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ONG denuncia sumiço de fotos de crianças vítimas da violência no RJ

Não há informações sobre quem arrancou as imagens

Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 29/12/2024 — 12:27
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ) 29/12/2024 - Vandalismo nas fotos de memorial Foto: Rio de Paz/Divulgação
Repro­dução: © Rio de Paz/Divulgação

As fotos de cri­anças mor­tas por balas per­di­das entre os anos de 2020 e 2024, no Rio de Janeiro, que foram colo­cadas, neste sába­do (28), na Lagoa Rodri­go de Fre­itas, foram arran­cadas. A exposição das fotos, orga­ni­za­da pela Rio de Paz, visa denun­ciar a vio­lên­cia no esta­do.  

A ini­cia­ti­va incluiu fotos poli­ci­ais mil­itares mor­tos em con­fli­to. As ima­gens per­manecem no local.

A orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal Rio de Paz infor­mou que tomou con­hec­i­men­to do ato de van­dal­is­mo, por meio de men­sagem posta­da em rede social.

“Deixaram só as pla­cas dos PMs. Uma tris­teza! Não temos ideia da moti­vação, muito menos de quem foi. Não sabe­mos nada. Fomos avisa­dos por um seguidor que pas­sou pela Lagoa e nos avi­sou ago­ra de man­hã por men­sagem no Insta­gram”, disse a orga­ni­za­ção.

O fun­dador da Rio de Paz, Antônio Car­los Cos­ta, colo­cou flo­res no local e afir­mou que a intenção é refaz­er o memo­r­i­al, incluin­do a faixa que tam­bém foi lev­a­da.

“Reti­raram uma faixa de 10 met­ros, na qual nós chamá­va­mos atenção dos que pas­sam por esse local, que 49 cri­anças foram víti­mas por bala per­di­da entre 2020 e 2024 e arran­car­am as fotos dess­es meni­nos e meni­nas na sua maio­r­ia esma­gado­ra moradores de comu­nidades pobres. Esta­mos aqui de vol­ta, porque não vamos recuar dessa luta. É inad­mis­sív­el que em pleno regime democráti­co, teste­munhemos essas mortes de braços cruza­dos, sem ofer­e­cer resistên­cia a face mais hedion­da da crim­i­nal­i­dade no Rio de Janeiro”, afir­mou em vídeo encam­in­hado pela ONG.

Cos­ta pediu ao prefeito do Rio, Eduar­do Paes, as ima­gens de câmeras de segu­rança para que seja fei­ta a iden­ti­fi­cação dos autor do van­dal­is­mo. “Nós quer­e­mos con­hecer o autor desse ato de van­dal­is­mo, que por algum moti­vo arran­cou as fotos das cri­anças, mas deixou as pla­cas alu­si­vas aos poli­ci­ais mil­itares. Nós usamos este espaço tam­bém para lem­brar à sociedade e ao Poder Públi­co que poli­ci­ais mil­itares estão mor­ren­do todos os dias na região met­ro­pol­i­tana do Rio de Janeiro, por enten­der­mos que dire­itos humanos não têm lado”, afir­mou.

Ato

A colo­cação das fotos, nesse sába­do (28), con­tra a morte de cri­anças por balas per­di­das, ocor­reu pouco mais de uma sem­ana da Rio de Paz pro­mover um protesto em Copaca­bana con­de­nan­do os assas­si­natos.

O memo­r­i­al em hom­e­nagem às cri­anças mor­tas por bala per­di­da foi cri­a­do em 2015, no mes­mo local onde foi fei­ta uma hom­e­nagem ao médi­co Jaime Gold, víti­ma de latrocínio naque­le ano. Até ontem, estavam no local pla­cas com os nomes das cri­anças, que foram sub­sti­tuí­das pelas fotos usadas no protesto em Copaca­bana.

Ao todo, foram 49 fotos, incluin­do o últi­mo caso, do meni­no de 4 anos, Diego Vieira Fontes, mor­to com os pais, na segun­da-feira (23), em Paty do Alferes, no sul do esta­do.

Vol­un­tários, pais, mães, famil­iares e ami­gos das víti­mas par­tic­i­param do ato.

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