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Palco Virtual apresenta produções inéditas de artes cênicas

Maré_CIDA_foto Brunno Martins
Repro­du­ção: © Brun­no Martins/Direitos reser­va­dos

Programação começa na próxima quinta-feira

Publi­ca­do em 22/06/2021 — 06:05 Por Cami­la Boehm – Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — São Pau­lo

O Pal­co Vir­tu­al de Cêni­cas, rea­li­za­do pelo Itaú Cul­tu­ral, apre­sen­ta ao públi­co pro­du­ções iné­di­tas, de 24 a 27 de junho, que abor­dam a negri­tu­de e as dife­ren­tes for­mas de se rela­ci­o­nar. Todas as apre­sen­ta­ções são gra­tui­tas e segui­das por con­ver­sas dos espec­ta­do­res com dire­to­res, elen­cos e con­vi­da­dos. Os ingres­sos devem ser reser­va­dos via Sym­pla.

A pro­gra­ma­ção abre na quin­ta-fei­ra (24) com a pré-estreia de Maré, do cole­ti­vo poti­guar Cida, tra­tan­do do amor a par­tir da situ­a­ção da pan­de­mia e da rea­li­da­de dos cin­co artis­tas em cena, seus cor­pos e suas vivên­ci­as. As dife­ren­tes manei­ras de se rela­ci­o­nar são pro­ble­ma­ti­za­das tam­bém por ques­tões como gêne­ro, raça, capa­ci­tis­mo e vio­lên­cia con­tra a mulher.

Na estreia da peça-fil­me Des­fa­zen­da – me enter­rem fora des­se lugar, do cole­ti­vo O Bon­de, qua­tro cri­an­ças são sal­vas da guer­ra e cres­cem em uma fazen­da. Quan­do jovens, come­çam a reco­nhe­cer-se como negras, ven­do o mun­do e a liber­da­de de outra for­ma. A obra é livre­men­te ins­pi­ra­da no fil­me Meni­no 23: Infân­ci­as Per­di­das no Bra­sil, de Beli­sa­rio Fran­ca, no qual a des­co­ber­ta de tijo­los em uma fazen­da com o sím­bo­lo da suás­ti­ca des­ven­dou a his­tó­ria de cri­an­ças negras que foram leva­das de um orfa­na­to para essa fazen­da.

Os dois espe­tá­cu­los foram pen­sa­dos ini­ci­al­men­te para apre­sen­ta­ções pre­sen­ci­ais ao públi­co. No entan­to, dian­te da neces­si­da­de de iso­la­men­to soci­al duran­te a pan­de­mia, as peças ganha­ram novas pro­du­ções vol­ta­das para o audi­o­vi­su­al.

Cri­a­do em 2017 pelo Cida, núcleo artís­ti­co de dan­ça con­tem­po­râ­nea, fun­da­do por jovens artis­tas emer­gen­tes, negros, com e sem defi­ci­ên­ci­as, radi­ca­dos em Natal (RN), o espe­tá­cu­lo Maré foi remon­ta­do em 2021 como uma obra audi­o­vi­su­al em dan­ça aces­sí­vel. Após a exi­bi­ção de pré-estreia, Maré fica­rá dis­po­ní­vel até 1 de julho no You­tu­be do Itaú Cul­tu­ral.

“Com a che­ga­da da pan­de­mia, tive­mos que repen­sar o nos­so modo de tra­ba­lho. A gen­te não tinha inti­mi­da­de com o audi­o­vi­su­al, mas aca­ba­mos nos apro­xi­man­do de pes­so­as da área, e esta­mos ago­ra tra­ba­lhan­do jun­tos esse novo modo de pen­sar a dan­ça”, dis­se o bai­la­ri­no René Loui, fun­da­dor do cole­ti­vo ao lado de Roze­a­ne Oli­vei­ra.

De sex­ta-fei­ra a domin­go (25 a 27), o Pal­co Vir­tu­al será ocu­pa­do pela tem­po­ra­da de estreia de Des­fa­zen­da – me enter­rem fora des­se lugar, que tra­ta de ques­tões liga­das ao cor­po e à sub­je­ti­vi­da­de de pes­so­as negras dian­te do pro­ces­so de abo­li­ção incon­clu­sa no Bra­sil, con­for­me apon­tou a dire­to­ra Rober­ta Estre­la D’Alva.

13. Desfazenda_O Bonde_foto Jose de Holanda
Repro­du­ção: Des­fa­zen­da — me enter­rem fora des­se lugar José de Holanda/Direitos reser­va­dos

“Esta­mos em ple­na decor­rên­cia des­sa abo­li­ção incon­clu­sa, inven­tan­do estra­té­gi­as – e a arte tem um papel fun­da­men­tal nis­so – para ques­ti­o­nar coi­sas que a gen­te não acei­ta mais. Na peça, tam­bém tem esse pas­so de des­co­brir o que acon­te­ceu. Ela fala sobre enten­der-se negro no Bra­sil, e isso neces­sa­ri­a­men­te é des­co­brir a his­tó­ria da escra­vi­dão”, ava­li­ou Rober­ta.

Devi­do à pan­de­mia, o espe­tá­cu­lo, que vinha sen­do ensai­a­do vir­tu­al­men­te pelo elen­co ao lon­go do últi­mo ano, foi repen­sa­do para o audi­o­vi­su­al e ganhou o for­ma­to de peça-fil­me, que tem como des­ta­que a ênfa­se à pala­vra duran­te o espe­tá­cu­lo. A for­ça do tex­to são poten­ci­a­li­za­dos pelas bati­das, tri­lhas e pai­sa­gens sono­ras cri­a­das pela com­po­si­to­ra e DJ Dani Nega.

“O espe­tá­cu­lo traz essa carac­te­rís­ti­ca que vem do spo­ken word, das rodas de slam, das bata­lhas de poe­sia, da poe­sia fala­da como fio des­sa radi­ca­li­da­de nar­ra­ti­va, poé­ti­cas. A gen­te não tem mui­tos ele­men­tos de cená­rio, para que o públi­co veja tudo o que tem que ver a par­tir des­sa per­for­man­ce da pala­vra. É para fazer com que, quem tenha que ver essa fazen­da, veja pelos olhos, pela pala­vra, pelo rit­mo, pela ento­na­ção e memó­ria de quem está falan­do”, dis­se a dire­to­ra.

Após a tem­po­ra­da de estreia, a peça fica­rá dis­po­ní­vel até 14 de julho no canal do You­Tu­be de O Bon­de.

Edi­ção: Ali­ne Leal

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