expli­cou que o fenô­meno acon­tece, em média, a cada 20 anos, nem sem­pre com condições de vis­i­bil­i­dade. Entre­tan­to, o que tor­na o even­to desse ano raro é a prox­im­i­dade aparente de Júpiter e Sat­urno e a condição de ser obser­va­do da Ter­ra.

“Quan­do acon­tece a con­junção dess­es plan­e­tas, a sep­a­ração entre eles pode ser de 1 grau ou 2 graus, mas o que é raro mes­mo é essa sep­a­ração de seis min­u­tos de arco. Para você ter uma ideia, o taman­ho da lua, que vemos no alto do céu, é de 30 min­u­tos de arco, então você tem que dividir aque­le taman­ho por cin­co e vai ter ideia de como é pequenin­in­ho ess­es seis min­u­tos de arco”, expli­cou Josi­na.

Além disse, segun­do ela, dev­i­do à grande prox­im­i­dade aparente, Júpiter e Sat­urno podem ser vis­tos, ao mes­mo tem­po, no cam­po da ocu­lar de um telescó­pio (sem pre­cis­ar movi­men­tar o equipa­men­to). Depen­den­do da capaci­dade de aumen­to do telescó­pio, entre os dias 19 e 23 poderão ser vis­tos tam­bém os qua­tro maiores satélites de Júpiter, chama­dos galileanos, e dois dos maiores satélites de Sat­urno, Titan e Jápeto.

Josi­na expli­cou que a últi­ma vez que os plan­e­tas estiver­am em uma con­junção com dis­tân­cia angu­lar semel­hante foi em 16 de jul­ho de 1623 e a próx­i­ma será em 14 de março de 2080. Mas em 31 de out­ubro de 2040 eles poderão ser vis­tos nova­mente, com a dis­tân­cia de 1 grau.

Des­de o dia 16 de dezem­bro, Júpiter e Sat­urno já estão sendo visíveis a olho nu, logo após o pôr do Sol, e vêm se “aprox­i­man­do” des­de então. Na próx­i­ma segun­da-feira (21), acon­tece o ápice da con­junção, mas o fenô­meno ain­da poderá ser vis­to até o dia 26.

Josi­na expli­cou que, para obser­var os plan­e­tas, a pes­soa deve olhar para o hor­i­zonte a oeste, na direção onde o Sol se põe. Ao esticar o braço e abrir a mão, eles estarão na direção do dedo pole­gar. Para iden­ti­fi­cação, Júpiter é o pon­to mais bril­hante. O tem­po de exposição é em torno de uma hora. “Mas tem que ter a visão do hor­i­zonte, não podem ter pré­dios na frente”, disse.

Edição: Aécio Ama­do

Agên­cia Brasil / EBC


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