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População reconhece dificuldades enfrentadas pelos servidores públicos

Repro­dução: © José Cruz/ Agên­cia Brasil

Para 90% dos brasileiros, mais mulheres melhorariam o serviço


Pub­li­ca­do em 27/10/2023 — 08:34 Por Sab­ri­na Craide — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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A fal­ta de val­oriza­ção e as difi­cul­dades enfrentadas pelos servi­dores públi­cos são recon­heci­das pela maio­r­ia da pop­u­lação brasileira. Os dados estão retrata­dos em pesquisa real­iza­da pelo DataFol­ha a pedi­do do Movi­men­to Pes­soas à Frente, divul­ga­da na sem­ana em que se comem­o­ra o Dia do Servi­dor Públi­co, em 28 de out­ubro.  

Segun­do a pesquisa, 83% dos brasileiros acred­i­tam que os fun­cionários públi­cos pode­ri­am ofer­e­cer mais para a pop­u­lação caso tivessem os meios necessários e ape­nas 18% acred­i­tam que todos os fun­cionários públi­cos têm aces­so a uma estru­tu­ra ade­qua­da para a prestação de bons serviços à pop­u­lação.

O lev­an­ta­men­to recon­hece que pes­soas bem preparadas em car­gos impor­tantes de gov­er­no pro­duzem impacto pos­i­ti­vo em suas vidas, mas apon­ta que 74% dos entre­vis­ta­dos acred­i­tam que todos ou a maio­r­ia dos fun­cionários públi­cos enfrentam difi­cul­dades com chefes desprepara­dos. Para 63% dos brasileiros, a mino­ria ou nen­hum fun­cionário públi­co é respeita­do e val­oriza­do pela pop­u­lação do país.

Condições de trabalho

Para Claris­sa Mal­in­verni, mem­bro da sec­re­taria exec­u­ti­va do Movi­men­to Pes­soas à Frente, a pesquisa traz a per­cepção de que os servi­dores públi­cos pre­cisam de apoio e condições de tra­bal­ho. “Não ape­nas de estru­tu­ra, de desen­volvi­men­to, mas tam­bém de apoio de suas lid­er­anças que pre­cis­ari­am ser mel­hor preparadas para que pos­sam desem­pen­har mel­hor”.

O secretário-ger­al da Con­fed­er­ação dos Tra­bal­hadores no Serviço Públi­co Fed­er­al (Cond­sef), Sér­gio Ronal­do da Sil­va, diz que os dados da pesquisa mostram que a pop­u­lação recon­hece a importân­cia dos servi­dores.

“Fico feliz em ver esse resul­ta­do, porque mostra que a pop­u­lação está obser­van­do que se os servi­dores tiverem mel­hores condições de tra­bal­ho o pro­du­to que eles têm que entre­gar à pop­u­lação pode­ria ser de mel­hor qual­i­dade. Isso é o que a gente afir­ma há um tem­po, que é pre­ciso dar mel­hores condições de tra­bal­ho para que o fun­cional­is­mo não fique em depressão, não seja asse­di­a­do moral­mente e para que ele cumpra com o seu dev­er, que é prestar o serviço de qual­i­dade para a pop­u­lação brasileira”, diz.

Out­ro dado apre­sen­ta­do é o de que 79% dos entre­vis­ta­dos afir­maram acred­i­tar que a profis­sion­al­iza­ção do serviço públi­co é impor­tante para o com­bate à cor­rupção e 92% acred­i­tam que os tra­bal­hadores da gestão públi­ca pre­cisam de apoio, prin­ci­pal­mente de suas lid­er­anças e chefes, para se desen­volverem como profis­sion­ais e realizarem mel­hor seu tra­bal­ho.

A pesquisa teve abrangên­cia nacional e foi real­iza­da com 2.025 pes­soas, com idade a par­tir de 16 anos, entre os dias 11 e 18 de setem­bro. O estu­do uti­li­zou metodolo­gia quan­ti­ta­ti­va através de entre­vis­tas pres­en­ci­ais, em pon­tos de fluxo de pes­soas nas ruas de cidades brasileiras.

Diversidade

A maior parte da pop­u­lação brasileira (56%) acred­i­ta que o cor­po de fun­cionários do Esta­do não é rep­re­sen­ta­ti­vo da diver­si­dade brasileira e não con­hece os prin­ci­pais desafios da pop­u­lação. Out­ros 71% acred­i­tam que a rep­re­sen­ta­tivi­dade con­tribuiria para aumen­tar a legit­im­i­dade do fun­cional­is­mo públi­co e seu grau de con­fi­ança.

Sobre a diver­si­dade racial e de gênero, 86% dos entre­vis­ta­dos con­cor­dam que ações para pro­mover e garan­tir igual­dade de gênero no serviço públi­co são impor­tantes, número que chega a 89% quan­do a per­gun­ta se ref­ere à diver­si­dade racial. Out­ros 90% dos entre­vis­ta­dos afir­maram acred­i­tar que mais mul­heres tornar­i­am o serviço públi­co mel­hor e 82% con­cor­dam que mais diver­si­dade racial mel­ho­raria o serviço no país.

“Cada vez mais a pop­u­lação quer se ver espel­ha­da nas pes­soas que estão toman­do as decisões e imple­men­tan­do as políti­cas públi­cas”, avalia Claris­sa.

Claris­sa cita a neces­si­dade de apri­morar a leg­is­lação que reser­va cotas para negros nas vagas ofer­e­ci­das nos con­cur­sos públi­cos, incluin­do tam­bém os car­gos de lid­er­ança. “Hoje a cota é para con­cur­so, o que não inclui posição de lid­er­anças, aí a gente tem um cenário que é muito mas­culi­no e bran­co nas posições de poder”, defende.

Salários

A pesquisa tam­bém apon­ta a per­cepção da pop­u­lação sobre pos­síveis priv­ilé­gios salari­ais dos fun­cionários públi­cos: 25% entre­vis­ta­dos acred­i­tam que todos ou a maio­r­ia dos fun­cionários gan­ham aci­ma do teto salar­i­al, de R$ 41.650, mas 77% dos entre­vis­ta­dos admitem não con­hecer este val­or máx­i­mo que um fun­cionário públi­co pode rece­ber.

Segun­do o secretário da Cond­sef, essa visão não con­diz com a real­i­dade. “Mais de 60% dos servi­dores gan­ham entre R$ 5 e R$ 6 mil. Mas marte­lam tan­to que servi­dor públi­co é priv­i­le­gia­do, que aca­ba geran­do essa visão”, diz Sil­va, lem­bran­do que alguns setores pre­cisam de ajustes, como no Judi­ciário, que em alguns casos gan­ham aci­ma do teto “de for­ma exor­bi­tante”.

Claris­sa Mal­in­verni tam­bém argu­men­ta que uma pesquisa do Cen­tro de Lid­er­ança Públi­ca (CLP) mostrou que ape­nas 0,23% dos fun­cionários públi­cos do país têm rendi­men­to efe­ti­vo supe­ri­or ao teto do fun­cional­is­mo. “O priv­ilé­gio de uma mino­ria inex­pres­si­va aca­ba impactan­do a rep­utação e a imagem que a pop­u­lação tem dos servi­dores como um todo”, expli­ca.

Edição: Aline Leal

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