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Pesquisadoras ocupam 2% de cargos de liderança em ciência e tecnologia

Repro­dução: © Thali­ta Cardoso/Assessoria de Impren­sa — Light

Dados estão em pesquisa divulgada no encontro Gender Summit


Pub­li­ca­do em 15/09/2021 — 07:30 Por Cami­la Maciel — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

A Améri­ca Lati­na e o Caribe, jun­ta­mente com a Ásia Cen­tral, são as duas regiões que alcançaram pari­dade de gênero entre pesquisadores em todas as áreas de con­hec­i­men­to. A boa notí­cia, no entan­to, esbar­ra em out­ros desafios: a pou­ca pre­sença de mul­heres em posições de lid­er­ança, as difi­cul­dades em car­reiras em STEM (ciên­cia, tec­nolo­gia, engen­haria e eatemáti­ca, na sigla em inglês) e a acen­tu­a­da desigual­dade racial.

Os dados fazem parte de pesquisa divul­ga­da hoje (15) como parte do Gen­der Sum­mit, encon­tro vir­tu­al que vai até o dia 23 e dis­cu­tirá a importân­cia fem­i­ni­na na ciên­cia.

No Brasil, as mul­heres são maio­r­ia entre os alunos de grad­u­ação e doutora­do. Ape­sar dis­so, a sub-rep­re­sen­tação começa no nív­el da docên­cia uni­ver­sitária e cresce à medi­da que os car­gos de lid­er­ança aumen­tam e se tor­nam mais políti­cos. A Pesquisa Com­par­a­ti­va sobre Mul­heres e Meni­nas em STEM na Améri­ca Lati­na indi­ca que, nos car­gos políti­cos mais ele­va­dos em Ciên­cia e Tec­nolo­gia, a rep­re­sen­tação fem­i­ni­na não pas­sa de 2%.

Vera Oliveira, ger­ente sênior de Edu­cação Supe­ri­or do British Coun­cil, diz que, ao lon­go da car­reira, as mul­heres enfrentam diver­sas bar­reiras e fal­ta de incen­tivos, den­tro e fora da acad­e­mia, para alcançar posições mais altas. Ela cita como exem­p­lo a rede de apoio para mães pesquisado­ras e lem­bra que a licença mater­nidade para alu­nas de pós-grad­u­ação é uma con­quista recente. O British Coun­cil é uma das insti­tu­ições orga­ni­zado­ras do even­to.

Vera sug­ere que anális­es de rendi­men­to sejam feitas a par­tir de um olhar qual­i­ta­ti­vo. “Usa-se o [cur­ricu­lum] Lattes de uma mul­her e de um homem para com­parar o rendi­men­to acadêmi­co: o tan­to que pub­licaram em cer­to perío­do. Só se com­par­a­va os anos e via quem tin­ha mais pub­li­cação, então o homem ren­dia mais.” Descon­sid­er­a­va-se, por­tan­to, o perío­do de afas­ta­men­to por licença. “A mul­her é penal­iza­da na pro­du­tivi­dade acadêmi­ca jus­ta­mente por assumir essa nova respon­s­abil­i­dade.”

Ela tam­bém desta­ca questões cul­tur­ais a serem super­adas. “Muitas vezes, os per­fis de lid­er­ança são muito asso­ci­a­dos a car­ac­terís­ti­cas mas­culi­nas, um per­fil que não per­mite tan­tas pos­si­bil­i­dades e que está sendo repen­sa­do. Lid­er­ança pode ser fei­ta de vários mod­os”. A ger­ente diz ain­da que muitas mul­heres não são incen­ti­vadas a ocu­par ess­es pos­tos ou não se sen­tem preparadas, mes­mo cumprindo os req­ui­si­tos exigi­dos.

As bol­sas cien­tí­fi­cas em STEM, são 91.103 no Brasil, segun­do dados da pesquisa, das quais 58% foram con­ce­di­das a pesquisadores bran­cos. A par­tic­i­pação de pesquisadores negros é de 26% e a de indí­ge­nas não chega a 1%. Com o recorte de gênero, entre as bol­sis­tas, 59% são bran­cas. As mul­heres negras rep­re­sen­tam 26,8%.

O lev­an­ta­men­to mostra ain­da que 17% da pop­u­lação fem­i­ni­na do Brasil, con­forme dados do Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­cas (IBGE) de 2016, con­cluíram o ensi­no supe­ri­or. Entre os home­ns, o per­centu­al é de 13,5%. O per­centu­al de mul­heres bran­cas com diplo­ma é maior, 23,5%. Os alunos matric­u­la­dos no ensi­no supe­ri­or, de acor­do com dados do Insti­tu­to Nacional de Estu­dos e Pesquisas Edu­ca­cionais Aní­sio Teix­eira (Inep) 2020, somam mais de 8,4 mil­hões, sendo 57% mul­heres e 43% home­ns.

“As mul­heres são grandes con­tribuintes para as pub­li­cações no Brasil: 51% dos autores de pub­li­cações cien­tí­fi­cas são mul­heres, enquan­to 40% dos 10% dos prin­ci­pais autores mais pro­du­tivos são mul­heres.”

Edição: Graça Adju­to

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