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Pesquisadores descobrem nova espécie de bromélia peluda em MG

Repro­dução: © Julio Cesar Ribeiro/Divulgação

Krenakanthus ribeiranus tem registros em montanha no Vale do Rio Doce


Pub­li­ca­do em 10/10/2023 — 08:32 Por Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Pesquisadores desco­bri­ram nova espé­cie de bromélia, em Minas Gerais, que tem como car­ac­terís­ti­ca as fol­has cheias de pelos. A Kre­nakan­thus ribeiranus é uma var­iedade tão difer­ente de out­ras espé­cies da mes­ma família que, ini­cial­mente, os cien­tis­tas não acred­i­taram que se trata­va de uma bromeliácea. 

A descober­ta foi fei­ta com a aju­da de Júlio Cesar Ribeiro, um morador do municí­pio de Alvaren­ga que tirou fotos da espé­cie e envi­ou a pesquisadores para que pudessem iden­ti­ficá-la.

“Essa plan­ta é tão difer­ente que, quan­do o Júlio man­dou a foto dela pra gente, achamos que pudesse ser tudo, menos uma bromélia! É difí­cil imag­i­nar uma bromélia com fol­has ave­lu­dadas e cheia de pelos, e isso é só um dos motivos que tor­nam essa descober­ta tão empol­gante”, expli­ca Dayvid Couto, pesquisador do  Insti­tu­to Nacional da Mata Atlân­ti­ca (INMA).

A bromélia-pelu­da, apeli­do que gan­hou dos pesquisadores, só tem reg­istros con­heci­dos em uma mon­tan­ha da região do Vale do Rio Doce. Dev­i­do à sua dis­tribuição restri­ta e o avança­do grau de degradação da área, a nova espé­cie já é clas­si­fi­ca­da como criti­ca­mente em peri­go de extinção.

O pesquisador Eduar­do Fer­nan­dez, do Cen­tro Nacional de Con­ser­vação da Flo­ra (CNCFlo­ra), vin­cu­la­do ao Jardim Botâni­co do Rio de Janeiro (JBRJ), defende a adoção de medi­das para a pro­teção da espé­cie, que é ameaça­da por questões como o des­mata­men­to para a aber­tu­ra de pasta­gens e lavouras e pelo aumen­to da fre­quên­cia de incên­dios.

“Algu­mas medi­das urgentes pre­cisam ser tomadas para a pro­teção dessa espé­cie, como um estu­do para cri­ação de uma unidade de con­ser­vação e a inclusão da espé­cie em políti­cas de con­ser­vação que vêm sendo elab­o­radas para a região. Essas medi­das, com­bi­nadas à estraté­gias de con­ser­vação ex situ, podem nos aju­dar a asse­gu­rar um futuro próspero para a bromélia-pelu­da”, afir­ma Fer­nan­dez.

As ser­ras do Leste de Minas Gerais têm sido fontes de várias descober­tas recen­te­mente. Segun­do o JBRJ, mais de 30 novas espé­cies veg­e­tais da região foram descritas por pesquisadores na últi­ma déca­da.

“Pela sua alta riqueza, úni­ca e extrema­mente ameaça­da, as ser­ras do Leste de Minas vêm aos poucos atrain­do a atenção do Poder Públi­co, mas ain­da de maneira incip­i­ente. É cru­cial o esta­b­elec­i­men­to de unidades de con­ser­vação na região, que tem um dos mais proem­i­nentes déficits de medi­das de con­ser­vação in situ na região do Médio Rio Doce”, afir­ma o pesquisador Paulo Gonel­la, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al de São João del-Rei (UFSJ).

A bromélia-pelu­da foi descri­ta em arti­go pub­li­ca­do na revista cien­tí­fi­ca Phy­to­taxa e assi­na­do por pesquisadores do INMA, UFSJ, JBRJ, Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ).

Edição: Graça Adju­to

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