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sábado ,15 novembro 2025
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Papa: cuidado com a instrumentalização da fé, pode anestesiar o coração

Repro­dução: Papa Leão XIV em oração diante de Nos­sa Sen­ho­ra de Fáti­ma (@Vatican Media)

Na missa por ocasião do Jubileu da Espiritualidade Mariana, Leão XIV adverte para formas de culto que não nos ligam aos outros e anestesiam o nosso coração: “Tenhamos cuidado com toda instrumentalização da fé, que faz correr o risco de transformar os diferentes – muitas vezes os pobres – em inimigos, em ‘leprosos’ ”.

Bian­ca Frac­calvieri — Vat­i­can News

O Papa Leão pre­sid­iu à San­ta Mis­sa por ocasião do Jubileu da Espir­i­tu­al­i­dade Mar­i­ana, com a par­tic­i­pação de reitores e respon­sáveis de san­tuários, mem­bros de movi­men­tos, con­frarias e gru­pos mar­i­anos de oração. Na Praça São Pedro, o San­to Padre se deteve diante da imagem orig­i­nal de Nos­sa Sen­ho­ra de Fáti­ma, que excep­cional­mente deixou o san­tuário mar­i­ano por­tuguês para estar pre­sente tam­bém no Terço pela paz con­duzi­do pelo Pon­tí­fice na tarde de 11 de out­ubro.

Papa Leão XIV em oração diante de Nos­sa Sen­ho­ra de Fáti­ma   (@Vatican Media)

A espiritualidade mariana tem Jesus como centro

A homil­ia do Pon­tí­fice foi inspi­ra­da numa frase do após­to­lo Paulo a Timó­teo: “Tem sem­pre bem pre­sente Jesus Cristo, ressus­ci­ta­do de entre os mor­tos e nasci­do da lin­hagem de David” (2 Tm 2, 8). “A espir­i­tu­al­i­dade mar­i­ana, que ali­men­ta a nos­sa fé, tem Jesus como cen­tro”, expli­cou o Papa.

“«Tem sem­pre bem pre­sente Jesus Cristo»: só isso impor­ta e faz a difer­ença entre as espir­i­tu­al­i­dades humanas e o cam­in­ho de Deus.”

É pre­ciso  que o domin­go nos faça cristãos, recomen­dou o San­to Padre. Ou seja, que encha o nos­so sen­tir e o nos­so pen­sar com a memória incan­des­cente de Jesus, mod­i­f­i­can­do a nos­sa con­vivên­cia, a nos­sa habitação na ter­ra. Toda a espir­i­tu­al­i­dade cristã se desen­volve a par­tir deste fogo e con­tribui para torná-lo mais vivo. Quan­to menos títu­los se pos­sa osten­tar, mais claro aparece que o amor é gra­tu­ito. “Deus é puro dom, somente graça, mas quan­tas vozes e con­vicções podem sep­a­rar-nos ain­da hoje des­ta ver­dade nua e dis­rup­ti­va!”, obser­vou.

Ouça e com­par­til­he

“Irmãos e irmãs, a espir­i­tu­al­i­dade mar­i­ana está a serviço do Evan­gel­ho, rev­e­lando a sua sim­pli­ci­dade. O afe­to por Maria de Nazaré tor­na-nos, com Ela, dis­cípu­los de Jesus, edu­ca-nos a voltar para Ele, a med­i­tar e a rela­cionar os acon­tec­i­men­tos da vida nos quais o Ressus­ci­ta­do ain­da nos visi­ta e chama. (…) Ela com­pro­m­ete-nos a saciar os fam­intos, a exal­tar os humildes, a recor­dar a mis­er­icór­dia de Deus e a con­fi­ar no poder do seu braço.”

Repro­dução: Cer­ca de 50 mil fiéis par­tic­i­param da mis­sa na Praça São Pedro   (@Vatican Media)

Cuidado com a instrumentalização da fé

Com efeito, prosseguiu o Papa, os lep­rosos que no Evan­gel­ho não voltam para agrade­cer nos lem­bram que a graça de Deus tam­bém pode vir até nós e não encon­trar respos­ta, pode curar-nos e não nos envolver.

