...
segunda-feira ,9 setembro 2024
Home / Esportes / Ouro no parataekwondo, Carol Moura começou no esporte após assalto

Ouro no parataekwondo, Carol Moura começou no esporte após assalto

Repro­dução: © Foto Sílvio Ávila/ CPB

Bronze em Tóquio, Silvana Fernandes já pensa nos Jogos de Los Angeles


Publicado em 31/08/2024 — 16:36 Por Lincoln Chaves — Repórter da EBC — Paris (França)

ouvir:

Um dia após con­quis­tar a medal­ha de ouro na cat­e­go­ria até 65 qui­los (kg) do taek­won­do na Par­alimpía­da de Paris, Ana Car­oli­na Moura esta­va prati­ca­mente sem voz — e não tin­ha nada a ver com comem­o­ração. Neste sába­do (31), a mineira se jun­tou à tor­ci­da pela paranaense Déb­o­ra Menezes, da cat­e­go­ria aci­ma de 65 kg, no Grand Palais, onde ocor­rem as dis­putas da modal­i­dade.

Na sex­ta-feira (30), além das próprias lutas, ela se empen­hou em apoiar a paraibana Sil­vana Fer­nan­des (bronze na cat­e­go­ria até 57 kg) e o paulista Nathan Torqua­to (super­a­do na semi­fi­nal da cat­e­go­ria até 63 kg e que ficou fora da briga pelo ter­ceiro lugar dev­i­do a uma entorse no joel­ho no com­bate ante­ri­or).

Silvana Fernandes, taekwondo paralímpico, jogos de tóquio
Repro­dução: Sil­vana Fer­nan­des, taek­won­do par­alímpi­co, jogos de tóquio — Roge­rio Capela/CPB/Direitos Reser­va­dos

“Sou uma boa atle­ta, mas uma exce­lente torce­do­ra. Sou a histéri­ca [risos]”, brin­cou a primeira campeã par­alímpi­ca do Brasil em Paris, em entre­vista à EBC na Casa Brasil Par­alímpi­co, em Saint-Ouen, cidade viz­in­ha à cap­i­tal france­sa.

Car­ol, como é chama­da, desem­bar­cou na França como can­di­da­ta a pódio. Atu­al campeã mundi­al, ela ocu­pa­va o segun­do lugar do rank­ing da World Taek­won­do, a fed­er­ação inter­na­cional da modal­i­dade. Na tra­jetória até o ouro, obti­do em sua estreia par­alímpi­ca, a mineira, primeiro, venceu a gre­ga Christi­na Gkent­zou.

Na semi­fi­nal, super­ou com facil­i­dade a camarone­sa Marie Antoin­nette Das­si. A luta pelo títu­lo foi con­tra a france­sa Dje­li­ka Dial­lo. Ape­sar da grande tor­ci­da favoráv­el à adver­sária no Grand Palais, a brasileira resis­tiu à pressão.

“Claro que a gente sabe que pode não vir, mas o tra­bal­ho é pela dourad­in­ha. Fico muito sat­is­fei­ta de ter vin­do da for­ma como a gente tra­bal­hou”, comem­o­rou a luta­do­ra, que nasceu com má for­mação no ante­braço dire­ito e ini­ciou no esporte para autode­fe­sa, após ter sido assalta­da e per­di­do um colar dado pela tia.

“Come­cei como hob­by. Tive uma lesão [lig­a­men­to do joel­ho] com três meses de treino, fiquei fora do tatame por um ano. Assim que pude pis­ar [no chão] de novo, que o médi­co liber­ou, já esta­va de novo no tatame”, recor­dou Car­ol, que saiu da Casa Brasil cor­ren­do dire­to para o Grand Palais, onde acom­pan­hou a reta final das lutas de Déb­o­ra Menezes com a pou­ca voz que ain­da lhe resta­va.

Sangue no olho

Bicam­peã mundi­al da cat­e­go­ria até 57 kg, Sil­vana Fer­nan­des era can­di­da­ta à medal­ha de ouro. A paraibana estre­ou com uma vitória dramáti­ca sobre Pale­sha Goverd­han, do Nepal. Na semi­fi­nal, ape­sar de muito equi­líbrio, ela não resis­tiu à chi­ne­sa Yujie Li (que lev­ou o ouro). Já na dis­pu­ta pelo bronze, a brasileira não tomou con­hec­i­men­to da cazaque Kam­ilya Dos­malo­va para asse­gu­rar o ter­ceiro lugar.

“A gente chega com um obje­ti­vo, mas tem que enten­der que, às vezes, [as coisas] não fun­cionam como a gente quer. A semi­fi­nal foi acir­ra­da, não deu, mas prometi a mim mes­ma que não sairia sem medal­ha. Voltei com sangue no olho e con­segui o bronze”, descreveu Sil­vana, que tem má for­mação con­gêni­ta no braço dire­ito e chegou a ser atle­ta do lança­men­to de dar­do antes de migrar para o taek­won­do em 2018.

Com a medal­ha de bronze no peito, igua­lan­do o resul­ta­do da Par­alimpía­da de Tóquio, no Japão, em 2021, a paraibana já pen­sa na vaga para os Jogos de Los Ange­les, nos Esta­dos Unidos.

“Como sou líder do rank­ing mundi­al, ten­ho pon­tos que podem aju­dar a me garan­tir em Los Ange­les. Serão qua­tro anos de preparação e escol­hen­do bem as com­petições que dis­putar, para con­seguir essa medal­ha [de ouro] em 2028”, con­cluiu Sil­vana.

Edição: Aécio Ama­do

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

São Paulo e Corinthians chegam à final do Brasileiro Feminino

Repro­dução: © Staff Images/CBF/Direitos Reser­va­dos Decisão começa a ser disputada no próximo domingo (15) Publicado …