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Parque Tecnológico da UFRJ terá novos centros de pesquisa

Repro­dução: © UFRJ/Divulgação

Unidades comemoram 20 anos em 2023


Pub­li­ca­do em 04/04/2023 — 07:28 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Com 28 empre­sas res­i­dentes de pequeno, médio e grande porte, o Par­que Tec­nológi­co da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ) se prepara para imple­men­tar, a par­tir deste ano, mais cin­co unidades de pesquisa. Elas se somarão às cer­ca de 34 já exis­tentes, envol­ven­do seis lab­o­ratórios próprios da insti­tu­ição e out­ros de empre­sas pri­vadas.

O dire­tor exec­u­ti­vo, Vicente Fer­reira, disse que, os 20 anos de existên­cia do Par­que, comem­o­ra­dos neste ano, reg­is­tram números que con­stituem bom exem­p­lo de políti­ca públi­ca. O par­que cus­tou, em ter­mos de inves­ti­men­to públi­co, R$ 30 mil­hões. As empre­sas pri­vadas inve­sti­ram na con­strução de seus cen­tros de pesquisa cer­ca de R$ 1 bil­hão. Nos anos de oper­ação das empre­sas no par­que, foram feitos inves­ti­men­tos adi­cionais de R$ 250 mil­hões em pro­je­tos de pesquisa com a uni­ver­si­dade. “Acho que ess­es são números tremen­da­mente expres­sivos quan­do a gente fala de inves­ti­men­to públi­co fomen­tan­do inves­ti­men­to pri­va­do”, disse Fer­reira em entre­vista à Agên­cia Brasil.

As áreas de atu­ação do Par­que da UFRJ incluem óleo e gás, ener­gia, biotec­nolo­gia, inteligên­cia arti­fi­cial, indús­trias de trans­for­mação, infor­mação e comu­ni­cação, indús­trias extra­ti­vas, con­strução, edu­cação, saúde, cidades inteligentes, entre out­ras áreas. O obje­ti­vo é faz­er a conexão entre o con­hec­i­men­to acadêmi­co e as empre­sas, para incen­ti­var a ino­vação no país. “Ino­vação e tec­nolo­gia são os dois car­ros-chefe”, disse Fer­reira. Só no ano pas­sa­do, foram investi­dos R$ 6 mil­hões em coop­er­ação universidade/empresa, resul­tan­do em 113 pedi­dos de patentes. O número de pedi­dos de patentes feito ao Insti­tu­to Nacional da Pro­priedade Indus­tri­al (INPI) alcança 371, de 2017 até hoje.

Foco

No caso do Par­que da UFRJ, Vicente Fer­reira expli­cou que o foco são as deep tech (star­tups e ecos­sis­temas que abraçam tec­nolo­gias com­plexas ou res­olução de prob­le­mas de alto impacto) e não ep tech (empre­sa respon­sáv­el por desen­volver soft­wares, ou pro­gra­mas de com­puta­dor, para solu­cionar prob­le­mas opera­cional­mente com­plex­os). “O nos­so negó­cio não é ep. É molécu­la, como eu gos­to de diz­er, porque, na ver­dade, tem impacto na cadeia pro­du­ti­va muito mais pro­fun­do, já que são ino­vações que, cer­ta­mente, chegam para o bem-estar da pop­u­lação, com impacto muito maior e tem­po de per­manên­cia tam­bém maior”. São proces­sos de desen­volvi­men­to muito mais arrisca­dos e demor­a­dos.

O dire­tor desta­cou que a UFRJ tem em torno de 1.450 lab­o­ratórios nas áreas de engen­haria, ciên­cia da saúde, pesquisa bási­ca. Acres­cen­tou que, ain­da neste ano, a Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), par­ceira da UFRJ, dev­erá con­sol­i­dar um cen­tro de tec­nolo­gia den­tro do Par­que. A ideia é que ele seja, na ver­dade, uma fábri­ca de tec­nolo­gias para faz­er princí­pios ativos, um scale up para pro­dução em escala indus­tri­al, com atenção espe­cial para as chamadas doenças neg­li­gen­ci­adas, cau­sadas por agentes infec­ciosos ou par­a­sitas e con­sid­er­adas endêmi­cas em pop­u­lações de baixa ren­da. São doenças neg­li­gen­ci­adas a hanseníase, dengue, leish­man­iose, esquis­tos­so­mose, rai­va humana trans­mi­ti­da por cães, escabiose (sar­na), doença de Cha­gas, par­a­sitoses intesti­nais e tra­co­ma.

