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Pandemia causa queda de 27 milhões de procedimentos de saúde em 2020

Repro­du­ção: © Pref de Três Bar­ras SC/Divulgação/Direitos Reser­va­dos

Informação está em levantamento do Conselho Federal de Medicina


Publi­ca­do em 13/09/2021 — 07:02 Por Jonas Valen­te – Repór­ter Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

A pan­de­mia de covid-19 pro­vo­cou a que­da de 27 milhões de pro­ce­di­men­tos de saú­de que não são de emer­gên­cia em 2020, como exa­mes e con­sul­tas. O dado está em levan­ta­men­to do Con­se­lho Fede­ral de Medi­ci­na (CFM).

Segun­do o estu­do, quan­do com­pa­ra­dos os dados entre mar­ço e dezem­bro de 2020 (do iní­cio da pan­de­mia até o fim do mes­mo ano) com o mes­mo perío­do de 2019, a dife­ren­ça foi de 26,9 milhões de pro­ce­di­men­tos, sen­do 16,6 milhões de exa­mes de diag­nós­ti­co, 8,8 milhões de pro­ce­di­men­tos clí­ni­cos, 1,2 milhões de peque­nas cirur­gi­as e 210 mil trans­plan­tes.

Os pro­ce­di­men­tos con­si­de­ra­dos ele­ti­vos, que não são de urgên­cia e emer­gên­cia, tive­ram impac­to pelo dire­ci­o­na­men­to de boa par­te da estru­tu­ra da rede de saú­de para aten­der os paci­en­tes com covid-19.

Entre mar­ço e abril de 2020, com o avan­ço da pri­mei­ra onda da pan­de­mia, hou­ve uma que­da qua­se à meta­de do núme­ro de pro­ce­di­men­tos, de 8,1 milhões para 4,8 milhões. Em abril, foram regis­tra­dos 5 milhões de pro­ce­di­men­tos e em maio, 5,6 milhões. Após recu­pe­ra­ção, o ano ter­mi­nou  com 8 milhões.

Con­for­me o levan­ta­men­to do CFM, as áre­as mais afe­ta­das entre mar­ço e dezem­bro de 2020, em com­pa­ra­ção com o mes­mo perío­do no ano ante­ri­or, foram as con­sul­tas e exa­mes em cito­pa­to­lo­gia (-51%), neu­ro­lo­gia (-40%), ana­to­mo­pa­to­lo­gia (-39%), car­di­o­lo­gia (-38%), oftal­mo­lo­gia (-34%) e medi­ci­na clí­ni­ca (-33%).

No perío­do ana­li­sa­do, dei­xa­ram de ser rea­li­za­dos 2,8 milhões de cirur­gi­as. Entre mar­ço e dezem­bro de 2020 foram rea­li­za­dos 4,6 milhões de pro­ce­di­men­tos des­se tipo, con­tra 7,5 milhões no mes­mo perío­do em 2019.

Quan­do con­si­de­ra­dos os núme­ros abso­lu­tos, os pro­ce­di­men­tos que tive­ram mais impac­to foram os da área de oftal­mo­lo­gia (-6,2 milhões), segui­dos por radi­o­lo­gia e diag­nós­ti­co de ima­gem (-5,3 milhões), médi­co-clí­ni­co (-2,8 milhões) e radi­o­te­ra­pia (-2,5 milhões).

Sofre­ram gran­des que­das exa­mes como os de gaso­me­tria (medi­ção de quan­ti­da­de de O2 e CO2 no san­gue), cân­cer e Papa­ni­co­lau. Outros pro­ce­di­men­tos afe­ta­dos foram o aten­di­men­to em cen­tro de aten­ção psi­cos­so­ci­al, cau­te­ri­za­ção de lesões na pele e aten­di­men­to para indi­ca­ção ou inser­ção do dis­po­si­ti­vo intrau­te­ri­no (DIU).

Por regiões, as mais afe­ta­das foram a Nor­des­te (-31%), Sul (-29%), Sudes­te (-27%) e Nor­te (-21%). Entre esta­dos, as redu­ções mais inten­sas se deram em Ala­go­as (-47%), no Piauí (-45%), Ama­zo­nas (-38%), Espí­ri­to San­to (-36%), em Mato Gros­so do Sul e Ser­gi­pe (-35%).

2021

No 1º semes­tre de 2021, o núme­ro de pro­ce­di­men­tos ele­ti­vos foi de 50 milhões, 20% a mais do que no 1º semes­tre de 2020, quan­do foram regis­tra­dos 41,6 milhões de con­sul­tas, exa­mes e cirur­gi­as. Quan­do com­pa­ra­do com o 1º semes­tre de 2019, o núme­ro repre­sen­ta uma que­da de ‑14%.

O Con­se­lho Fede­ral de Medi­ci­na (CFM) ava­lia que é pos­sí­vel ado­tar uma série de medi­das para ten­tar com­pen­sar a que­da, como cam­pa­nhas jun­to aos paci­en­tes, sobre­tu­do para os que têm doen­ças crô­ni­cas.

Ministério da Saúde

O Minis­té­rio da Saú­de afir­mou, em nota, que a orga­ni­za­ção dos pro­ce­di­men­tos de saú­de e dos cri­té­ri­os para defi­nir pri­o­ri­da­des cabe aos esta­dos e muni­cí­pi­os. Segun­do a nota, o órgão dis­po­ni­bi­li­zou R$ 350 milhões em recur­sos adi­ci­o­nais para esse tipo de pro­ce­di­men­to.

De acor­do com a pas­ta, no pri­mei­ro semes­tre foram rea­li­za­dos 3,7 milhões de cirur­gi­as ele­ti­vas, com aumen­to em rela­ção ao mes­mo perío­do de 2020, com 3,4 milhões des­ses pro­ce­di­men­tos, mas ain­da há que­da se com­pa­ra­do ao pri­mei­ro semes­tre de 2019, quan­do equi­pes de saú­de fize­ram 4,9 milhões de cirur­gi­as.

Edi­ção: Gra­ça Adju­to

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