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Pesquisa indica aceitação de vacinação infantil nas escolas

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Vacinação escolar é uma estratégia defendida por especialistas


Pub­li­ca­do em 21/04/2023 — 07:15 Por Viní­cius Lis­boa — repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Uma pesquisa real­iza­da com 2 mil mães brasileiras chegou a um per­centu­al de 76% que con­sid­er­am a esco­la como o lugar ide­al para a vaci­nação infan­til. O estu­do foi real­iza­do pela far­ma­cêu­ti­ca Pfiz­er e pelo Insti­tu­to Loco­mo­ti­va e divul­ga­do pouco antes da Sem­ana Mundi­al da Imu­niza­ção, que acon­tece entre 24 e 30 de abril. As respostas indicam que as mães gostari­am de ser aju­dadas pela esco­la a man­ter o cal­endário vaci­nal em dia.

Oito em cada dez mães con­cor­daram com a frase “seria muito práti­co se a vaci­nação do/da meu/minha filho/filha pudesse ocor­rer den­tro da esco­la”, e, para 85%, “se hou­vesse a pos­si­bil­i­dade de a vaci­nação ocor­rer na esco­la a cober­tu­ra vaci­nal infan­til pode­ria ser maior”.

A vaci­nação esco­lar é uma estraté­gia defen­di­da por espe­cial­is­tas em imu­niza­ção como um instru­men­to para ele­var as cober­turas vaci­nais, que estão em que­da no país des­de 2015. Com per­centu­ais abaixo da meta que garante a imu­nidade de reban­ho, doenças imuno­pre­veníveis como o saram­po e a poliomielite podem rea­pare­cer no país ou se espal­har com mais facil­i­dade.

O ques­tionário apli­ca­do nas cin­co regiões do país tam­bém mostrou que 81% das entre­vis­tadas ficari­am seguras com a vaci­nação den­tro da esco­la se soubessem que ela seria real­iza­da por profis­sion­ais de saúde qual­i­fi­ca­dos. Segun­do a pesquisa 91% das mães afir­mam que provavel­mente autor­izari­am os fil­hos a rece­ber as dos­es na esco­la. Entre elas, três em cada qua­tro dizem que a decisão inde­pen­de­ria, inclu­sive, do tipo de vaci­na admin­istra­da.

Apos­tar na esco­la como fonte de infor­mação e local de facil­i­tação do aces­so às vaci­nas está em lin­ha com alguns prob­le­mas apon­ta­dos pela própria pesquisa: 68% das par­tic­i­pantes dizem que já se sen­ti­ram con­fusas sobre a imu­niza­ção dos fil­hos, 39% já deixaram de vaci­nar por difi­cul­dades de chegar aos pos­tos e 56% relatam que, com as deman­das do dia a dia, já acabaram esque­cen­do as datas de vaci­nação dos fil­hos.

As mães ouvi­das con­sid­er­am a fal­ta de infor­mação e con­hec­i­men­to sobre a vaci­nação o prin­ci­pal obstácu­lo à vaci­nação. Para 17% das mães, a fal­ta de con­fi­ança nas vaci­nas é uma das razões que atra­pal­ha.

Desigualdades

O Distrito Federal começou a vacinar crianças acima de 6 anos contra a COVID-19
Repro­dução: Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

As entre­vis­tas mostraram que metade das mães das class­es A/B con­tam com algum tipo de acom­pan­hamen­to que ajude a lem­brar o dia de vaci­nar seus fil­hos, enquan­to esse per­centu­al é de ape­nas 25% para as mães da Região Norte. As nortis­tas, ao lado das mães negras e das mães das class­es D/E são as que têm menos infor­mação, assistên­cia e aces­so às vaci­nas.

As mães nortis­tas, por exem­p­lo, são as que relatam com mais fre­quên­cia já terem per­di­do um dia de tra­bal­ho para colo­car a vaci­nação em dia. O pedi­atra Rena­to Kfouri, pres­i­dente do Depar­ta­men­to Cien­tí­fi­co de Imu­niza­ções da Sociedade Brasileira de Pedi­a­tria (SBP), lem­bra que o Norte e o Nordeste são as regiões do país que apre­sen­tam os indi­cadores mais baixos de imu­niza­ção infan­til.

“É impor­tante con­sid­er­ar o impacto da desigual­dade social den­tro desse cenário para que pos­samos bus­car soluções que aju­dem a trans­por cada um dos obstácu­los enfrenta­dos pelas famílias na imu­niza­ção de suas cri­anças”, afir­ma.

A dire­to­ra médi­ca da Pfiz­er, Adri­ana Ribeiro, afir­ma que o obje­ti­vo da pesquisa é aju­dar a apro­fun­dar a avali­ação sobre o cenário de que­da nas cober­turas vaci­nais, de modo que soluções mais efe­ti­vas pos­sam ser encon­tradas.

“Sabe­mos que essa questão foi agrava­da pela pan­demia, mas esta­mos falan­do de um prob­le­ma mul­tifa­to­r­i­al, com­plexo, influ­en­ci­a­do por vários ele­men­tos, sejam eles soci­ais, econômi­cos, com­por­ta­men­tais ou de infor­mação”, avalia a dire­to­ra médi­ca. “Ao ouvir as mães, que em sua maio­r­ia são respon­sáveis dire­tas pelo geren­ci­a­men­to da imu­niza­ção de seus fil­hos, propo­mos a par­tir do estu­do um olhar mais apro­fun­da­do desse cenário com­plexo, como for­ma de con­tribuir para a bus­ca de soluções que real­mente pos­sam trans­for­mar a situ­ação vaci­nal atu­al”.

Edição: Heloisa Cristal­do

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