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Pessoas com deficiência defendem inclusão no mercado criativo

Repro­dução: © Vitor Vasconcelos/ Minc

Elas discutem em Belém temas como acessibilidade


Pub­li­ca­do em 12/11/2023 — 13:22 Por Gésio Pas­sos — Repórter da Rádio Nacional* — Belém

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Artis­tas com defi­ciên­cia que par­tic­i­pam do Ter­ceiro Mer­ca­do das Indús­trias Cria­ti­vas do Brasil (MICBR) em Belém, no Pará, querem estim­u­lar o con­vívio entre eles para inclusão no mer­ca­do cria­ti­vo. O encon­tro ter­mi­na neste domin­go (12).

O cearense João Paulo Lima, da área de dança e ativista dos dire­itos das pes­soas com defi­ciên­cia, ressalta a importân­cia de pen­sar a aces­si­bil­i­dade não como um pro­du­to, mas como um dire­ito humano.

“O grande desafio é perce­ber a aces­si­bil­i­dade como um dire­ito humano, para todos. Ela facili­ta a relação de pes­soas com e sem defi­ciên­cia, de entendi­men­to da políti­ca, da arte, da cul­tura em si. A luta pre­cisa ser em con­jun­to”. Para ele, defend­er a aces­si­bil­i­dade a essas políti­cas de edi­tais, de espaços e inserir as pes­soas com defi­ciên­cia é necessário para mel­ho­rar a inclusão”, afir­ma.

João Paulo Lima lem­bra que o pre­con­ceito nun­ca vai deixar de ser uma bar­reira, que se soma à fal­ta de recur­sos — até porque depen­den­do da defi­ciên­cia é pre­ciso recur­so difer­en­ci­a­do.

MICBR - Rodadas de Negócios - 11.11.23 Foto: Vitor Vasconcelos/ MinC
Repro­dução: Belém — MICBR — Rodadas de Negó­cios — Foto Vitor Vasconcelos/ MinC

Ari­adne Andi­co, que vive no inte­ri­or de São Paulo, tem par­al­isia cere­bral e tra­bal­ha com a ativi­dade de pal­haço. Ela con­ta que foi con­vi­da­da, pela primeira vez, para falar sobre seu proces­so cria­ti­vo no MICBR. Para ela, é fun­da­men­tal a con­vivên­cia, o encon­tro acessív­el para todos, pes­soas com e sem defi­ciên­cia.

“É uma mudança de per­spec­ti­va, que parte de uma pes­soa que con­vive com artis­tas com defi­ciên­cia, então é peque­na, ain­da há muito chão para afir­mar que é uma mudança. É uma fag­ul­ha de mudança, porque é muito necessário ain­da falar sobre [pes­soas com defi­ciên­cia]. Eu enten­do o fato de a gente ser con­vi­da­do sem­pre para falar sobre a defi­ciên­cia porque a gente está neste momen­to de proces­so de mudança, ao mes­mo tem­po de con­vivên­cia. Acred­i­to muito no encon­tro como pos­si­bil­i­dade de trans­for­mação. E nesse sen­ti­do estou feliz demais de ocu­par esse espaço, mes­mo frente às lim­i­tações. É muito gos­toso estar falan­do da min­ha arte e não só da min­ha defi­ciên­cia”.

Invisibilidade

Socor­ro Lima, pro­fes­so­ra, pesquisado­ra e artista da dança de Belém (PA), tem defi­ciên­cia visu­al. Ela diz que mes­mo que as pes­soas com defi­ciên­cia este­jam pro­duzin­do, ain­da há grande invis­i­bil­i­dade do seg­men­to.

“A gente é invisív­el, como se não exis­tisse. Não tem um olhar como pes­soas mes­mo. E somos pes­soas capazes. Temos a nos­sa história, os nos­sos tra­bal­hos, nos­sos pro­je­tos. Mas não somos vis­tas como pes­soas e sim como empecil­hos, como o que dá tra­bal­ho”, afir­ma Socor­ro.

MICBR

Os artis­tas com defi­ciên­cia recla­ma­ram da pou­ca aces­si­bil­i­dade do MICBR, real­iza­do no Cen­tro de Con­venções do Hangar, em Belém, o maior da cap­i­tal paraense. O Min­istério da Cul­tura afir­ma que a mesa de debate sobre aces­si­bil­i­dade foi real­iza­da com obje­ti­vo de escu­tar as pes­soas.

Andrea Guimarães, dire­to­ra de Desen­volvi­men­to Econômi­co da Cul­tura do min­istério, afir­ma que hou­ve pre­ocu­pação da orga­ni­za­ção do even­to de se preparar para rece­ber as pes­soas com defi­ciên­cia.

“Recon­hece­mos que há um proces­so de mel­ho­rar essas questões, mas existe uma lacu­na. Os espaços não são con­struí­dos pen­san­do nis­so, às vezes eles são adap­ta­dos pos­te­ri­or­mente. Nos­sa intenção de traz­er uma mesa de debates, traz­er essas pes­soas, de dar voz, é jus­ta­mente nos preparar­mos para rece­bê-las cada vez mel­hor”, diz Andrea.

Segun­do o min­istério hou­ve avali­ação para pre­v­er as neces­si­dades especí­fi­cas das pes­soas com defi­ciên­cia no even­to, reuniões com o Cen­tro de Con­venções Hangar para anal­is­ar as condições de aces­si­bil­i­dade, como ele­vador, ram­pas, espaços adap­ta­dos e tradução de libras, por exem­p­lo.

*O repórter via­jou a con­vite do Min­istério da Cul­tura.

Edição: Graça Adju­to

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