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Preconceito atinge 3 em cada 4 pessoas com deficiência ao se deslocar

Repro­dução: © Arquivo/Agência Brasil

Pesquisa avaliou impacto da falta de acessibilidade à população PCD


Pub­li­ca­do em 02/05/2023 — 09:24 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Pesquisa mostrou que 77% das pes­soas com defi­ciên­cia (PCDs) já pas­saram por pelo menos uma situ­ação de pre­con­ceito durante seus deslo­ca­men­tos pela cidade. Oiten­ta e seis por cen­to dos entre­vis­ta­dos tam­bém afir­maram ter algum medo rela­ciona­do à segu­rança, como ser fur­ta­do ou assalta­do, ser agre­di­do fisi­ca­mente ou sofr­er um aci­dente de trân­si­to ao se deslo­carem.

O estu­do real­iza­do pelo Insti­tu­to Loco­mo­ti­va, com o apoio da Uber, foi divul­ga­do nes­ta terça-feira (2).

A pesquisa traça ain­da um panora­ma sobre o per­fil de deslo­ca­men­to dessa pop­u­lação. Dos entre­vis­ta­dos que uti­lizam trans­porte públi­co, 45% afir­maram ter algum tipo de restrição na região onde moram. Seten­ta e nove por cen­to dos entre­vis­ta­dos dis­ser­am que já chegaram atrasa­dos ou até mes­mo perder­am algum com­pro­mis­so por con­ta da fal­ta de aces­si­bil­i­dade nos tra­je­tos que fazem. O número rep­re­sen­ta cer­ca de 13 mil­hões de pes­soas.

Ir a pé ou se deslo­car com cadeira de rodas (50%) e car­ro par­tic­u­lar (47%) são as for­mas de deslo­ca­men­to mais pop­u­lares entre a pop­u­lação PCD. Quarenta e três por cen­to tam­bém declararam uti­lizar trans­porte por aplica­ti­vo, 34% uti­lizam ônibus ou van munic­i­pal e 14% metrô.

Den­tre as pes­soas com defi­ciên­cia visu­al, as opções mais pop­u­lares de deslo­ca­men­to são os aplica­tivos de mobil­i­dade e cam­in­har, com 54% dos entre­vis­ta­dos. De acor­do com os entre­vis­ta­dos, 67% se deslo­cam por razões rela­cionadas a atendi­men­tos de saúde para a própria pes­soa, 36% para vis­i­tas a famil­iares e ami­gos e 34% para tratar de assun­tos pes­soais.

Para Rena­to Meirelles, pres­i­dente do Insti­tu­to Loco­mo­ti­va, o estu­do rev­ela inúmeros desafios enfrenta­dos pelas pes­soas com defi­ciên­cia em seus deslo­ca­men­tos pelas cidades, onde a maio­r­ia dos entre­vis­ta­dos con­cor­da que fal­tam opções de trans­porte seguro e con­fortáv­el, evi­den­cian­do a carên­cia de aces­si­bil­i­dade e a dis­crim­i­nação enfrentadas por essa pop­u­lação em seus tra­je­tos.

“A escassez de infor­mação é apon­ta­da pelos entre­vis­ta­dos como uma das prin­ci­pais causas para o pre­con­ceito, que acar­reta uma série de restrições em seus deslo­ca­men­tos pelas cidades. Para com­bat­er o pre­con­ceito e pro­mover uma sociedade mais inclu­si­va, é necessário edu­car a pop­u­lação para a inclusão de pes­soas com defi­ciên­cia. Empre­sas e gov­er­nos pre­cisam tra­bal­har jun­tos para imple­men­tar soluções efe­ti­vas e sus­ten­táveis que garan­tam o dire­ito de ir e vir, asse­gu­ran­do às pes­soas com defi­ciên­cia mais opor­tu­nidades de mobil­i­dade pelas cidades”, afir­mou Meirelles, em nota.

Metodologia

A pesquisa pres­en­cial foi real­iza­da com 800 pes­soas com mais de 18 anos, com defi­ciên­cia visu­al, audi­ti­va, moto­ra, int­elec­tu­al ou múlti­pla, morado­ras de 11 regiões met­ro­pol­i­tanas (Belém, For­t­aleza, Recife, Sal­vador, Belo Hor­i­zonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curiti­ba, Por­to Ale­gre, Goiâ­nia e Brasília), entre os dias 28 de fevereiro e 17 de março de 2023. A margem de erro é de 3,5 pon­tos per­centu­ais para mais ou para menos

Edição: Denise Griesinger

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