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Plataforma identifica áreas prioritárias para restauração florestal

Ferramenta inova na interpretação automática de dados e informações

Fabío­la Sin­im­bú – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 13/04/2025 — 09:54
Brasília
Reflorestamento e recuperação de vegetação nativa. Foto: Symbiosis/ Divulgação
Repro­dução: © Symbiosis/ Divul­gação

Uma fer­ra­men­ta desen­volvi­da pela orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal (ONG) Con­ser­vação Inter­na­cional (CI) faz uso de inteligên­cia arti­fi­cial para iden­ti­ficar áreas pri­or­itárias para restau­ração de veg­e­tação nati­va em todo o país. A platafor­ma rece­beu o nome de Ciera (sigla em inglês para Assis­tente de Restau­ração de Ecos­sis­temas da Con­ser­vação Inter­na­cional) e será disponi­bi­liza­da de for­ma gra­tui­ta no segun­do semes­tre deste ano.

Segun­do a dire­to­ra de Restau­ração de Pais­agens e Flo­restas da CI Brasil, Luciana Pugliese, a platafor­ma surge para aten­der a deman­da por uma fer­ra­men­ta capaz de inte­grar infor­mações sobre o tema, como cus­to por bio­ma, incen­tivos e exigên­cias legais.

“A Ciera tem como obje­ti­vo tornar a restau­ração mais públi­ca, mais com­par­til­ha­da, para que todo mun­do pos­sa se apro­pri­ar dessa toma­da de decisão do mel­hor local para restau­rar”, diz.

A ini­cia­ti­va é resul­ta­do da colab­o­ração inter­na­cional entre brasileiros e norte-amer­i­canos da CI, em parce­ria com uni­ver­si­dades e empre­sas de tec­nolo­gia. A platafor­ma ino­va na inter­pre­tação automáti­ca de dados e infor­mações disponíveis em múlti­plas fontes e for­matos.

Durante o desen­volvi­men­to do Ciera, a equipe de cien­tis­tas inte­grou dados geoe­s­pa­ci­ais e infor­mações con­ti­das em políti­cas públi­cas e leg­is­lações brasileiras como, por exem­p­lo, o Plano Nacional de Recu­per­ação da Veg­e­tação Nati­va (Planaveg), lança­do em out­ubro do ano pas­sa­do, durante a 16ª Con­fer­ên­cia das Partes das Nações Unidas para a Bio­di­ver­si­dade (COP16), em Cali, na Colôm­bia.

A políti­ca reforça o obje­ti­vo pactu­a­do pelo Brasil em acor­dos mul­ti­lat­erais de restau­rar 12 mil­hões de hectares de veg­e­tação nati­va até 2030.

Dados do Obser­vatório da Restau­ração e Reflo­resta­men­to rev­e­lam que o Brasil tem atual­mente 153,14 mil hectares da cober­tu­ra veg­e­tal orig­i­nal recu­per­a­da e 8,76 mil­hões de hectares reflo­resta­dos. Con­forme esti­ma­ti­va do Depar­ta­men­to de Flo­restas do Min­istério do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma (MMA), ape­nas para cumprir o Códi­go Flo­re­stal (Lei 12.651/2012), o Brasil tem um pas­si­vo ambi­en­tal de 25 mil­hões de hectares de veg­e­tação nati­va que pre­cisa ser recu­per­a­da.

De acor­do com Luciana, o Ciera é capaz de bus­car entre doc­u­men­tos ofi­ci­ais e infor­mações qual­i­fi­cadas disponíveis na inter­net tudo que é necessário para cri­ar uma base de con­hec­i­men­tos para ori­en­tar o usuário, seja um pro­pri­etário de área rur­al ou um gestor públi­co.

“Por exem­p­lo, se um gov­er­no estad­ual tem inter­esse em faz­er restau­ração de áreas onde há maior número de pro­pri­etários com déficit de APP [área de preser­vação per­ma­nente], reser­va legal e des­cumpri­men­to do Códi­go Flo­re­stal, o Ciera per­mite que a gente faça essa análise e indique, então, onde estão as bacias ou os ter­ritórios mais viáveis para que se ten­ha o máx­i­mo de resul­ta­do em restau­ração”, expli­ca.

Além de iden­ti­ficar a área, a fer­ra­men­ta apon­ta metodolo­gia, as mel­hores espé­cies a serem plan­tadas, infor­mações sobre cus­tos e aju­da a esclare­cer dúvi­das que pos­sam sur­gir ao lon­go da exe­cução de um pro­je­to.

“É aque­le proces­so de machine learn­ing, no qual a máquina vai apren­den­do con­forme se trazem mais pos­si­bil­i­dades, mais infor­mações e mod­e­los que ali­mentem a fer­ra­men­ta. Então, a ideia é con­tin­uar apoian­do esse proces­so de apren­diza­do da máquina e que, con­forme for­mos usan­do nos nos­sos próprios pro­je­tos e out­ras pes­soas acessem, ela vai fican­do cada vez mais pre­cisa”, detal­ha Luciana.

Recen­te­mente, essa eta­pa de aper­feiçoa­men­to gan­hou um reforço após a platafor­ma ter ven­ci­do o desafio glob­al Hack4Good 3.0, anun­ci­a­do em março, na cidade de Seat­tle, nos Esta­dos Unidos. O Ciera se desta­cou entre out­ras ino­vações de impacto pos­i­ti­vo para o mun­do.

“Em pelo menos mais de três meses, a gente estará com isso tudo con­sol­i­da­do e disponív­el para ser apli­ca­do por pro­pri­etários de ter­ra ou tomadores de decisão, de uma for­ma ger­al”, reforça Luciana Pugliese.

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