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Presença de TV diminui e 42,1% dos lares com o aparelho têm streaming

Repro­dução: © Val­ter Campanato/Agência Brasil

Pesquisa do IBGE traz dados sobre acesso a tecnologias


Publicado em 16/08/2024 — 10:01 Por Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Nos últi­mos anos, a pro­porção de domicílios brasileiros com sinal de tele­visão e com assi­natu­ra de serviços por TV fecha­da tem caí­do, enquan­to os serviços de stream­ing têm aumen­ta­do: estão em qua­tro de cada dez lares com tele­visão.

A con­statação faz parte de um suple­men­to da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Con­tínua, divul­ga­da nes­ta sex­ta-feira (16) pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE).

O lev­an­ta­men­to mostra que, em 2023, dos 78,3 mil­hões de domicílios no país 4,5 mil­hões não tin­ham tele­visão, o que rep­re­sen­tam 5,7% do total. Os dados mostram um aumen­to grada­ti­vo da ausên­cia da tele­visão nos lares brasileiros. Em 2016, o per­centu­al era de 2,8% e em 2022, 5,1% (3,8 mil­hões de famílias).

“Pode ser uma mudança de hábitos da sociedade. Lenta, de for­ma muito grad­ual, mas con­sis­tente”, sug­ere o anal­ista da pesquisa, Gus­ta­vo Geaquin­to Fontes.

Out­ro item que está fican­do menos comum nas residên­cias é a TV por assi­natu­ra. Em 2016, um em cada três (33,9%) lares tin­ham o serviço. Em 2022, eram 27,7% e, no ano pas­sa­do, o per­centu­al caiu para 25,2% (18,6 mil­hões de endereços).

O IBGE per­gun­tou aos entre­vis­ta­dos o porquê de não aderirem ao serviço. Cada pes­soa podia apon­tar uma razão prin­ci­pal. De 2016 a 2019, o prin­ci­pal moti­vo era o fato de o serviço ser con­sid­er­a­do caro. Em 2016, 56,1% atribuíram o fato ao cus­to do serviço e, em 2019, foram 51,8%.

O segun­do moti­vo mais apon­ta­do foi fal­ta de inter­esse: 39,1% das respostas em 2016 e 40,9% em 2019.

Nos anos seguintes, ess­es motivos se invert­er­am nas respostas dos entre­vis­ta­dos. Em 2023, a maio­r­ia (64%) pas­sou a apon­tar a fal­ta de inter­esse como prin­ci­pal moti­vo para não assi­nar TV fecha­da. O cus­to do serviço foi cita­do por 34,9% dos respon­dentes.

Em 2016, ape­nas 1,6% das famílias entre­vis­tadas jus­ti­fi­cou como prin­ci­pal moti­vo o fato de vídeos aces­sa­dos pela inter­net sub­sti­tuírem o serviço. O per­centu­al cresceu con­sis­ten­te­mente até alcançar 9,5% em 2023, se tor­nan­do a ter­ceira razão mais cita­da.

Des­de 2022, a pesquisa do IBGE acom­pan­ha a pre­sença nos domicílios brasileiros do stream­ing de vídeo pago. O número de lares com o serviço aumen­tou de 31,061 mil­hões, em 2022, para 31,107 mil­hões, em 2024.

Ape­sar do aumen­to numéri­co, em ter­mos per­centu­ais hou­ve redução de 43,4% para 42,1% dos lares com TV. De acor­do com o IBGE, a pre­sença do stream­ing é um dos fatores que expli­cam a tele­visão aber­ta e fecha­da perder espaço nas casas brasileiras.

Por meio de stream­ing, o assi­nante tem aces­so a uma ofer­ta de filmes, séries, desen­hos infan­tis e even­tos esportivos, por exem­p­lo. Com exceção de pro­gra­mações ao vivo, as atrações são sob deman­da, ou seja, ficam disponíveis para serem vis­tas a qual­quer momen­to.

Em 2022, 4,7% das residên­cias que tin­ham stream­ing não tin­ham aces­so a tele­visão aber­ta ou a serviço de TV por assi­natu­ra. No ano seguinte, esse indi­cador subiu para 6,1%.

Para o anal­ista da pesquisa, Leonar­do Que­sa­da, a dis­sem­i­nação do stream­ing aju­da a explicar a menor pre­sença da tele­visão nos lares dos brasileiros.

“O stream­ing não responde tudo. Ele pode respon­der uma parte, mas existe uma pos­si­bil­i­dade de as pes­soas estarem usan­do menos TV”, pon­dera.

A pesquisa rev­ela que o rendi­men­to médio men­sal real per capi­ta das famílias com stream­ing era de R$ 2.731, mais que o dobro daque­las que não tin­ham aces­so ao serviço (R$ 1.245). Os dados tam­bém rev­e­lam uma desigual­dade region­al. Enquan­to no Sul (49%), Cen­tro-Oeste (48,2%) e Sud­este (47,6%) prati­ca­mente metade dos domicílios têm canais de stream­ing pagos, no Norte e no Nordeste as pro­porções são 37,5% e 28,2%, respec­ti­va­mente.

Fim da parabólica analógica

A Pnad rev­ela que 88% das famílias brasileiras tin­ham em casa sinal dig­i­tal ou analógi­co de TV aber­ta. Dos domicílios com tele­visão, 21,4% (15,8 mil­hões) recebem sinal por ante­na parabóli­ca, sendo 17,5% nas regiões urbanas e 52,3% nas rurais.

O IBGE lem­bra que há no país a políti­ca públi­ca de sub­sti­tu­ição das ante­nas parabóli­cas analóg­i­cas, tam­bém con­heci­das como parabóli­cas grandes, pela mini parabóli­ca (dig­i­tal).

As parabóli­cas grandes podem sofr­er inter­fer­ên­cia do sinal de inter­net de quin­ta ger­ação (5G). Por isso, o Brasil pre­tende encer­rar com­ple­ta­mente a trans­mis­são de sinal de TV aber­ta por parabóli­cas grandes.

Segun­do a pesquisa, em 2023 o país tin­ha cer­ca de 772 mil famílias (1% dos domicílios com tele­visão) com sinal de tele­visão somente por meio de parabóli­ca grande. Em 2022, eram 911 mil (1,3%).

Edição: Denise Griesinger

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