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Pesquisa mostra que câncer é doença urológica mais temida por homens

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dados são da Sociedade Brasileira de Urologia, divulgados nesta quarta


Pub­li­ca­do em 01/11/2023 — 08:03 Por Cristi­na Índio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O câncer é a doença urológ­i­ca mais temi­da pelos home­ns (58%), segui­da pela impotên­cia sex­u­al (37%). Nos home­ns aci­ma de 40 anos, ape­nas 32% se con­sid­er­am muito pre­ocu­pa­dos com a própria saúde e 46% só vão ao médi­co quan­do sen­tem algu­ma coisa difer­ente. O per­centu­al atinge 58% quan­do ele procu­ra atendi­men­to ape­nas no Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS). O exame de toque retal ain­da des­per­ta temor em um em cada sete home­ns. O receio é maior nos home­ns com idade aci­ma de 60 anos.

Os dados fazem parte da pesquisa de per­cepção do homem sobre sua saúde, real­iza­da pela Sociedade Brasileira de Urolo­gia (SBU), com o apoio do Lab­o­ratório Adi­um, que está sendo divul­ga­da nes­ta quar­ta-feira (1º) pela enti­dade. O estu­do foi feito pelo Insti­tu­to de Pesquisa IDEIA por meio de aplica­ti­vo mobile com home­ns aci­ma de 40 anos de todas as regiões do país.

A maior pro­porção dos home­ns que só vão ao médi­co ao sen­tir algo está no grupo entre 40 e 44 anos (49%). Ao con­trário, o que mostrou ter maior cuida­do com a saúde é aque­le aci­ma de 60 anos, com 78%, afir­man­do que fazem exam­es a cada seis meses ou um ano. De acor­do com a SBU, mes­mo com ess­es números, metade dos home­ns com mais de 40 tem medo ou ansiedade quan­do pen­sa na sua saúde.

“Sen­tir algu­ma coisa é algo que não pas­sou com remé­dio caseiro. Ele foi à far­má­cia procu­rar algum palia­ti­vo que pudesse aju­dar aque­le sin­toma e a coisa não mel­horou. Essa ati­tude do homem faz com que ele ten­ha uma expec­ta­ti­va de vida, sete ou oito anos menor que a das mul­heres”, afir­mou o pres­i­dente da SBU, Alfre­do Canali­ni.

A maio­r­ia dos home­ns ouvi­dos disse saber sobre o câncer (75%) e a pro­sta­tite (59%), mas a hiper­pla­sia benigna (HPB), ape­sar de mais preva­lente, é menos con­heci­da. Ape­nas 43% têm infor­mações sobre ela. O descon­hec­i­men­to da HPB é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos, somente 39% sabem o que é. A esti­ma­ti­va é de que cer­ca de 50% dos home­ns aci­ma de 50 anos terão algum grau de HPB.

“Na HPB a prós­ta­ta, glân­du­la local­iza­da abaixo da bex­i­ga, aumen­ta de taman­ho dev­i­do ao cresci­men­to celu­lar exces­si­vo. E é mais comum em home­ns aci­ma de 50 anos”, disse o vice-pres­i­dente da SBU, Roni Fer­nan­des.

Os sin­tomas são aumen­to da fre­quên­cia de uri­nar durante o dia, diminuição da força e do cal­i­bre do jato urinário, difi­cul­dade para ini­ciar a micção, sen­sação de urgên­cia para uri­nar e out­ros sin­tomas rela­ciona­dos ao tra­to urinário. De acor­do com o médi­co, ess­es sin­tomas ocor­rem porque o aumen­to do taman­ho da prós­ta­ta pode com­prim­ir a ure­tra, o canal que trans­porta a uri­na da bex­i­ga para fora do cor­po. Isso leva a uma obstrução par­cial do fluxo urinário e causa os sin­tomas men­ciona­dos. A HBP tam­bém pode inter­ferir no fun­ciona­men­to da bex­i­ga e dos rins.

Con­forme a SBU, mes­mo que as difi­cul­dades de micção sejam mais comuns com o avançar da idade, o prob­le­ma não deve ser con­sid­er­a­do aceitáv­el e nor­mal no envel­hec­i­men­to. Ape­sar dis­so, 38% dos par­tic­i­pantes con­sid­er­am, total­mente ou par­cial­mente que é nor­mal ter difi­cul­dade para uri­nar com o pas­sar do tem­po, e que isso não é moti­vo de pre­ocu­pação. O índice de con­cordân­cia com esse pen­sa­men­to aumen­ta entre os home­ns de mais de 60 (48%).

