...
sexta-feira ,11 julho 2025
Home / Cultura / Prêmio Periferia Viva abre edital de seleção

Prêmio Periferia Viva abre edital de seleção

175 projetos serão escolhidos para receber aportes financeiros

Guil­herme Jerony­mo — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 14/06/2025 — 18:02
São Paulo
Brasília (DF), 14/06/2025 - Prêmio Periferia Viva 2025. IMAGEM- Comunicação Social do Ministério das Cidades
Repro­dução: © Comu­ni­cação Social do Min­istério das Cidades

A aber­tu­ra do edi­tal 2025 do Prêmio Per­ife­ria Viva ocor­reu na tarde deste sába­do (14), na Asso­ci­ação  dos Moradores de Heliópo­lis e Região (UNAS). É pos­sív­el inscr­ev­er os pro­je­tos par­tic­i­pantes nos próx­i­mos dias através do site do Min­istério das Cidades. 

Pro­movi­da pela Sec­re­taria Nacional de Per­ife­rias, do Min­istério das Cidades, a ini­cia­ti­va, em sua ter­ceira edição, vai dis­tribuir prêmios em três eixos: ini­cia­ti­vas Pop­u­lares, no qual 150 pro­je­tos rece­berão R$ 50 mil; Asses­so­rias Téc­ni­cas com pre­mi­ação de R$ 30 mil e três Ini­cia­ti­vas de Entes Públi­cos Gov­er­na­men­tais, que rece­berão troféus.

O tema des­ta edição é “Per­ife­ria Viva é con­strução cole­ti­va”. O obje­ti­vo é val­orizar ini­cia­ti­vas nas per­ife­rias, pro­duzi­das pelos seus moradores e com recur­sos dire­ciona­dos para cole­tivos dos próprios ter­ritórios. Os can­didatos devem par­tic­i­par de pro­je­tos que  este­jam em anda­men­to e que pro­movam enfrenta­men­to da desigual­dade socioe­s­pa­cial e a poten­cial­iza­ção e trans­for­mação dos ter­ritórios per­iféri­cos.

“O Prêmio Per­ife­ria Viva for­t­alece o papel ati­vo das comu­nidades em decisões sig­ni­fica­ti­vas, desta­can­do suas capaci­dades fre­quente­mente igno­radas, e responde ao enga­ja­men­to de redes e movi­men­tos soci­ais que bus­cam mel­ho­rar a vida urbana per­iféri­ca”, desta­cou em nota o secretário Guil­herme Simões.

Museus, agroe­colo­gia e pro­je­tos cul­tur­ais foram alguns dos sele­ciona­dos em 2024, entre os quais a Oku­pação Cul­tur­al C.O.R.A.G.E.M., sedi­a­da na Cohab José Bonifá­cio, na Zona Leste de São Paulo.

Para a Oku­pação, o prêmio foi fun­da­men­tal para for­t­ale­cer a sus­tentabil­i­dade e con­tinuidade das ações. “Com o recur­so, con­seguimos cri­ar um caixa emer­gen­cial, o que nos per­mi­tiu aten­der às prin­ci­pais neces­si­dades do espaço. Real­izamos peque­nas refor­mas estru­tu­rais que mel­ho­raram o con­for­to para quem fre­quen­ta nos­sas ativi­dades, além de garan­tir mais segu­rança para o nos­so acer­vo, equipa­men­tos e mate­ri­ais das cole­ti­vas que inte­gram a Oku­pação. Esse apoio tam­bém nos trouxe mais fôlego para seguir desen­vol­ven­do ações de for­ma autôno­ma”, expli­cou Letí­cia Fer­reira, gesto­ra e pro­du­to­ra cul­tur­al que atua na ini­cia­ti­va.

O proces­so de seleção foi um momen­to impor­tante para o grupo Oku­pação, que já tem 10 anos de atu­ação. Para Letí­cia, se tra­tou de um incen­ti­vo para man­ter doc­u­men­tos e reg­istros atu­al­iza­dos, além de revis­i­tar e recon­hecer a tra­jetória. “Esse exer­cí­cio de sis­tem­ati­za­ção nos for­t­ale­ceu no que se ref­ere à ampli­a­cao da nos­sa capaci­dade de orga­ni­zar infor­mações, comu­nicar mel­hor e plane­jar pro­je­tos futur­os de for­ma mais estru­tu­ra­da e estratég­i­ca. Tam­bém nos tornou mais prepara­dos para par­tic­i­par de out­ras seleções e for­t­ale­cer nos­sa atu­ação em rede”, com­ple­tou a gesto­ra.

