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Prédios com vidraças nas cidades ameaçam aves, aponta pesquisa

No Brasil, foram analisadas 1.452 colisões de aves nas estruturas

Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 15/06/2025 — 14:33
Rio de Janeiro
 Vista do Edifício Itália, região central
Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Um estu­do pub­li­ca­do nes­ta sem­ana no per­iódi­co Ecol­o­gy mostrou que 4.103 aves col­idi­ram com janelas de vidro em um perío­do de sete décadas em 11 país­es das Améri­c­as Cen­tral e do Sul.

Segun­do a pesquisa, coor­de­na­da por dois pesquisadores brasileiros e por um cien­tista da Uni­ver­si­dade de Helsinque (Fin­lân­dia), obser­vou que mais de 500 espé­cies sofr­eram aci­dentes com essas estru­turas, algu­mas ameaçadas de extinção, entre 1946 e 2020.

O lev­an­ta­men­to mostrou que 2.537 aves mor­reram ime­di­ata­mente após as col­isões, e 1.515 foram encon­tradas vivas e encam­in­hadas a cen­tros de reabil­i­tação. As épocas em que ocor­reram os aci­dentes provavel­mente coin­ci­dem com perío­dos de migração e repro­dução das espé­cies, de acor­do com o estu­do.

Ape­nas no Brasil, foram anal­isa­dos os reg­istros de 1.452 inci­dentes, incluin­do indi­ví­du­os de espé­cies ameaçadas de extinção, como gav­ião-pom­bo-pequeno (Buteogal­lus lac­er­nu­la­tus), cig­a­r­rin­ha-do-sul (Sporophi­la fal­cirostris) e saíra-pin­tor (Tan­gara fas­tu­osa), endêmi­cas da Mata Atlân­ti­ca.

A pesquisa foi lid­er­a­da por Augus­to João Piratel­li, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al de São Car­los, Bian­ca Ribeiro, da Uni­ver­si­dade do Vale do Rio dos Sinos, e por Ian Mac­Gre­gor-Fors (Uni­ver­si­dade de Helsin­ki, Fin­lân­dia). Tam­bém colab­o­raram com o estu­do mais de 100 pesquisadores, incluin­do vários brasileiros.

Pesquisado­ra do Insti­tu­to Nacional da Mata Atlân­ti­ca (INMA), Flávia Guimarães Chaves, foi uma das colab­o­rado­ras do estu­do. Segun­do ela, o lev­an­ta­men­to mostra que janelas e out­ras estru­turas urbanas de vidro ameaçam as aves, já que elas não enx­ergam essa bar­reira.

“Na cidade de São Paulo, foram 629 col­isões de aves. Não havia mui­ta difer­ença se o vidro dessas residên­cias ou pré­dios era translú­ci­do ou reflex­i­vo”, expli­ca a pesquisado­ra.

De acor­do com a pesquisado­ra, o estu­do poderá sub­sidiar políti­cas públi­cas, nor­mas de con­strução e cam­pan­has de con­sci­en­ti­za­ção voltadas à redução das col­isões com vidros, um pas­so impor­tante para tornar as cidades mais amigáveis à bio­di­ver­si­dade.

“Um pas­so impor­tante para tornar as cidades mais amigáveis [para as aves] são ações sim­ples como a apli­cação de ade­sivos nos vidros, como bolin­has numa dis­tân­cia entre dez e 15 cen­tímet­ros, de for­ma simétri­ca, que fazem com que as aves pos­sam enx­er­gar ess­es vidros. Out­ra pos­si­bil­i­dade é uti­lizar corti­nas antir­reflexo e per­sianas nas janelas. No perío­do da con­strução ou refor­ma, pode-se optar por vidros que sejam seri­grafa­dos, que pos­suem faixa UV na sua com­posição e são enx­er­gadas pelas aves”.

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