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Prefeito do Rio alerta para aumento de casos da covid-19 na cidade

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Eduardo Paes propõe reforço na vacinação de idosos


Pub­li­ca­do em 20/08/2021 — 13:24 Por Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduar­do Paes, aler­tou hoje (20), durante a apre­sen­tação do 33° Bole­tim Epi­demi­ológi­co da Covid-19, da Sec­re­taria Munic­i­pal de Saúde (SMS), que a cidade pas­sa por um pico da covid-19, e que o nív­el de casos é o maior des­de o iní­cio do ano. De acor­do com Paes, nun­ca antes a cap­i­tal reg­istrou tan­ta gente com a covid-19 como ocorre neste momen­to.

Segun­do o prefeito, o aumen­to rel­e­vante de casos pode ser perce­bido pela pop­u­lação. “Acho que todos que vive­mos na cidade do Rio de Janeiro percebe­mos isso. Pes­soas próx­i­mas e famil­iares, ami­gos, eu pes­soal­mente, nun­ca vi tan­ta gente com covid no meu entorno, como estou ven­do neste momen­to”, disse, acres­cen­tan­do que o dado é pre­ocu­pante por causa do avanço da vari­ante Delta na cidade, con­sid­er­a­da o epi­cen­tro dessa mutação no país.

Mes­mo com as medi­das de pro­teção man­ti­das até o dia 30 de agos­to, o prefeito disse que se o quadro epi­demi­ológi­co pio­rar, com avanço no aumen­to dos casos da covid-19, vão ser ado­tadas medi­das mais restri­ti­vas na cidade.

“Vamos mon­i­torar isso [aumen­to de casos] com mui­ta cal­ma e mui­ta tran­quil­i­dade, e haven­do aumen­to de agrava­men­tos, nós podemos voltar a tomar medi­das restri­ti­vas. Não esta­mos toman­do nen­hu­ma medi­da hoje, mas se tiv­er esse aumen­to vai ter de aumen­tar as restrições. Se for necessário, a gente aumen­ta as restrições, porque nun­ca antes tive­mos no ano de 2021 um número de casos tão grande como neste momen­to”, aler­tou.

Paes infor­mou que o secretário munic­i­pal de Saúde, Daniel Soranz, vai levar para a reunião do Comitê Cien­tí­fi­co do municí­pio a pro­pos­ta para reforço na vaci­nação de idosos. “Aproveito a opor­tu­nidade para deixar a posição da prefeitu­ra de que nós enten­demos que com ess­es números de casos, a gente deve pri­orizar a ter­ceira dose, a dose de reforço para as pes­soas mais vel­has, que já foram imu­nizadas há mais tem­po. A gente já viu exper­iên­cias em vários país­es que começaram com a vari­ante Delta e pri­orizaram a ter­ceira dose”, disse o prefeito.

“Nós prefe­r­i­mos faz­er a ter­ceira dose das pes­soas mais vel­has do que ante­ci­par a segun­da dose dos mais jovens. Essa vai ser a posição da prefeitu­ra. Nós enten­demos que nesse momen­to com o aumen­to de casos e a vari­ante Delta é muito impor­tante que a gente pro­te­ja as pes­soas fazen­do a ter­ceira dose da vaci­na”, acres­cen­tou.

Se a pro­pos­ta for aprova­da pelo Comitê Cien­tí­fi­co, segun­do Paes, a vaci­nação com a ter­ceira dose começará na sem­ana que vem, ao mes­mo tem­po em que serão apli­cadas as dos­es no públi­co de 17 a 15 anos de idade, con­forme o cal­endário pre­vis­to.

Paes comen­tou que em alguns país­es onde foi iden­ti­fi­ca­da a incidên­cia da vari­ante Delta, os casos não resul­tam em aumen­to dos óbitos, mas nos Esta­dos Unidos, por exem­p­lo, não tem sido sem­pre assim. “A gente tem que torcer, faz­er o tra­bal­ho ter­apêu­ti­co, ter os leitos à dis­posição, mas tem tam­bém que torcer para que os números de óbitos e o agrava­men­to dos casos da covid não se ver­i­fique. Esta­mos neste momen­to com o maior número de pes­soas com covid em todo o ano de 2021. Não é uma situ­ação con­fortáv­el”, disse.

