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Pobreza eleva em 3 vezes risco de surgimento de ansiedade e depressão

Insegurança financeira e jornadas exaustivas são alguns dos fatores

Agên­cia Brasil*
Pub­li­ca­do em 11/11/2024 — 17:11
Brasília
depressao, suicídio
Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

Um relatório das Nações Unidas apon­ta que pes­soas em situ­ação de pobreza têm três vezes mais chances de desen­volver prob­le­mas de saúde men­tal, como ansiedade e depressão. É o que apon­ta o relatório “Econo­mia do Burnout: Pobreza e Saúde Men­tal”. Cer­ca de 11% da pop­u­lação mundi­al sofre com algum transtorno men­tal. 

De acor­do com o rela­tor espe­cial da Orga­ni­za­ção das Nações Unidas e autor do relatório, Olivi­er De Schut­ter, esse cenário está rela­ciona­do à obsessão pelo cresci­men­to da econo­mia e bus­ca de riqueza, levan­do as pes­soas a se sub­me­terem a jor­nadas exaus­ti­vas de tra­bal­ho e condições de tra­bal­ho precárias.

“Quan­to mais desigual é uma sociedade, mais as pes­soas da classe média temem cair na pobreza e com isso desen­volvem quadros de estresse, depressão e ansiedade”, afir­mou o rela­tor.

Jornada de 24 horas por dia

Segun­do o rela­tor, o prin­ci­pal fator de risco é jor­na­da de 24 horas por dia, 7 dias por sem­ana, quan­do o tra­bal­hador fica disponív­el sob deman­da, e cita como exem­p­los os tra­bal­hadores de aplica­tivos e platafor­mas dig­i­tais

De Schut­ter afir­ma que essa lóg­i­ca “resul­ta em horários muito var­iáveis de tra­bal­ho, o que tor­na muito difí­cil man­ter um equi­líbrio ade­qua­do entre a vida famil­iar e a vida profis­sion­al”. A incerteza quan­to ao horário de tra­bal­ho e quan­ti­dade de horas a tra­bal­har tor­nam-se grandes moti­vadores de depressão e ansiedade.

Out­ro fator ger­ador de transtornos é a ansiedade climáti­ca. Estu­dos apon­tam que inun­dações, secas extremas, tem­po­rais destroem as fontes de ren­da da pop­u­lação, provo­can­do inse­gu­rança finan­ceira e ansiedade.

Ações

O estu­do propõe que os gov­er­nos adotem medi­das que reduzam as desigual­dades e inse­gu­ranças, como políti­cas de ren­da bási­ca uni­ver­sal (val­or mín­i­mo a que todos teri­am dire­ito para afas­tar a ameaça da pobreza), apoio a econo­mia social e solidária e alter­ações do mun­do do tra­bal­ho.

O rela­tor infor­mou que orga­ni­za­ções não gov­er­na­men­tais, sindi­catos, movi­men­tos soci­ais e acadêmi­cos tra­bal­ham na apre­sen­tação de alter­na­ti­vas ao cresci­men­to econômi­co em con­sonân­cia com a errad­i­cação da pobreza, pre­vis­tas para serem apre­sen­tadas em 2025.

» Ouça na Radioagência Nacional

* Com infor­mações da ONU News

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