“Ten­hamos cuida­do, por­tan­to, com aque­le subir ao tem­p­lo que não nos faz seguir Jesus. Exis­tem for­mas de cul­to que não nos lig­am aos out­ros e aneste­si­am o nos­so coração”, adver­tiu Leão XIV. Deste modo, não vive­mos ver­dadeiros encon­tros com aque­les que Deus colo­ca no nos­so cam­in­ho; não par­tic­i­pamos, como fez Maria, da mudança do mun­do e na ale­gria do Mag­ni­fi­cat.

“Ten­hamos cuida­do com toda instru­men­tal­iza­ção da fé, que faz cor­rer o risco de trans­for­mar os difer­entes – muitas vezes os pobres – em inimi­gos, em “lep­rosos” a evi­tar e rejeitar.”

O caminho de Maria é seguir Jesus

O San­to Padre reit­er­ou: o cam­in­ho de Maria é seguir Jesus, e o cam­in­ho de Jesus é diri­gir-se a todos os seres humanos, espe­cial­mente aos pobres, aos feri­dos, aos pecadores. Por isso, a autên­ti­ca espir­i­tu­al­i­dade mar­i­ana tor­na atu­al na Igre­ja a ter­nu­ra de Deus, a sua mater­nidade. E citou um tre­cho da Exor­tação Apos­tóli­ca Evan­gelii gaudi­um do Papa Fran­cis­co, quan­do escreve que sem­pre que olhamos para Maria, “volta­mos a acred­i­tar na força rev­olu­cionária da ter­nu­ra e do afe­to”. O Pon­tí­fice então con­cluiu:

“Carís­si­mos, neste mun­do que bus­ca justiça e paz, man­ten­hamos viva a espir­i­tu­al­i­dade cristã, a devoção pop­u­lar aos acon­tec­i­men­tos e aos lugares que, abençoa­d­os por Deus, mudaram para sem­pre a face da ter­ra. Façamos dis­so um motor de ren­o­vação e trans­for­mação, como pede o Jubileu, tem­po de con­ver­são e resti­tu­ição, de reavali­ação e lib­er­tação. Que Maria San­tís­si­ma, nos­sa esper­ança, inter­ce­da por nós e ori­ente-nos sem­pre e para sem­pre para Jesus, o Sen­hor cru­ci­fi­ca­do. Nele, há sal­vação para todos.”

Repro­dução: Ao final da mis­sa, o Papa Leão XIV saudou os fiéis de papamóv­el   (@Vatican Media)

Ato de consagração

Ao final da mis­sa, o San­to Padre aprox­i­mou-se da imagem da Virgem de Fáti­ma e con­sagrou o mun­do ao Imac­u­la­do Coração de Maria. Eis a oração pro­feri­da:

“Virgem San­ta, Mãe de Cristo, nos­sa esper­ança, a tua pre­sença aten­ta neste ano de graça acom­pan­ha-nos, con­so­la-nos e dá-nos, nas noites da história, a certeza de que em Cristo o mal foi ven­ci­do e que todo o homem é red­imi­do pelo seu amor.

Dis­cípu­la per­fei­ta do Sen­hor, guardaste no coração todas as coisas de Deus. Ensi­na-nos a escu­tar a Palavra e a com­preendê-la inte­ri­or­mente, para cam­in­har­mos seguros no cam­in­ho da san­ti­dade.

Ao teu Coração Imac­u­la­do con­fi­amos o mun­do inteiro e toda a humanidade, espe­cial­mente os teus fil­hos ator­men­ta­dos pelo fla­ge­lo da guer­ra.

Advo­ga­da da graça, indi­ca-nos o cam­in­ho da rec­on­cil­i­ação e do perdão. Não deix­es de inter­ced­er por nós na ale­gria e na dor, e alcança-nos o dom da paz que tan­to implo­ramos.

Mãe da Igre­ja, acol­he-nos benig­na­mente, para que sob o teu man­to pos­samos encon­trar refú­gio e ser socor­ri­dos pelo teu auxílio mater­no nas provações da vida.

Con­ti­go, Virgem Imac­u­la­da, man­i­fes­ta­mos o Sen­hor, recon­hecen­do em cada momen­to as grandes obras do seu amor.

Virgem San­ta, Mãe Assun­ta ao Céu, Rain­ha da Paz, Sen­ho­ra do Coração Imac­u­la­do, roga por nós.”

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