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PF prende 3º suspeito das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Foragido se entregou na Delegacia de Atalaia do Norte, no Amazonas


Pub­li­ca­do em 18/06/2022 — 11:45 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

A Polí­cia Fed­er­al infor­mou na man­hã deste sába­do (18) que Jef­fer­son da Sil­va Lima, con­heci­do como “Pela­do da Din­ha”, se entre­gou na Del­e­ga­cia de Polí­cia de Ata­la­ia do Norte, região do Vale do Javari, oeste do Ama­zonas. Ele é o ter­ceiro sus­peito de envolvi­men­to nos assas­si­natos do indi­genista Bruno Pereira e do jor­nal­ista britâni­co Dom Phillips.

Lima tin­ha um man­da­do de prisão expe­di­do pela Justiça do Ama­zonas e esta­va for­agi­do. Ago­ra, ele será inter­ro­ga­do pelos inves­ti­gadores e, em segui­da, encam­in­hado para audiên­cia de custó­dia. Além dele, estão pre­sos por envolvi­men­to na morte e na ocul­tação dos cor­pos os pescadores Oseney da Cos­ta de Oliveira, con­heci­do como Dos San­tos, de 41 anos, e Amar­il­do da Cos­ta Pereira, o Pela­do, tam­bém de 41 anos. Até o momen­to, ape­nas Amar­il­do con­fes­sou o crime.

Ontem (17), per­i­tos con­fir­maram que parte dos restos mor­tais que encon­tra­dos na Amazô­nia são do jor­nal­ista do inglês Dom Phillips. O mate­r­i­al foi iden­ti­fi­ca­do por téc­ni­cos do Insti­tu­to Nacional de Crim­i­nalís­ti­ca, em Brasília, por meio de exame da arca­da den­tária.

A PF tam­bém infor­mou que o tra­bal­ho de perí­cia con­tin­ua para a iden­ti­fi­cação dos remanes­centes humanos que per­tence­ri­am ao indi­genista Bruno Araújo Pereira.

“A con­fir­mação foi fei­ta com base no exame de odon­tolo­gia legal com­bi­na­do com a antropolo­gia forense. Encon­tram-se em cur­so os tra­bal­hos para com­ple­ta iden­ti­fi­cação dos remanes­centes, para a com­preen­são das causas das mortes, assim como para indi­cação da dinâmi­ca do crime e ocul­tação dos cor­pos”, infor­mou a PF.

Assassinatos

Dom Phillips, que era colab­o­rador do jor­nal britâni­co The Guardian, e Bruno Pereira, servi­dor licen­ci­a­do da Fun­dação Nacional do Índio (Funai), foram vis­tos pela últi­ma no dia 5 de jun­ho, na região da reser­va indí­ge­na do Vale do Javari, a segun­da maior do país, com mais de 8,5 mil­hões de hectares. Eles se deslo­cavam da comu­nidade ribeir­in­ha de São Rafael para a cidade de Ata­la­ia do Norte (AM), quan­do sumi­ram sem deixar vestí­gios.

O indi­genista denun­ciou que estaria sofren­do ameaças na região, infor­mação con­fir­ma­da pela PF, que abriu pro­ced­i­men­to inves­tiga­ti­vo sobre a denún­cia. Bruno Pereira esta­va atuan­do como colab­o­rador da União das Orga­ni­za­ções Indí­ge­nas do Vale do Javari (Uni­va­ja) — enti­dade man­ti­da pelos próprios indí­ge­nas da região. Entre as suas mis­sões, esta­va a de impedir a caça e a pesca ile­gal na reser­va, bem como out­ras práti­cas crim­i­nosas. A Ter­ra Indí­ge­na do Vale do Javari con­cen­tra o maior número de índios iso­la­dos ou de recente con­ta­to do plan­e­ta e qual­quer aprox­i­mação com não índios pode des­en­cadear um proces­so de exter­mínio dess­es povos, seja pela dis­sem­i­nação de doenças ou enfrenta­men­to dire­to.

Segun­do os autores do crime, a moti­vação do assas­si­na­to de Bruno e Dom teria sido jus­ta­mente a atu­ação deles na denún­cia de aces­so e explo­ração ile­gal da reser­va. A PF chegou a diz­er, nes­ta sex­ta-feira (17), que não have­ria man­dantes nem par­tic­i­pação de orga­ni­za­ções crim­i­nosas. A con­clusão, no entan­to, foi rechaça­da pela Uni­ja­va, que, em nota, infor­mou terem sido repas­sa­dos dados sobre orga­ni­za­ções crim­i­nosas que estari­am atuan­do na região.

Edição: Lílian Beral­do

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