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Passarinhos “compõem” valsa para distribuidores de energia

Repro­dução: © Paulo Pinto/Agência Brasil

Música foi trilha sonora de premiação de associação do setor


Publicado em 23/08/2024 — 07:06 Por Gilberto Costa — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A Asso­ci­ação Brasileira de Dis­tribuidores de Ener­gia Elétri­ca (Abradee) real­i­zou a cer­imô­nia do Prêmio Abradee 2024 na noite des­ta quin­ta-feira (22) em Brasília. O even­to recon­heceu empre­sas dis­tribuido­ras que se destacaram recen­te­mente na gestão, qual­i­dade, segu­rança e ino­vação em suas oper­ações.

A pre­mi­ação teve uma tril­ha sono­ra orig­i­nal: a Sin­fo­nia dos Dis­tribuidores de Ener­gia — uma val­sa de sete min­u­tos de duração, com­pos­ta a par­tir de 12 fotografias de pas­sar­in­hos empoleira­dos em fios de postes de ener­gia. Os fios para­le­los for­mam pau­tas musi­cais e as aves dis­tribuí­das por eles são as notas, con­forme inter­pre­tação do músi­co de Jar­bas Agnel­li, tam­bém cineas­ta e pub­lic­itário.

A inusi­ta­da sin­fo­nia não é um exper­i­men­to estéti­co inédi­to. Agnel­li repro­duz­iu e aper­feiçoou a ideia que teve em 2009, quan­do tirou músi­ca de uma foto que viu pub­li­ca­da no jor­nal O Esta­do de S. Paulo, fei­ta pelo fotó­grafo Paulo Pin­to, hoje coor­de­nador de fotografia da Agên­cia Brasil na fil­ial paulis­tana.

Brasília (DF) 22/08/2024 - O fotografo da Agência Brasil, Paulo Pinto posa para foto.Uma foto de sua autoria onde se vê um grupo de pássaros pousados em fios de uma rede elétrica. O compositor Jarbas Agnell viu a foto publicada e produziu partituras musicais criando uma melodia com os pássaros visto na fotografia de Paulo. O nome do projeto Birds on the wires (Pássaros dos Fios) - Jarbas Agnelli Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Repro­dução: Paulo Pin­to. Foto: Joéd­son Alves/Agência Brasil

O fotó­grafo fez a imagem quan­do esta­va de férias na casa da mãe, em San­tana do Livra­men­to. Era um dia de domin­go há exatos 15 anos (23 de agos­to), quan­do Paulo Pin­to decid­iu sair para fotogra­far “algu­ma coisa” após um chur­ras­co em família.

A mãe mostrou ao fil­ho o ban­do de pas­sar­in­hos chupins que se agluti­na­va nos fios dos postes de ener­gia todas as tardes diante da residên­cia no out­ro lado da rua, à espera da comi­da habit­ual­mente servi­da pelo viz­in­ho às peque­nas aves vis­i­tantes.

“Min­ha ideia era fotogra­far com a máquina no chão, para pegar aque­les pas­sar­in­hos se ali­men­tan­do e dar a sen­sação de que eles eram maiores. Eu fiz isso. Só que quan­do eu olhei pra cima, nos fios, esta­va aque­le mon­tão de pas­sar­in­hos esperan­do a sua vez de com­er”, recor­da-se o fotó­grafo. Ele fez várias fotos dessa posição e reparou nos pás­saros dis­tribuí­dos nos fios como em uma pau­ta musi­cal: “mas que estran­ho, parece uma par­ti­tu­ra aqui­lo ali.”

Jar­bas Agnell pen­sou a mes­ma coisa quan­do viu a foto no jor­nal enquan­to toma­va café da man­hã no dia seguinte. Ime­di­ata­mente, ele saiu da mesa para o piano para tirar “a músi­ca” com­pos­ta pelos chupins gaú­chos. “Na hora, eu parei o café. Peguei uma tesoura, cortei a foto e fui para o piano. Eu sen­ti von­tade de ten­tar tocar aque­la foto.”

Na trans­posição da imagem ao som, o músi­co tomou “algu­mas liber­dades artís­ti­cas”, como inter­pre­tar que os pas­sar­in­hos nos fios dos postes equiv­aliam às notas fá, lá, dó, mi e sol e definir, a par­tir das posições das aves nos fios, a duração das notas. “Quan­do eu vi que tin­ha uma melo­dia inter­es­sante lá, eu fiz um arran­jo orques­tral”, recor­da-se.

A músi­ca extraí­da da foto pub­li­ca­da tin­ha um min­u­to de duração. Jar­bas Agnel­li entrou em con­ta­to com o fotó­grafo. Ao ouvir o som, Paulo Pin­to pen­sou “ele olhou o que eu olhei tam­bém. Só que eu olhei fotografi­ca­mente e ele olhou musi­cal­mente”.

A história da músi­ca dos pas­sar­in­hos gan­hou as pági­nas do Estadão, virou pau­ta de out­ras reporta­gens nacionais e tornou-se con­heci­da no exte­ri­or com entre­vis­tas de Agnel­li à rede de rádios públi­cas dos Esta­dos Unidos (NPR) e à Com­pan­hia de Radiod­i­fusão do Japão (NHK). O vídeo feito da exe­cução da músi­ca foi pub­li­ca­do nas redes soci­ais, e foi pre­mi­a­do como um dos 20 mais inter­es­santes vis­tos no YouTube naque­le ano.

A foto da músi­ca de Paulo Pin­to e a músi­ca da foto de Jar­bas Agnel­li são “sineste­sias”. Palavra de origem gre­ga para descr­ev­er a per­cepção simultânea de sen­ti­dos difer­entes como a visão que leva a audição, ou o som que for­ma uma imagem.

Edição: Aline Leal

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