O espaço, que revi­tal­i­zou uma área aban­don­a­da na COHAB, recebe artis­tas, oficineiros e pro­du­tores e man­tém pro­gra­mação gra­tui­ta.

Além de via­bi­lizar a ampli­ação de pro­je­tos, como a com­pra de um ter­reno pelo pro­je­to Que­bra­da Orgâni­ca, o recon­hec­i­men­to aju­da na con­strução de port­fólios para pro­je­tos futur­os. A agricul­to­ra Joy Iza­u­ri, que é gesto­ra do pro­je­to na região do Jardim São Luiz, na zona sul de São Paulo, detal­hou como os fru­tos deste recon­hec­i­men­to já estão apare­cen­do. Chama­dos para ofic­i­nas em uma unidade do Sesc, ter o Per­ife­ria Viva no port­fólio foi um ele­men­to a mais na seleção.

“[o prêmio] aju­da não só na parte finan­ceira, mas aju­da as ini­cia­ti­vas a serem recon­heci­das no próprio ter­ritório e a mostrar para a própria comu­nidade, superan­do difi­cul­dades de diál­o­go com os out­ros moradores do ter­ritório”, con­tou Joy.

O Que­bra­da Orgâni­ca é um pro­je­to de agri­cul­tura famil­iar em con­tex­to urbano e per­iféri­co, for­ma­do por ela, pelo mari­do Robert, pelo sogro Gil, e pelos fil­hos do casal, Leônidas, de 8, e César, de 4 anos. Além de pro­duzirem meia tonela­da de ali­men­tos por ano, parte da qual é doa­da aos viz­in­hos, tam­bém real­izam um fes­ti­val de agri­cul­tura urbana, em um tra­bal­ho que não vê um fim próx­i­mo.

“A gente acred­i­ta que tem tra­bal­ho para faz­er para o resto da vida, sabe? E den­tro dis­so a gente pode se espe­cializar e faz­er mil coisas, porque a gente pen­sa a ter­ra como lab­o­ratório mes­mo, porque a gente não tra­bal­ha só a pro­dução de ali­men­to aqui. Os menus do nos­so fes­ti­val anu­al são cri­a­dos a par­tir daqui­lo que a gente plan­ta aqui. O espaço é pen­sa­do como museu a céu aber­to. Então, se você vier para o nos­so fes­ti­val, você vai ver as obras de arte, as insta­lações, em meio aos can­teiros de pro­dução de ali­men­tos. Você vai ver infor­mação em agroe­colo­gia, em ecolo­gia”, expli­ca a agricul­to­ra.

Tam­bém de out­ra per­ife­ria, mais próx­i­ma do mar, um out­ro pro­je­to pre­mi­a­do em 2024 mostrou o poten­cial deste tipo de edi­tal na con­tinuidade de políti­cas cul­tur­ais. No Museu de Favela do Pavão, Pavãoz­in­ho e Can­ta­ga­lo, na cidade do Rio de Janeiro, foi cri­a­do o primeiro Pon­to de Memória, no Pro­gra­ma de Segu­rança Nacional, o PRONASC, com apoio de out­ros órgãos, como o IPHAN.

“A dinâmi­ca do Per­ife­rias Viva em 2024 foi de muito apren­diza­do. Os encon­tros foram muito impor­tantes, dan­do a dimen­são do pro­gra­ma no ter­ritório nacional”,  nos con­tou Sid­ney Sil­va, que tam­bém atende por Tar­taru­ga.

Neste Museu, que nasceu como uma estraté­gia de val­oriza­ção da comu­nidade e ele­men­to de segu­rança comu­nitária e que o mestre Sid­ney con­ceitua como “museu de ter­ritório”, há um cir­cuito de arte denom­i­na­do Cir­cuito Casas-Telas. Esse cir­cuito tem 27 obras de arte, nas fachadas das casas de moradores. “São obras de grafite que retratam a nos­sa memória nas fachadas da casa dos moradores”.

Com o recur­so, a insti­tu­ição car­i­o­ca ampliou o atendi­men­to, criou brin­que­dote­cas itin­er­antes e apoiou out­ras ini­cia­ti­vas que real­izavam, já que o Museu só pode ser vis­i­ta­do ao se andar pelas comu­nidades, amplian­do ações que já são apoiadas pela sec­re­taria estad­ual de cul­tura flu­mi­nense.

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Enem 2025: Inep publica resultados de recursos de atendimento especial

Consulta deve ser feita na Página do Participante do exame Daniel­la Almei­da — Repórter da …