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Picadas de aranhas são segunda causa de envenenamento no país

Soros antivenenos são distribuídos pelo SUS

Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­da em 01/10/2024 — 07:45
Brasília
A aranha armadeira tem esse nome pela sua posição de defesa: ela se apoia sobre as pernas traseiras e ergue as dianteiras para dar o bote no possível agressor
© Léo Rodrigues/Agência Brasil

O Brasil reg­istrou 341.806 aci­dentes com ani­mais peçon­hen­tos ao lon­go de todo o ano de 2023 – sendo 43.933 oca­sion­a­dos por ara­nhas. O número rep­re­sen­ta 12% do total. O Min­istério da Saúde aler­ta que as ara­nhas respon­dem, atual­mente, como o segun­do maior cau­sador de enve­ne­na­men­tos por ani­mais peçon­hen­tos no país, atrás ape­nas dos escor­piões.

“Aci­dentes por ani­mais peçon­hen­tos rep­re­sen­tam um impor­tante desafio para a saúde públi­ca no Brasil. Dev­i­do à rica bio­di­ver­si­dade e ao cli­ma trop­i­cal favoráv­el, o país abri­ga uma grande var­iedade de ser­pentes, ara­nhas, escor­piões e out­ros ani­mais peçon­hen­tos, cujas pic­a­das ou mor­di­das podem resul­tar em graves con­se­quên­cias para a saúde humana”, desta­cou a pas­ta.

Segun­do o min­istério, emb­o­ra ape­nas três gru­pos de ara­nhas causem aci­dentes graves no Brasil, todas fazem parte do con­vívio humano, seja den­tro de casa, em quin­tais ou par­ques.

Os chama­dos soros antive­nenos, incluin­do o soro antiarac­nídi­co, são dis­tribuí­dos exclu­si­va­mente via Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) e podem ser disponi­bi­liza­dos por hos­pi­tais públi­cos, filantrópi­cos e pri­va­dos, des­de que seja garan­ti­do trata­men­to sem cus­to ao paciente.

Veja as aranhas mais causadoras de acidentes

Aci­dentes por ara­nhas ou araneís­mo con­fig­u­ram um quadro clíni­co de enve­ne­na­men­to decor­rente da inoc­u­lação da peçon­ha de ara­nhas, através de um par de fer­rões local­iza­dos na parte ante­ri­or do ani­mal.

Con­fi­ra, a seguir, as prin­ci­pais ara­nhas cau­sado­ras de aci­dentes graves no Brasil:

Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino)

Os sinais e sin­tomas da pic­a­da incluem dor de peque­na inten­si­dade. O local acometi­do pode evoluir com palidez mescla­da com áreas equimóti­cas (pla­ca mar­mórea), insta­l­a­da sobre uma região endura­da. Tam­bém podem ser obser­vadas vesícu­las ou bol­has sobre a área endura­da, com con­teú­do sero-sanguinolento ou hemor­rági­co.

Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravas­cu­lar, de inten­si­dade var­iáv­el, sem asso­ci­ação dire­ta com a exten­são da lesão cutânea, ten­do como prin­ci­pais com­pli­cações a insu­fi­ciên­cia renal agu­da por necrose tubu­lar.

Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca)

A dor ime­di­a­ta é o sin­toma mais fre­quente. Sua inten­si­dade é var­iáv­el, poden­do irra­di­ar até a raiz do mem­bro acometi­do.

Out­ros sin­tomas são inchaço por acú­mu­lo de líqui­dos, man­chas ver­mel­has na pele, formiga­men­to ou dor­mên­cia na pele e exces­so de suor no local da pic­a­da, onde podem ser visu­al­izadas as mar­cas de dois pon­tos de inoc­u­lação.

Latrodectus (viúva-negra)

Os sinais e sin­tomas incluem dor na região da pic­a­da, suor gen­er­al­iza­do e alter­ações na pressão e nos bati­men­tos cardía­cos.

Podem ocor­rer ain­da tremores, ansiedade, excitabil­i­dade, insô­nia, dor de cabeça, man­chas ver­mel­has na face e pescoço. Há relatos de dis­túr­bios de com­por­ta­men­to e choque, em casos graves.

O que fazer

Em caso de aci­dente, as ori­en­tações são:

- procu­rar atendi­men­to médi­co ime­di­ata­mente;

- fotogra­far ou infor­mar ao profis­sion­al de saúde o máx­i­mo pos­sív­el de car­ac­terís­ti­cas do ani­mal, como tipo de ani­mal, cor, taman­ho;

- se pos­sív­el e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendi­men­to médi­co, lavar o local da pic­a­da com água e sabão;

- realizar com­pres­sas mor­nas, que podem aju­dar a aliviar a dor;

Con­fi­ra aqui a lista de hos­pi­tais de refer­ên­cia para soroter­apia em casos de aci­dentes por ani­mais peçon­hen­tos, sep­a­ra­da por esta­do, con­stan­do as cidades onde estão local­iza­dos, nomes dos hos­pi­tais, endereços, tele­fones.

Em caso de emergên­cia, a recomen­dação é con­tatar ime­di­ata­mente o Serviço de Atendi­men­to Móv­el de Urgên­cia (Samu 192) ou o Cor­po de Bombeiros (193). Tam­bém é pos­sív­el entrar em con­ta­to com o Cen­tro de Infor­mação e Assistên­cia Tox­i­cológ­i­ca que atende a região onde o aci­dente ocor­reu.

Prevenção

As medi­das para pre­venir aci­dentes com ara­nhas incluem:

- man­ter jardins e quin­tais limpos;

- evi­tar o acú­mu­lo de entul­hos, fol­has secas, lixo domés­ti­co, mate­r­i­al de con­strução nas prox­im­i­dades das casas;

- evi­tar fol­ha­gens den­sas (plan­tas orna­men­tais, trepadeiras, arbus­to, bananeiras e out­ras) jun­to a pare­des e muros das casas;

- limpar peri­odica­mente ter­renos bal­dios viz­in­hos – pelo menos numa faixa de um a dois met­ros jun­to das casas;

- sacud­ir roupas e sap­atos antes de usá-los;

- vedar frestas e bura­cos em pare­des, assoal­hos e vãos entre o for­ro e as pare­des, con­ser­tar rodapés despre­ga­dos, colo­car soleiras nas por­tas e telas nas janelas.

- usar telas em ralos do chão, pias ou tan­ques;

- afas­tar camas e berços das pare­des e evi­tar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;

- inspe­cionar sap­atos e tênis antes de calçá-los.

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