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Prefeitos buscam apoio contra mudanças climáticas

Encontro em Brasília reuniu representantes de 3,3 mil cidades

Luiz Clau­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil*
Pub­li­ca­do em 14/02/2025 — 08:28
Brasília
Brasília (DF) 12/02/2025 Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas. Painel Acelerando a Adaptação dos Municípios. Presença da Ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, do ministro das Cidades, Jader Filho, do governador do Espirito Santo, Renato Casagrande e da deputada Tábata Amaral Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/Agên­cia Brasil

No municí­pio do Soure, no Arquipéla­go do Mara­jó (PA), o prefeito Paulo Vic­tor Sil­va recor­da que, “antiga­mente”, a pop­u­lação con­hecia a evolução das marés e do cli­ma con­forme o mês. “A gente sabia que, em março, a maré fica­va mais alta e nos prepará­va­mos para esse mês. Mas ago­ra acon­tece em setem­bro, dezem­bro, janeiro”, diz o prefeito. As mudanças climáti­cas nun­ca foram tão evi­dentes, acres­cen­ta.

Ele foi um dos mais de 3,3 mil prefeitos que estiver­am em um encon­tro nacional de gestores de todo o pais, em Brasília, e que dizem ser necessário apoio aos municí­pios para enfrentar essa roti­na de insta­bil­i­dade. “A gente tem um povo que depende do meio ambi­ente, de pes­soas que tra­bal­ham nas pra­ias”.

O prob­le­ma das mudanças climáti­cas e do impacto para os municí­pios foi um dos prin­ci­pais temas dis­cu­ti­dos no even­to nes­ta sem­ana. “Quero enten­der o que pos­so faz­er ness­es desas­tres que já estão acon­te­cen­do lá para a gente. O mar está baten­do na casa de pes­soas. Estão cain­do muitas casas”, disse Sil­va.

Capacitação

Antes do iní­cio do encon­tro, o min­istro Alexan­dre Padil­ha, da Sec­re­taria de Relações Insti­tu­cionais (SRI) da Presidên­cia da Repúbli­ca, já havia indi­ca­do que um dos seus obje­tivos era ensi­nar os prefeitos a se mobi­lizar diante desse cenário. O encon­tro con­tou com uma platafor­ma de sim­u­lação dinâmi­ca chama­da “Prefeitar”, a fim de ger­ar sim­u­lações. “Uma cidade que este­ja enfrentan­do uma enchente deve saber como mon­tar a sala da situ­ação, como acionar os recur­sos da Defe­sa Civ­il e como orga­ni­zar a equipe”, disse o min­istro.

Con­forme a secretária exec­u­ti­va adjun­ta da SRI, Juliana Carneiro, a ideia da dinâmi­ca do “Prefeitar” envolveu pre­ocu­pação sobre as respon­s­abil­i­dades, con­sideran­do que o gov­er­no fed­er­al tem recur­sos para aju­dar, mas os gestores pre­cisam com­preen­der o papel de cada ente fed­er­a­ti­vo. “Às vezes, o prefeito não sabe que é necessário entrar no sis­tema da Defe­sa Civ­il e o que deve preencher para que aque­la real­i­dade públi­ca seja declar­a­da”.

Consciência

Por isso, no encon­tro, os prefeitos par­tic­i­param de ofic­i­nas e palestras sobre como pode ser a reação das gestões munic­i­pais e como recor­rer a ver­bas para essas situ­ações. Segun­do o pres­i­dente da Asso­ci­ação Brasileira de Municí­pios, Ary Vanazzi, esse é um debate impor­tante que pre­cisa ocor­rer nas esferas munic­i­pais.

“Há quem acred­ite que a crise climáti­ca é um prob­le­ma do gov­er­no fed­er­al ou de gov­er­nos inter­na­cionais. O prob­le­ma climáti­co nasce no municí­pio. E cada gestor pre­cisa tomar con­sciên­cia dis­so”, disse. O rep­re­sen­tante da enti­dade pon­der­ou que são necessários recur­sos para inve­stir em políti­cas para aju­dar o pacto glob­al dos municí­pios.

“Não importa o tamanho da cidade”

No encon­tro, os gestores enten­der­am que é necessário agir com rapi­dez. É o o caso do prefeito de San­to Anto­nio do Jac­in­to, Ede­mark Pin­heiro, que disse que as grandes enchentes pas­saram a ocor­rer com mais recor­rên­cia e ger­ar pre­juí­zos par­tic­u­lar­mente entre os meses de out­ubro e março, para uma pop­u­lação de pouco mais de 10 mil habi­tantes. Da mes­ma for­ma, as mudanças climáti­cas fazem parte de uma roti­na em cidades como a de Orindiú­va, de 7 mil habi­tantes.

A prefei­ta Mire­li Mar­tins tem certeza de que o municí­pio pequeno tam­bém pre­cisa se preparar. “Por exem­p­lo, meu municí­pio não tin­ha Defe­sa Civ­il, nós cri­amos. Então, aumen­ta a nos­sa fol­ha de pes­soal. A questão climáti­ca é mundi­al, mas o municí­pio, não impor­ta o taman­ho, pre­cisa estar prepara­do para tudo”, avaliou.

*Colaborou Gésio Pas­sos, da Rádio Nacional

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