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Peritos identificam corpo de Bruno Pereira em exames

Repro­dução: Repro­dução: © TV Brasil

Indigenista e jornalista foram atingidos por disparos de armas de caça


Pub­li­ca­do em 18/06/2022 — 14:20 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

A Polí­cia Fed­er­al infor­mou neste sába­do (18) que os restos mor­tais do indi­genista Bruno Pereira, assas­si­na­do no oeste do Ama­zonas, foram iden­ti­fi­ca­dos em perí­cia no Insti­tu­to Nacional de Crim­i­nalís­ti­ca (INC), em Brasília. A con­fir­mação foi fei­ta com base no exame da arca­da den­tária. Ontem (17), per­i­tos já havi­am con­fir­ma­do que parte dos remanes­centes humanos encon­tra­dos na Amazô­nia são do jor­nal­ista inglês Dom Phillips. O mate­r­i­al tam­bém foi iden­ti­fi­ca­do pela arca­da den­tária da víti­ma e por impressão dig­i­tal. 

O exame médi­co-legal dos per­i­tos tam­bém esclare­ceu a dinâmi­ca das mortes. Segun­do a PF, eles foram atingi­dos por dis­paros de armas de fogo com munição típi­ca de caça, com múlti­p­los balins, cau­san­do diver­sas lesões inter­nas. Phillips foi atingi­do por um tiro na altura do abdô­men e mor­reu em decor­rên­cia de trau­ma­tismo tora­coab­dom­i­nal. No cor­po de Bruno Pereira foram iden­ti­fi­ca­dos três dis­paros, sendo dois na altura do tórax e abdô­men, e out­ro na cabeça. Os per­i­tos con­cluíram que a morte do indi­genista foi cau­sa­da por trau­ma­tismo tora­coab­dom­i­nal e cra­ni­ano por dis­paros de arma de fogo.

“Os tra­bal­hos dos per­i­tos do Insti­tu­to Nacional de Crim­i­nalís­ti­ca, nos próx­i­mos dias, serão con­cen­tra­dos nos exam­es de Genéti­ca Forense, Antropolo­gia Forense e méto­dos com­ple­mentares de Med­i­c­i­na Legal, para iden­ti­fi­cação com­ple­ta dos remanes­centes e com­preen­são da dinâmi­ca dos even­tos”, infor­mou a PF.

Prisão

Mais cedo, a PF infor­mou que Jef­fer­son da Sil­va Lima, con­heci­do como “Pela­do da Din­ha”, se entre­gou na Del­e­ga­cia de Polí­cia de Ata­la­ia do Norte, região do Vale do Javari, oeste do Ama­zonas. Ele é o ter­ceiro sus­peito de envolvi­men­to nos assas­si­natos do indi­genista Bruno Pereira e do jor­nal­ista britâni­co Dom Phillips.

Além dele, estão pre­sos por envolvi­men­to na morte e na ocul­tação dos cor­pos os pescadores Oseney da Cos­ta de Oliveira, con­heci­do como Dos San­tos, de 41 anos, e Amar­il­do da Cos­ta Pereira, o Pela­do, tam­bém de 41 anos. Até o momen­to, ape­nas Amar­il­do con­fes­sou o crime.

Assassinatos

Dom Phillips, que era colab­o­rador do jor­nal britâni­co The Guardian, e Bruno Pereira, servi­dor licen­ci­a­do da Fun­dação Nacional do Índio (Funai), foram vis­tos pela últi­ma no dia 5 de jun­ho, na região da reser­va indí­ge­na do Vale do Javari, a segun­da maior do país, com mais de 8,5 mil­hões de hectares. Eles se deslo­cavam da comu­nidade ribeir­in­ha de São Rafael para a cidade de Ata­la­ia do Norte (AM), quan­do sumi­ram sem deixar vestí­gios.

O indi­genista denun­ciou que estaria sofren­do ameaças na região, infor­mação con­fir­ma­da pela PF, que abriu pro­ced­i­men­to inves­tiga­ti­vo sobre a denún­cia. Bruno Pereira esta­va atuan­do como colab­o­rador da União das Orga­ni­za­ções Indí­ge­nas do Vale do Javari (Uni­va­ja) — enti­dade man­ti­da pelos próprios indí­ge­nas da região. Entre as suas mis­sões, esta­va a de impedir a caça e a pesca ile­gal na reser­va, bem como out­ras práti­cas crim­i­nosas. A Ter­ra Indí­ge­na do Vale do Javari con­cen­tra o maior número de índios iso­la­dos ou de recente con­ta­to do plan­e­ta e qual­quer aprox­i­mação com não índios pode des­en­cadear um proces­so de exter­mínio dess­es povos, seja pela dis­sem­i­nação de doenças ou enfrenta­men­to dire­to.

Segun­do um dos autores do crime, a moti­vação do assas­si­na­to de Bruno e Dom teria sido jus­ta­mente a atu­ação deles na denún­cia de aces­so e explo­ração ile­gal da reser­va. A PF chegou a diz­er, nes­ta sex­ta-feira (17), que não have­ria man­dantes nem par­tic­i­pação de orga­ni­za­ções crim­i­nosas. A con­clusão, no entan­to, foi rechaça­da pela Uni­ja­va, que, em nota, infor­mou terem sido repas­sa­dos dados sobre orga­ni­za­ções crim­i­nosas que estari­am atuan­do na região.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

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