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PF indicia mais três investigados no inquérito do golpe de Estado

Bolsonaro, Braga Netto e Augusto Heleno já foram indiciados

André Richter — Repórter da Agên­cia Brasil *
Pub­li­ca­do em 11/12/2024 — 17:17
 — Atu­al­iza­do em 11/12/2024 — 17:43
Brasília
Brasília (DF), 31/08/2023 - Movimentação no prédio sede da Polícia Federal, que ouve Bolsonaro e mais sete envolvidos no caso da venda de joias. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

A Polí­cia Fed­er­al (PF) indi­ciou nes­ta quar­ta-feira (11) mais três inves­ti­ga­dos no inquéri­to que apu­ra a for­matação de um plano de golpe de Esta­do durante o gov­er­no do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro.

Os novos indi­ci­a­dos são Apare­ci­do Andrade Portela, mil­i­tar da reser­va do Exérci­to e suplente da senado­ra Tereza Cristi­na (PL-MS); Regi­nal­do Vieira de Abreu, ex-chefe de Gabi­nete do gen­er­al da reser­va Mario Fer­nan­des na Sec­re­taria-Ger­al da Presidên­cia, acu­sa­do de atu­ar no plane­ja­men­to do golpe, e o mil­i­tar Rodri­go Bez­er­ra de Azeve­do, kid-pre­to do Exérci­to, acu­sa­do de par­tic­i­par do tra­bal­ho de mon­i­tora­men­to do min­istro Alexan­dre de Moraes, do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF).

Com os indi­ci­a­men­tos, o inquéri­to que inves­ti­ga a ten­ta­ti­va de golpe pas­sa a con­tar com 40 indi­ci­a­dos, entre eles, o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro e os ex-min­istros Bra­ga Net­to e Augus­to Heleno.

No relatório da PF envi­a­do ao min­istro Alexan­dre de Moraes, do Supre­mo Tri­bunal Federal(STF), que é rela­tor do caso, o del­e­ga­do Fabio Shor detal­ha a atu­ação dos acu­sa­dos.

De acor­do com a inves­ti­gação, Apare­ci­do Portela atu­ou como inter­mediário entre o gov­er­no de Jair Bol­sonaro e os finan­ciadores de man­i­fes­tações anti­democráti­cas em Mato Grosso do Sul, no final de 2022.

Os inves­ti­gadores iden­ti­ficaram uma tro­ca de men­sagens pelo What­sApp entre o tenente-coro­nel Mau­ro Cid, ex-aju­dante de ordens de Bol­sonaro, nas quais Portel­la, segun­do a PF, usou o ter­mo “chur­ras­co” para se referir ao golpe de Esta­do.

Para a PF, apoiadores estari­am cobran­do a con­sumação do “ato de rup­tura insti­tu­cional” pelo ex-pres­i­dente.

“Apare­ci­do Portela é ami­go próx­i­mo de Jair Bol­sonaro, des­de o perío­do em que ambos servi­ram na cidade de Nioaque (MS), na déca­da de 70. De acor­do com os reg­istros de entra­da e saí­da de pes­soas no Palá­cio do Alvo­ra­da, o inves­ti­ga­do tenente Portela real­i­zou ao menos 13 vis­i­tas no mês de dezem­bro de 2022 ao então pres­i­dente Jair Bol­sonaro”, afir­ma a PF.

Segun­do a PF, Regi­nal­do Vieira de Abreu, coro­nel da reser­va do Exérci­to, ocupou o car­go de chefe de gabi­nete de Mario Fer­nan­des, então secretário-exec­u­ti­vo da Sec­re­taria-Ger­al da Presidên­cia da Repúbli­ca.

Para os inves­ti­gadores, Regi­nal­do aju­dou Mário Fer­nan­des a dis­sem­i­nar infor­mações fal­sas sobre o sis­tema eletrôni­co de votação do Brasil para “impedir a posse do gov­er­no legit­i­ma­mente eleito”.

Além dis­so, ele foi acu­sa­do de aju­dar Fer­nan­des a “manip­u­lar” um relatório de fis­cal­iza­ção das Forças Armadas sobre as eleições de 2022.

“O obje­ti­vo era alin­har o con­teú­do do doc­u­men­to com os dados fal­sos divul­ga­dos pelo argenti­no Fer­nan­do Cer­ime­do [out­ro indi­ci­a­do], evi­den­cian­do uma coor­de­nação entre os núcleos da orga­ni­za­ção crim­i­nosa”, con­cluiu a PF.

Por fim, a PF sus­ten­ta que o kid-pre­to Rodri­go Bez­er­ra Azeve­do par­ticipou do mon­i­tora­men­to ile­gal da roti­na de Alexan­dre de Moraes.

“Os ele­men­tos de pro­va apre­sen­ta­dos são con­ver­gentes para demon­strar a par­tic­i­pação de Rodri­go Bez­er­ra Azeve­do na ação clan­des­ti­na do dia 15/12/2022, que tin­ha o obje­ti­vo de prender/executar o min­istro Alexan­dre de Moraes, inte­gran­do o núcleo opera­cional para cumpri­men­to de medi­das coerci­ti­vas”, con­cluiu a inves­ti­gação.

Con­forme as inves­ti­gações, o plane­ja­men­to do golpe incluiu um plano para assas­si­nar o min­istro Alexan­dre de Moraes; o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va e o vice-pres­i­dente, Ger­al­do Alck­min.

Defesa

Procu­ra­do pela Agên­cia Brasil, o advo­ga­do Jef­frey Chiqui­ni, rep­re­sen­tante de Rodri­go Bez­er­ra, disse que a defe­sa não foi inti­ma­da ofi­cial­mente e descon­hece o indi­ci­a­men­to.

A reportagem ain­da não con­seguiu localizar a defe­sa dos demais indi­ci­a­dos. O espaço está aber­to para man­i­fes­tação.

* Matéria atu­al­iza­da às 18h54 para acres­cen­tar infor­mações

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