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Organização Mundial do AVC alerta que 90% dos derrames são preveníveis

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Doença é uma das maiores causas de morte e incapacidade


Pub­li­ca­do em 29/10/2023 — 09:32 Por Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil  — Brasília

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Uma em cada qua­tro pes­soas com mais de 35 anos vai sofr­er um aci­dente vas­cu­lar cere­bral (AVC), pop­u­lar­mente con­heci­do como der­rame, em algum momen­to da vida – e 90% dess­es der­rames pode­ria ser pre­venido por meio do cuida­do com um pequeno número de fatores de risco, incluin­do hiperten­são ou pressão alta, tabag­is­mo, dieta e ativi­dade físi­ca. O aler­ta é da Orga­ni­za­ção Mundi­al do AVC. 

No Dia Mundi­al do AVC, lem­bra­do neste domin­go (29), a enti­dade desta­ca que a doença é uma das maiores causas de morte e inca­paci­dade no mun­do, pode acon­te­cer com qual­quer um em qual­quer idade, e é algo que afe­ta a todos: sobre­viventes, famil­iares e ami­gos, além de ambi­entes de tra­bal­ho e comu­nidades.

A esti­ma­ti­va é que mais de 12 mil­hões de pes­soas no mun­do ten­ham um AVC este ano e que 6,5 mil­hões mor­ram como resul­ta­do. Os dados mostram ain­da que mais de 110 mil­hões de pes­soas vivem com seque­las de um AVC. A incidên­cia aumen­ta sig­ni­fica­ti­va­mente com a idade – mais de 60% dos casos acon­tece em pes­soas com menos de 70 anos e 16%, em pes­soas com menos de 50 anos.

“Mais da metade das pes­soas que sofrem um der­rame mor­rerão como resul­ta­do. Para os sobre­viventes, o impacto pode ser dev­as­ta­dor, afe­tan­do a mobil­i­dade físi­ca, a ali­men­tação, a fala e a lin­guagem, as emoções e os proces­sos de pen­sa­men­to. Essas neces­si­dades com­plexas podem resul­tar em desafios finan­ceiros e cuida­dos para o indi­ví­duo e para os seus cuidadores”, aler­ta a orga­ni­za­ção.

Entenda

De acor­do com o neu­rol­o­gista e coor­de­nador do serviço de AVC do Hos­pi­tal Albert Ein­stein, Mar­co Túlio Araújo Pedatel­la, o AVC acon­tece quan­do há uma obstrução do fluxo de sangue pro cére­bro. Ele pode ser isquêmi­co (quan­do há obstrução de vasos san­guí­neos) ou hemor­rági­co (quan­do os vasos se rompem). Em ambos os casos, célu­las do cére­bro podem ser lesion­adas ou mor­rer.

“Os prin­ci­pais fatores de risco que temos hoje pro AVC são pressão alta, dia­betes, coles­terol ele­va­do, seden­taris­mo, fumo, uso exces­si­vo de bebi­da alcoóli­ca, além de out­ros fatores que a gente não con­segue inter­ferir muito, como idade, já que aca­ba sendo mais comum em pacientes mais idosos, sexo mas­culi­no, pes­soas da raça negra e ori­en­tais e históri­co famil­iar, que tam­bém é um fator de risco impor­tante.”

Jovens

Ape­sar de o AVC ser mais fre­quente entre a pop­u­lação aci­ma de 60 anos, os relatos de casos entre jovens têm se tor­na­do cada vez mais comuns. Pedatel­la lem­bra que, ness­es casos, os impactos são enormes, uma vez que a doença pode ger­ar inca­paci­dades impor­tantes a depen­der do local e do taman­ho da lesão no cére­bro.

“Acome­tendo um paciente jovem, uma pes­soa que, muitas vezes, vai deixar de tra­bal­har, vai pre­cis­ar faz­er reabil­i­tação, geran­do enorme gas­tos. Em vários casos, depen­den­do da sequela, esse paciente pre­cisa de aju­da até pra andar, então, vai tirar um famil­iar do tra­bal­ho pra poder aux­il­iar. Então aca­ba aumen­tan­do muitos os gas­tos de seguri­dade social, além dos gas­tos com trata­men­to e reabil­i­tação.”

“Infe­liz­mente, a gente não tem um remé­dio que trate, que cure essas lesões. Os pacientes mel­ho­ram com a reabil­i­tação, mas depen­den­do da lesão, do taman­ho, da local­iza­ção, podem ficar com algu­ma sequela mais inca­pac­i­tantes.”

Reconhecendo sinais

O espe­cial­ista expli­ca que recon­hecer os sinais de um AVC e bus­car trata­men­to rap­i­da­mente não ape­nas sal­va a vida do paciente, mas amplia suas chances de recu­per­ação. “O AVC é um quadro repenti­no, súbito. Acon­tece de uma vez.”

“A pes­soa tem per­da de força ou de sen­si­bil­i­dade de um ou de ambos os lados do cor­po; per­da da visão de um ou de ambos os olhos; visão dupla; dese­qui­líbrio ou inco­or­de­nação moto­ra; ver­tigem muito inten­sa; alter­ação na fala, seja uma difi­cul­dade para falar, para artic­u­lar palavras, para se faz­er ser com­preen­di­do ou com­preen­der; além de uma dor de cabeça muito inten­sa e difer­ente do padrão habit­u­al”.

“É recomen­da­do que, na pre­sença de qual­quer um dess­es sinais, entre em con­ta­to com o serviço de urgên­cia para que o paciente pos­sa ser avali­a­do por um médi­co e afas­tar a pos­si­bil­i­dade de um AVC. A gente tem uma janela muito estre­i­ta, no AVC isquêmi­co, pra poder tratar esse paciente e evi­tar seque­las inca­pac­i­tantes – até qua­tro horas e meia com trata­men­to medica­men­toso e até seis horas com pro­ced­i­men­to endovas­cu­lar.”

Edição: Maria Clau­dia

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