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Pandemia e insegurança levam ao fechamento de lojas em São Paulo

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Dezenas de estabelecimentos comerciais encerraram as atividades


Pub­li­ca­do em 15/04/2023 — 12:41 Por Dimas Sol­di — Repórter da TV Brasil — São Paulo

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Na tradi­cional Rua Barão de Itape­tininga, no cen­tro da cap­i­tal paulista, e em muitas out­ras no calçadão, dezenas de esta­b­elec­i­men­tos com­er­ci­ais foram fecha­dos. Por toda a parte, por­tas abaix­adas, pla­cas de “alu­ga-se”, pouco movi­men­to na rua e com­er­ciantes desan­i­ma­dos.

Ruas famosas pelo seu comércio estāo fechando as portas em Sāo Paulo.Foto: Frame Tv Brasil/Agência Brasil
Repro­dução: Lojas aber­tas der­am lugar a pla­cas de “alu­ga-se” na região cen­tral de São Paulo — Frame TV Brasil/Agência Brasil

Pro­pri­etário de uma ban­ca de revis­tas des­de 1986, Pao­lo Pel­le­gri­ni avalia que este é o pior momen­to. “Hoje é uma rua com 80% aber­tos e 20% fecha­dos. É mui­ta coisa num tre­cho tão cur­to”, disse à TV Brasil.

O Edifí­cio João Brí­co­la é um pré­dio icôni­co do começo do sécu­lo pas­sa­do. Ele abrigou a primeira loja de depar­ta­men­tos do Brasil. Out­ras lojas vier­am depois. A últi­ma ficou neste mes­mo pré­dio por 19 anos, mas fechou no mês pas­sa­do.

“Era um comér­cio muito bom, ocu­pa­va quase todos os andares aqui e era muito bom. Procu­ra­va de tudo e acha­va aqui. Pare­cia um shop­ping”, relem­brou a vig­i­lante Ednei­de Dias.

Out­ras ruas impor­tantes do comér­cio pop­u­lar de São Paulo seguem na mes­ma direção. Na Rua José Pauli­no, tradi­cional rua de roupas fem­i­ni­nas, as lojas con­tin­u­am aber­tas, mas o movi­men­to está bem abaixo do que já foi. “Caiu bas­tante o movi­men­to. Todos aqui estão falan­do a mes­ma coisa”, apon­ta a vende­do­ra Solâ­nia Sil­va.

Ruas famosas pelo seu comércio estāo fechando as portas em Sāo Paulo.Foto: Frame Tv Brasil/Agência Brasil
Repro­dução: Com­er­ciantes da Rua San­ta Ifigê­nia dizem que movi­men­to na região caiu nos últi­mos anos — Rove­na Rosa/Agência Brasil

Out­ra rua emblemáti­ca do comér­cio é a Rua San­ta Ifigê­nia, volta­da para a ven­da de eletrôni­cos. Lojas aber­tas tam­bém, mas com bem menos con­sum­i­dores. “Três anos atrás era 100% do movi­men­to, ago­ra 60%, 70% e olhe lá”, avaliou o vende­dor João Car­los Cos­ta.

Assista à reportagem da TV Brasil:

Cenário

Uma das expli­cações para esse cenário é a grave crise econômi­ca cau­sa­da pela pan­demia que con­tribuiu para o fechamen­to de muitas lojas e deixou mil­hares de pes­soas viven­do nas ruas de São Paulo. Hoje, segun­do o lev­an­ta­men­to da Uni­ver­si­dade Fed­er­al de Minas Gerais (UFMG), são 52 mil pes­soas em situ­ação de rua. Out­ra expli­cação são os con­stantes rou­bos e fur­tos espe­cial­mente de celu­lar nas ruas do cen­tro.

Para o urban­ista Aluízio Mari­no, coor­de­nador do Lab­o­ratório Espaço Públi­co e Dire­ito à Cidade (Lab­ci­dade), da Fac­ul­dade de Arquite­tu­ra e Urban­is­mo da Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP), out­ro grande prob­le­ma são as políti­cas públi­cas mal suce­di­das voltadas aos depen­dentes quími­cos da Cra­colân­dia, que pul­verizaram essa pop­u­lação para todo o cen­tro.

“Essa políti­ca está sendo per­ma­nente. Antes a gente tin­ha uma dis­per­são que depois, em algum momen­to, volta­va para algum lugar. Então essa políti­ca per­ma­nente de man­ter a dis­per­são, no caso especi­fi­ca­mente desse ter­ritório da Luz, San­ta Ifigê­nia, Cam­pos Elíseos, tem trans­for­ma­do esse ter­ritório em um bar­ril de pólvo­ra”, apon­tou.

Para ele, a solução deman­da menos polí­cia e mais ações para mora­dia, cuida­dos e com­bate ao trá­fi­co.

“Oper­ar o com­bate ao trá­fi­co em uma escala que não é a escala ali do local ou, pelo menos, não ape­nas a escala ali do local. E, ali no ter­ritório, pre­cisa ter uma ação con­jun­ta e forte do Esta­do para pen­sar políti­cas de mora­dia e de cuida­do”, acres­cen­tou.

Plataforma

Na quin­ta-feira (13), o gov­er­no paulista lançou uma platafor­ma com um diag­nós­ti­co das ações de segu­rança e crimes cometi­dos na região cen­tral da cap­i­tal paulista, em espe­cial nas áreas de uso de entor­pe­centes, con­heci­da como Cra­colân­dia.

A fer­ra­men­ta já esta­va em uso des­de março pelos agentes de segu­rança. “O obje­ti­vo é facil­i­tar a iden­ti­fi­cação dos hot spots crim­i­nais e a definição de ações para enfrentar a crim­i­nal­i­dade para que os resul­ta­dos obti­dos sejam mais assertivos e efi­cientes”, infor­mou o gov­er­no em nota.

A Sec­re­taria de Segu­rança Públi­ca (SSP) espera que o sis­tema democ­ra­tize o aces­so a infor­mações na região cen­tral, ten­do em vista que ela está disponív­el para toda a pop­u­lação. O diag­nós­ti­co será atu­al­iza­do sem­anal­mente com os reg­istros dos rou­bos e fur­tos, além das respec­ti­vas ações poli­ci­ais.

Edição: Juliana Andrade

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