“A prós­ta­ta aumen­ta­da é uma das causas da difi­cul­dade de uri­nar e, em lon­go pra­zo, se não trata­da, pode causar retenção urinária, infecções e lesão no tra­to urinário, incluin­do os rins”, apon­tou a SBU.Câncer de prós­ta­ta

Dados do Sis­tema de Infor­mações Hos­pi­ta­lares (SIH/SUS), do Min­istério da Saúde, de janeiro a jul­ho de 2023 indicam que hou­ve 21.803 inter­nações em decor­rên­cia da doença. A Esti­ma­ti­va 2023 – Incidên­cia de Câncer no Brasil, do Insti­tu­to Nacional de Câncer (Inca), para a doença, é a existên­cia de 71.730 novos casos anu­ais no perío­do de 2023/2025. Segun­do o Sis­tema de Infor­mações sobre Mor­tal­i­dade do Min­istério da Saúde, em 2022 foram 16.292 óbitos pela doença, ou seja, 44 mortes por dia.

Sinais e sintomas

De acor­do com a SBU, emb­o­ra não sejam especí­fi­cos do câncer de prós­ta­ta, mere­cem atenção as iden­ti­fi­cações de sangue na uri­na ou no sêmen, micção fre­quente, fluxo urinário fra­co ou inter­rompi­do, lev­an­tar-se diver­sas vezes à noite para uri­nar, chama­da de noc­túria.

Segun­do o pres­i­dente da SBU, mes­mo ten­do pre­cisa­do de reforço nos últi­mos 14 anos, a con­sci­en­ti­za­ção sobre a doença vem pro­gredin­do. “Os home­ns começaram a se impor­tar com a questão do diag­nós­ti­co pre­coce deste tipo de tumor”

Sedentarismo

Os entre­vis­ta­dos relataram alguns prob­le­mas de saúde, sendo os mais cita­dos o seden­taris­mo (26%), a pressão alta (24%), e a obesi­dade (12%). Do total, 35% respon­der­am que não têm nen­hum prob­le­ma de saúde. O menor índice de escol­ha do seden­taris­mo ficou entre os home­ns 60+ (18%). Nes­sa faixa etária o prob­le­ma mais comum é a pressão alta (40%).

“Na real­i­dade, essa pesquisa só colo­cou em números aqui­lo que já perce­bíamos, porque ain­da existe cer­ta relutân­cia do homem em procu­rar faz­er exam­es de roti­na. Eles só procu­ram o médi­co quan­do estão sentin­do algu­ma coisa”, disse o pres­i­dente da SBU.

Recomendações

De acor­do com a SBU, mes­mo sem apre­sen­tar sin­tomas, home­ns a par­tir de 50 anos devem procu­rar um profis­sion­al espe­cial­iza­do, para avali­ação indi­vid­u­al­iza­da. Já os que inte­grarem o grupo de risco, como afrode­scen­dentes ou com par­entes de primeiro grau com câncer de prós­ta­ta ou obe­sos, devem começar seus exam­es mais pre­co­ce­mente, a par­tir dos 45 anos.

A análise da prós­ta­ta é fei­ta pela dosagem do PSA, uma enz­i­ma com algu­mas car­ac­terís­ti­cas de mar­cador tumoral no sangue, jun­ta­mente com o exame de toque. “Um exame não exclui o out­ro, vis­to que é pos­sív­el ter PSA aumen­ta­do e não ter a doença ou tê-lo nor­mal e ter a doença. O PSA tam­bém pode aumen­tar no caso de pro­sta­tite e HPB, e há situ­ações em que ele não se altera mes­mo com o câncer em cur­so”, rela­tou a SBU.

O trata­men­to varia con­forme o está­gio da doença, com as condições clíni­cas e o dese­jo do paciente. Entre elas estão: cirur­gia, radioter­apia, vig­ilân­cia ati­va, hor­mo­nioter­apia, quimioter­apia e radiofár­ma­cos.

“Parar de fumar, ter uma ali­men­tação saudáv­el, faz­er ativi­dade físi­ca reg­u­lar e evi­tar a obesi­dade trazem muitos bene­fí­cios. Vis­i­tas reg­u­lares ao médi­co devem ser feitas, mes­mo que não haja sin­tomas, porque o diag­nós­ti­co eo  trata­men­to pre­co­ces aju­dam a con­tro­lar as doenças e evi­tam suas com­pli­cações”, disse Alfre­do Canali­ni, pres­i­dente da SBU.

Edição: Graça Adju­to

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