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Pioneiros em Paris, medalhistas confiam em evolução de modalidades

Repro­dução: © Sil­vio Ávila/CPB/Direitos Reser­va­dos

Ronan e Vitor conquistam 1º pódio do Brasil no triatlo e no badminton


Publicado em 06/09/2024 — 09:08 Por Lincoln Chaves — Repórter da EBC — Paris (França)

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Terem nasci­do em Curiti­ba e se tor­na­do atle­tas par­alímpi­cos não são as úni­cas semel­hanças entre Ronan Cordeiro, do tri­at­lo, e Vitor Tavares, do bad­minton. Eles entraram para a história ao serem os primeiros brasileiros a subirem ao pódio das respec­ti­vas modal­i­dades em uma Par­alimpía­da.

Ambos der­am a vol­ta por cima após ficarem per­to da medal­ha três anos antes, nos Jogos de Tóquio. Ronan, que ter­mi­nou a pro­va da classe PTS5 (atle­tas com defi­ciên­cias físi­co-motoras leves) em quin­to, gal­gou três posições e con­quis­tou a pra­ta na França. Já Vitor, semi­fi­nal­ista e quar­to colo­ca­do em 2021, des­ta vez lev­ou a mel­hor na dis­pu­ta pelo bronze da classe SH6 (baixa estatu­ra).

“Acho que [ain­da] não [caiu a ficha do feito]. Meu esporte é um pouco eli­ti­za­do, os europeus têm cer­ta pre­dom­inân­cia e é incrív­el um sul-amer­i­cano con­quis­tar um pódio em Jogos Par­alímpi­cos. Ten­ho certeza de que, con­forme pas­sarem os dias, vou digerir tudo isso e que sou ape­nas o primeiro. O esporte sul-amer­i­cano tem gar­ra e força. É somente o iní­cio”, afir­mou Ronan, que tem má for­mação con­gêni­ta na mão esquer­da, em entre­vista à Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

“Pas­sa [na cabeça] tudo o que a gente tra­bal­hou para esse momen­to. Foi árduo, todo dia em quadra, preparação físi­ca e men­tal, para mudar a história de Tóquio. Ficar em quar­to lugar na nos­sa primeira Par­alimpía­da foi uma exper­iên­cia incrív­el, mas ago­ra foi muito mel­hor. Não somente pela medal­ha, mas por ter­mos públi­co, a tor­ci­da fez um barul­ho ensur­de­ce­dor, às vezes não con­seguia nem ouvir meu treinador. Ver que o bad­minton está evoluin­do a esse nív­el é incrív­el”, desta­cou Vitor, que nasceu com nanis­mo.

Trajetória

Ronan migrou para o tri­at­lo em 2018, após seis anos ded­i­ca­dos à natação. Ele não demor­ou a se fir­mar, con­qui­s­tan­do medal­has em eta­pas da Copa do Mun­do e subindo ao pódio do Mundi­al de Abu Dhabi (Emi­ra­dos Árabes Unidos), em 2021, com o ter­ceiro lugar. No ano pas­sa­do, o paranaense tam­bém fez parte da equipe medal­hista de bronze na pro­va de reveza­men­to do Mundi­al de Pon­teve­dra (Espan­ha) jun­to de Jés­si­ca Mes­sali, Jorge Luís Fon­se­ca e Letí­cia Fre­itas.

“Que­ria muito chegar aqui [na Par­alimpía­da]. Sou um pouco baixo, não ten­ho car­ac­terís­ti­ca bio­mecâni­ca favoráv­el [para a natação], mas me encon­trei no tri­at­lo. Sou apaixon­a­do e não tro­co a modal­i­dade por nada. Meio que nasci per­feito para ela. Ten­ho certeza de que ain­da pos­so evoluir muito”, avaliou o tri­atle­ta, que negou ter prob­le­mas em nadar no Rio Sena, alvo de polêmi­ca nos Jogos Olímpi­cos e Par­alímpi­cos dev­i­do à poluição da água.

“Para mim, foi incrív­el poder nadar no Sena e ped­alar na Champs Elysées [famosa aveni­da parisiense]. Claro, esta­va total­mente foca­do, mas não estou pas­san­do mal, nada dis­so [risos]. Fiz a mel­hor natação da min­ha vida, a pro­va da vida, por isso deu resul­ta­do”, com­ple­tou Ronan.

Vitor, por sua vez, tem no cur­rícu­lo cin­co medal­has em Mundi­ais de bad­minton, Foram três de bronze na Suíça, em 2019, e uma de bronze (indi­vid­ual) e uma de pra­ta (duplas) três anos depois em Tóquio, mes­mo lugar onde deixou escapar o pódio par­alímpi­co em 2021.

“[Da últi­ma Par­alimpía­da para cá] mudei por inteiro. Men­tal­mente, fisi­ca­mente, tati­ca­mente e tec­ni­ca­mente. Cri­amos uma base mais sól­i­da, evoluí­mos as ver­tentes. Não é somente força, téc­ni­ca e táti­ca que definem o bad­minton. O nos­so cor­po é incrív­el. Fize­mos essa mudança, tive uma mat­u­ração maior em todos os aspec­tos e fui com foco em ter a medal­ha”, expli­cou Vitor, que jus­ti­fi­ca o plur­al nas menções aos resul­ta­dos para enal­te­cer as pes­soas com as quais tra­bal­ha diari­a­mente.

“Cheguei aqui com uma equipe mul­ti­dis­ci­pli­nar incrív­el. Eu não estaria aqui sem essas pes­soas olharem para mim e acred­itarem. Muitas vezes, os atle­tas estão com dores, cansa­dos, e esse pes­soal plan­i­fi­ca tudo para você, para chegar no mel­hor nív­el. Ten­ho certeza de que ain­da não esta­mos no ápice, que podemos evoluir cada vez mais e mudar a cor da medal­ha”, final­i­zou o atle­ta, já pen­san­do nos Jogos Par­alímpi­cos de 2028, em Los Ange­les (Esta­dos Unidos).

Com Ronan, do tri­at­lo, não é difer­ente. Daqui a qua­tro anos, ele quer bus­car medal­ha em out­ra pro­va da modal­i­dade. “É só iní­cio. Quero estar não somente no indi­vid­ual, mas no reveza­men­to”, con­cluiu.

Edição: Fábio Lis­boa

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