O prefeito disse que emb­o­ra este­ja sat­is­feito com o nív­el de vaci­nação da cidade, que hoje com­ple­ta a imu­niza­ção das pes­soas com mais de 18 anos de idade com a primeira dose, não se pode esque­cer que a con­t­a­m­i­nação da doença ain­da é forte na cap­i­tal. “Não ten­ho dúvi­da que a vaci­na cer­ta­mente está colab­o­ran­do para o não agrava­men­to dess­es casos, mas a gente tem que se tocar que a coisa ain­da está quente aqui no Rio. Difer­ente do resto do país, essa vari­ante nova começou pela cidade do Rio de Janeiro, até mais do que no esta­do, que começa a ter ess­es números. O que a gente está chaman­do atenção aqui hoje é que não podemos per­mi­tir que ess­es casos, o maior número des­de o iní­cio do ano, se agravem e ter­minem em óbito”, aler­tou.

Predominância

Uma pesquisa por amostragem de vig­ilân­cia genômi­ca indi­ca que hou­ve uma inver­são no quadro da pre­sença das vari­antes e a Delta, chama­da de indi­ana, super­ou a con­t­a­m­i­nação pela Gam­ma, con­heci­da como a de Man­aus, que até ago­ra vin­ha sendo pre­dom­i­nante. Con­forme os dados de jul­ho, o per­centu­al atingiu 53,7% das amostras que foram iden­ti­fi­cadas e encam­in­hadas para os lab­o­ratórios de refer­ên­cia para a Vig­ilân­cia Genômi­ca. Já a Gam­ma ficou em 45,3%.

“Real­mente temos con­fig­u­ra­da já uma inver­são dessa pre­dom­inân­cia e esta­mos aguardan­do os resul­ta­dos do mês de agos­to, mas a gente acred­i­ta, e as dis­cussões que a gente faz aqui no Cen­tro de Oper­ações de Emergên­cia para a Covid, é que vai ampli­ar a pre­dom­inân­cia da vari­ante Delta”, disse o super­in­ten­dente de Vig­ilân­cia em Saúde da Sec­re­taria Munic­i­pal de Saúde, Már­cio Gar­cia.

Registros

A análise dos atendi­men­tos na rede de urgên­cia e emergên­cia para casos de sín­drome gri­pal (SG) e sín­drome res­pi­ratória agu­da grave (SRAG) mostra um aumen­to nas noti­fi­cações nos últi­mos dias. “Podemos anal­is­ar real­mente um aumen­to na bus­ca por esse atendi­men­to nas nos­sas unidades espe­cial­mente UPA e CER”, disse Gar­cia, desta­can­do que essas ocor­rên­cias não nec­es­sari­a­mente se con­fir­mam como covid-19.

O super­in­ten­dente acres­cen­tou que o grá­fi­co de casos con­fir­ma­dos da doença na cap­i­tal tam­bém mostra um aumen­to impor­tante nas últi­mas sem­anas. “Há, pelo menos seis sem­anas, a cur­va mostra um aumen­to con­tín­uo de casos. Esta­mos bas­tante aler­tas com essa situ­ação, porém esse aumen­to não se reflete na cur­va de óbitos. O quan­ti­ta­ti­vo de óbitos mudou um pouco o for­ma­to da cur­va. A gente vem nas últi­mas sem­anas em uma cer­ta esta­bil­i­dade for­man­do um platô mais baixo do que alguns cenários ante­ri­ores que nós tín­hamos”, expli­cou.

Basea­do nas infor­mações epi­demi­ológ­i­cas, o mapa da cidade per­maneceu com todas regiões em laran­ja, o que sig­nifi­ca alto risco para a doença. O indi­cador de risco leva em con­sid­er­ação o número de inter­nações, de óbitos com­pos­to e a incidên­cia da vari­ante Delta.

Este ano, a cidade do Rio de Janeiro reg­is­tra 214.820 casos da covid-19, sendo 34.974 graves e 12.239 óbitos. A taxa de incidên­cia alcançou 3.224,9 casos por 100 mil habi­tantes, a taxa de letal­i­dade ficou em 183,7 óbitos para cada 100 mil habi­tantes e a taxa de letal­i­dade em 7,5%.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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