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Presidente da Itália abre exposição dos 150 anos da imigração italiana

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Mostra está na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro


Publicado em 18/07/2024 — 08:43 Por Alana Gandra — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O pres­i­dente da Itália, Ser­gio Mattarel­la, visi­ta nes­ta quin­ta-feira (18), às 18h30, a Bib­liote­ca Nacional (BN), no Rio de Janeiro, vin­cu­la­da ao Min­istério da Cul­tura. A últi­ma visi­ta de um chefe de esta­do estrangeiro à insti­tu­ição ocor­reu há 40 anos, quan­do Léopold Sédar Sen­g­hor, então pres­i­dente do Sene­gal, esteve no Brasil, em 1984.

Mattarel­la será rece­bido pelo pres­i­dente da Fun­dação Bib­liote­ca Nacional, Mar­co Luc­ch­esi, e irá inau­gu­rar, pres­en­cial e tam­bém vir­tual­mente, a exposição Rio: Nova Roma – Alianças Cul­tur­ais — 150 anos da imi­gração ital­iana, mon­ta­da no saguão da BN espe­cial­mente para a visi­ta e que per­manecerá acessív­el de for­ma vir­tu­al no site da BNDig­i­tal.

Rio de Janeiro (RJ), 13/07/2023 - O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, na abertura da exposição Uma janela para o Armazém de Periódicos, da Biblioteca Nacional. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: Pres­i­dente da Fun­dação Bib­liote­ca Nacional, Mar­co Luc­ch­esi, Foto: Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Luc­ch­esi ressaltou que a exposição mar­ca os 150 anos da primeira leva migratória que ocor­reu em 1874. “É o momen­to em que se comem­o­ra, de fato, essa relação tão impor­tante do pon­to de vista cul­tur­al, artís­ti­co, cien­tí­fi­co, entre Brasil e Itália. A Bib­liote­ca Nacional tem, a seu favor, peças impor­tan­tís­si­mas dessa história”, disse em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Jornais

A primeira parte da exposição ressalta quase uma cen­te­na de jor­nais escritos e pub­li­ca­dos no Brasil pela comu­nidade ital­iana, de car­ac­terís­ti­ca abrangente e ecumêni­ca, pub­li­cações anar­quis­tas, social­is­tas, católi­cos, desta­cou Luc­ch­esi. “São jor­nais que guardam um grande tesouro, porque tratam da história do Brasil, de debates impor­tan­tís­si­mos, os anar­quis­tas, por exem­p­lo, que tiver­am papel fun­da­men­tal nas greves de 1917”.

O pres­i­dente da Fun­dação Bib­liote­ca Nacional afir­mou que há, nos tex­tos, uma grande leitu­ra do Brasil fei­ta por olhos estrangeiros e, ao mes­mo tem­po, com um ital­iano que vai obten­do inúmeras vari­ações. “Porque muitas dessas pági­nas são escritas em um ital­iano que os próprios ital­ianos ain­da não dom­i­nam porque a Itália foi unifi­ca­da há pouco tem­po nesse perío­do. Então, nós temos um impor­tante lab­o­ratório de lín­gua para os próprios ital­ianos: a par­tic­i­pação dos diale­tos, a mis­ci­ge­nação da lín­gua brasileira com a ital­iana”. Do pon­to de vista lin­guís­ti­co, essa é uma grande riqueza, tan­to para o Brasil, como para a Itália, acen­tu­ou Luc­ch­esi.

Ele salien­tou ain­da, referindo-se aos jor­nais ital­ianos, que uma parte do Mod­ernismo brasileiro é fru­to dessa lín­gua mis­tu­ra­da do ital­iano e por­tuguês. “Há um livro de poe­mas jocoso, muito famoso e apre­ci­a­do por Mário de Andrade, que se chama La Div­ina Incren­ca. É um livro impor­tante que vem dessa pre­sença ital­iana no Brasil que vai des­de La Div­ina Incren­ca até Anar­quis­tas Graças a Deus, de Zélia Gat­tai, só para citar dois exem­p­los”.

Renascimento

Luc­ch­esi comen­tou que a segun­da parte da mostra pos­sui grande riqueza ao tratar de um livro do frade fran­cis­cano e matemáti­co ital­iano Luca Paci­oli, ilustra­do por Leonar­do da Vin­ci. “É uma rari­dade que nós temos na BN”. Seguem-se incunábu­los e livros anti­gos que foram impres­sos des­de o Renasci­men­to ital­iano.

Em um segun­do momen­to, poderão ser vis­tas as gravuras e desen­hos da Esco­la Ital­iana de Desen­hos, engloban­do grandes nomes e tradições de esco­las da Itália. Esse mate­r­i­al faz parte da coleção Cos­ta e Sil­va, que foi adquiri­da ain­da no sécu­lo 19, na cidade de Bolon­ha, com a esco­la de Vasari, Guer­ci­no, Anni­bale Car­rac­ci, Gui­do Reni. O final da exposição reúne gravuras do arquite­to Pirane­si. “Vai ser um momen­to de grande emoção, porque são gravuras imen­sas, guardadas na icono­grafia”.

No dia 4 deste mês, a facha­da da Bib­liote­ca Nacional foi ilu­mi­na­da com as cores da ban­deira da Itália, em cel­e­bração aos 150 anos de imi­gração ital­iana no Brasil. A ilu­mi­nação foi aciona­da remo­ta­mente de Roma pela prince­sa Elet­tra Mar­coni, fil­ha de Gugliemo Mar­coni, da mes­ma sala de onde o inven­tor ital­iano ilu­mi­nou a está­tua do Cristo Reden­tor, em 1931.

Parceria

Mar­co Luc­ch­esi infor­mou ain­da que des­de o iní­cio deste ano vem con­ver­san­do com a Bib­liote­ca Nacional de Flo­rença sobre a pos­si­bil­i­dade de um mem­o­ran­do de coop­er­ação entre as duas insti­tu­ições.

“Nós vamos estu­dar a mel­hor for­ma de par­tic­i­pação. É uma bib­liote­ca muito impor­tante, extrema­mente rica, e esta­mos estu­dan­do a mel­hor for­ma de faz­er­mos tro­ca de exper­iên­cia”, infor­mou.

A Bib­liote­ca Nacional é a maior bib­liote­ca da Améri­ca Lati­na e uma das dez maiores bib­liote­cas nacionais do mun­do, segun­do a Orga­ni­za­ção das Nações Unidas para a Edu­cação, a Ciên­cia e a Cul­tura (Unesco).

Edição: Aécio Ama­do

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