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Pesquisadores depositam patente no INPI para tratar câncer de mama

Repro­dução: © Divulgação/Sociedade Brasileira de Mas­tolo­gia

Estudo recebeu financiamento de R$ 2 milhões


Pub­li­ca­do em 30/06/2023 — 07:11 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Um grupo de dez pesquisadores das uni­ver­si­dades Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fed­er­al Flu­mi­nense (UFF) depos­i­tou patente no Insti­tu­to Nacional de Pro­priedade Indus­tri­al (INPI) para trata­men­to con­tra o câncer de mama.

O estu­do descreve o desen­volvi­men­to de um novo com­pos­to sin­téti­co dire­ciona­do à pro­teí­na con­heci­da como p53 quan­do ela apre­sen­ta mutação. Os testes real­iza­dos apon­taram para essa sub­stân­cia capaz de revert­er a função da pro­teí­na muta­da. A patente é fru­to de duas teses de doutora­do da UFF e da UFRJ.

O pro­fes­sor da Fac­ul­dade de Far­má­cia da UFF, Vitor Fer­reira, que inte­gra o grupo de pesquisadores, expli­cou à Agên­cia Brasil que a pro­teí­na p53 “suposta­mente” dev­e­ria ser a guardiã do geno­ma humano. O coor­de­nador do Insti­tu­to Nacional de Ciên­cia e Tec­nolo­gia de Biolo­gia Estru­tur­al e Bioim­agem (Inbeb) e pro­fes­sor da UFRJ, Jer­son Lima, disse que essa pro­teí­na atua como pro­te­to­ra do DNA, supri­m­in­do o aparec­i­men­to de tumores. Quan­do, porém, ela sofre uma mutação den­tro do organ­is­mo, perde sua função pro­te­to­ra e pas­sa a estim­u­lar o cresci­men­to do tumor e a torná-lo mais resistente a dro­gas.

“Ela pas­sa a tra­bal­har con­tra e essa célu­la pas­sa a ser uma célu­la tumoral”, expli­cou Fer­reira. “Em mais de 90% das célu­las tumorais, a pro­teí­na p53 sofre mutação e perde a função dela”, sus­ten­tou. O tipo de tumor de mama usa­do na pesquisa pelo grupo é chama­do tumor neg­a­ti­vo.

A pesquisa rece­beu finan­cia­men­to de R$ 2 mil­hões, divi­di­dos meio a meio entre a Fun­dação Car­los Cha­gas Fil­ho de Amparo à Pesquisa do Esta­do do Rio de Janeiro (Faperj) e o Con­sel­ho Nacional de Desen­volvi­men­to Cien­tí­fi­co e Tec­nológi­co (CNPq). Um arti­go de revisão do tra­bal­ho foi pub­li­ca­do esta sem­ana no per­iódi­co inter­na­cional Chem­i­cal Review.

Progresso

“A gente acred­i­ta que essa sub­stân­cia é a mais promis­so­ra de todas porque deu um efeito grande, inclu­sive reduzin­do o tumor em ani­mais e atuan­do, prin­ci­pal­mente, na descober­ta, que o nos­so grupo foi pio­neiro, que é a capaci­dade de mutações da p53”, afir­mou Lima.

Os pesquisadores já estão con­ver­san­do com uma empre­sa far­ma­cêu­ti­ca que estaria inter­es­sa­da em realizar os estu­dos clíni­cos em humanos.

Essa eta­pa é necessária e pode resul­tar na fab­ri­cação do primeiro fár­ma­co no Brasil para trata­men­to de câncer de mama, desta­cou Vitor Fer­reira.

Jer­son Lima acres­cen­tou que se não se desen­volver algu­ma nova ter­apia para atacar as mutações da p53, cer­ca de meio bil­hão de pes­soas  hoje vão mor­rer de câncer no plan­e­ta. Vitor Fer­reira lem­brou que o grupo lev­ou seis anos de tra­bal­ho até desco­brir essa molécu­la, qual foi o seu mecan­is­mo de ação e como ela atu­ou na p53.

Moléculas

Os pesquisadores estão inves­ti­gan­do tam­bém out­ras molécu­las. De acor­do com Vitor, vários gru­pos inter­na­cionais estão bus­can­do novas ter­apias para a mutação da pro­teí­na p53.

A patente deposi­ta­da no Brasil deri­va de uma nafto­quinona, que é uma sub­stân­cia pro­duzi­da pelo metab­o­lis­mo de algas, líquens, fun­gos, plan­tas, ani­mais e em seres humanos. O com­pos­to foi obti­do — de for­ma sin­téti­ca — a par­tir da vit­a­m­i­na K3 e pos­sui ativi­dade dez vezes mais potente que out­ras dro­gas na redução dos tumores de mama, em espe­cial para os tumores de mama que pos­suem a pro­teí­na p53 alter­a­da, infor­mou a Faperj, por meio de sua asses­so­ria de impren­sa.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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