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Pacientes yanomami com alta médica levam dias para voltar a aldeias

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Pistas em territórios indígenas só permitem pouso de aviões pequenos


Pub­li­ca­do em 18/02/2023 — 07:20 Por Vitor Abdala — Envi­a­do Espe­cial — Boa Vista

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A vol­ta às aldeias de pacientes yanoma­mi que rece­ber­am alta médi­ca em Boa Vista esbar­ra em restrições de capaci­dade logís­ti­ca. Alguns pacientes esper­am, na cap­i­tal de Roraima, até 15 dias para poder voltar às suas aldeias.

Os yanoma­mi são aten­di­dos em unidades da saúde da cap­i­tal e no hos­pi­tal de cam­pan­ha mon­ta­do para aten­der à emergên­cia human­itária. Depois de rece­berem alta, ficam hospeda­dos na Casa de Apoio à Saúde Indí­ge­na (Casai), local­iza­do na região norte de Boa Vista (ao lado do hos­pi­tal de cam­pan­ha), aguardan­do retorno à ter­ra indí­ge­na.

Boa Vista (RR), 14/02/2023, O coordenador do Centro de Operações de Emergência - COE Yanomami, Hernane Guimarães, fala sobre a situação dos Yanomami.
Repro­dução: Coor­de­nador do Cen­tro de Oper­ações de Emergên­cia — COE Yanoma­mi, Her­nane Guimarães — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Segun­do Her­nane Guimarães, coor­de­nador region­al do Cen­tro de Oper­ações de Emergên­cia (COE) Yanoma­mi do Min­istério da Saúde, des­de o iní­cio da situ­ação human­itária, o número de pacientes indí­ge­nas que chegam a Boa Vista aumen­tou muito.

Com isso, cresceu tam­bém a quan­ti­dade daque­les que recebem alta e ficam na Casai aguardan­do o retorno. De acor­do com ele, o número de yanoma­mi nes­sa situ­ação varia de 40 a 70 a cada dia. No bole­tim da últi­ma quar­ta-feira (15), por exem­p­lo, havia 62.

“A gente tem, por dia, em média de dez a 15 pacientes sain­do da Casai. O paciente que está há mais tem­po de alta na Casai tem 15 dias. Hoje 10% dos pacientes que estão aco­moda­dos na Casai estão de alta”, afir­mou.

Guimarães con­ta que há dois prob­le­mas logís­ti­cos que atra­pal­ham o proces­so de retorno: a quan­ti­dade de aviões disponíveis para o tra­bal­ho e as condições das pis­tas da ter­ra indí­ge­na, que só per­mitem o pouso de aeron­aves de pequeno porte.

“Na grande maio­r­ia [dos locais na ter­ra indí­ge­na] para onde os aviões vão, eles só pousam com qua­tro pes­soas. Se são 60 indí­ge­nas, pre­cis­aria de uns 15 aviões, mais ou menos, pra faz­er isso [o retorno dos pacientes]. E a hora que a gente des­ti­na 15 aviões pra faz­er isso, deixa de tro­car a equipe de área [que tra­bal­ha nos pos­tos de saúde na ter­ra yanoma­mi]”, afir­mou, em entre­vista à reportagem da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

Segun­do ele, se as pis­tas tivessem condições mel­hores, aviões de porte maior, como aque­les do Exérci­to, pode­ri­am aju­dar nesse tra­bal­ho. “Se tivésse­mos mais aporte [de aeron­aves] e as pis­tas estivessem em condições de pousar aviões maiores, para poder levar ess­es pacientes em maior quan­ti­dade, isso daria uma diminuição [da fila de espera para retorno]”.

Edição: Kel­ly Oliveira

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