O Par­que espera ini­ciar a imple­men­tação de mais três unidades de pesquisa ain­da este ano. Uma delas será patroci­na­da pela Pet­ro­gal, empre­sa do setor de petróleo de Por­tu­gal, foca­da em descar­boniza­ção. O acor­do já foi assi­na­do e a expec­ta­ti­va é que as obras come­cem no segun­do semes­tre. Out­ro lab­o­ratório é patroci­na­do pela Shell e vai oper­ar na área de bioss­in­téti­cos. “O lab­o­ratório vai ser, de cer­ta for­ma, com­par­til­ha­do com o Ecos­sis­tema de Ino­vação da UFRJ. É algo que a gente bus­ca­va ter no Rio de Janeiro há muito tem­po”.

Fertilizantes

É esper­a­do tam­bém para 2023 o iní­cio da imple­men­tação do Cen­tro de Excelên­cia em Fer­til­izantes. “É um son­ho muito anti­go, prin­ci­pal­mente dos cole­gas da Empre­sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra­pa)”. Vicente Fer­reira desta­cou que o Plano Nacional de Fer­til­izantes pre­vê, entre out­ras coisas, a cri­ação de uma rede de cen­tros de excelên­cia em fer­til­izantes e, tam­bém, um cen­tro de excelên­cia prin­ci­pal como hub (con­cen­trador) dessa rede e que fun­cione como uma fábri­ca de star­tups (empre­sas nascentes) voltadas para a tec­nolo­gia do agronegó­cio.

O Brasil impor­ta a maior parte dos fer­til­izantes usa­dos na agri­cul­tura. O dire­tor acred­i­ta que os cen­tros de excelên­cia de fer­til­izantes trarão impacto enorme na cadeia pro­du­ti­va do agronegó­cio. O pro­je­to envolve os gov­er­nos fed­er­al e estad­ual e a ini­cia­ti­va pri­va­da. “A ideia é ter pro­je­tos de desen­volvi­men­to tec­nológi­co ger­a­dos pelos difer­entes cen­tros e que ven­ham para o cen­tro de excelên­cia do Par­que já com deman­da da ini­cia­ti­va pri­va­da para serem desen­volvi­dos aqui”.

Uma quin­ta unidade, pro­pos­ta pela Fac­ul­dade de Admin­is­tração e Ciên­cias Con­tábeis, é uma incubado­ra para empre­sas de impacto social e ambi­en­tal, que dev­erá estar imple­men­ta­da nas dependên­cias do Par­que até o iní­cio das aulas do segun­do semes­tre. A UFRJ já tem duas incubado­ras. Uma per­tence ao Insti­tu­to Alber­to Luiz Coim­bra de Pós-Grad­u­ação e Pesquisa de Engen­haria (Coppe/UFRJ), para empre­sas de base tec­nológ­i­ca; out­ra é a Incubado­ra de Empreendi­men­tos Tec­nológi­cos (Crios), da UFRJ Macaé.

Programa

A solenidade de aber­tu­ra das comem­o­rações dos 20 Anos do Par­que Tec­nológi­co da UFRJ será real­iza­da hoje (4). Todas as ativi­dades do Par­que 20 Anos serão real­izadas na Ino­vate­ca, espaço físi­co e vir­tu­al para com­par­til­har con­teú­do, conexões e exper­i­men­tação local­iza­do den­tro do Par­que, na Cidade Uni­ver­sitária. Em for­ma­to de Cubo Mági­co, a Ino­vate­ca tem área con­struí­da de 2.730 met­ros quadra­dos e ambi­entes pro­je­ta­dos para estim­u­lar a cria­tivi­dade, a tro­ca de con­hec­i­men­to e a ino­vação. Todas as ativi­dades con­tarão tam­bém com trans­mis­são ao vivo pelo YouTube.

A pro­gra­mação vai durar o ano inteiro. Ela visa pro­mover o debate sobre ino­vação e tec­nolo­gia com a sociedade e terá palestras, encon­tros e ofic­i­nas sobre temas como engen­haria, biotec­nolo­gia, sus­tentabil­i­dade, indús­tria 4.0, cidades inteligentes, mobil­i­dade, pro­dução auto­mo­ti­va, óleo e gás, ener­gia verde, con­strução civ­il, games, esportes, biotec­nolo­gia em saúde, tec­nolo­gia médi­co-hos­pi­ta­lar, sociedade 5.0 e ciên­cia no país. Haverá ain­da uma mostra de tec­nolo­gias da UFRJ e exposição de arte. O pro­gra­ma com­ple­to pode ser aces­sa­do neste link

Edição: Graça Adju­to

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